Seca no Cantareira e hidrelétricas com água não é surpresa

Represas dependem de chuva, mas também de gestão e investimento

Na mesma semana em que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) divulga nota afirmando que não faltará água nas represas do Sudeste para gerar energia em 2014, o Cantareira, maior sistema de abastecimento de água em São Paulo, chegou a menos de 18% do seu volume armazenado.
Ambos os sistemas dependem de chuva para serem cheios, mas há também a necessidade de investimentos para permitir o manejo da água. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), com a seca na região Sudeste, que concentra 70% da capacidade de acumulação em reservatórios para produção de energia elétrica do Brasil, foram tomadas medidas preventivas, como reduzir a vazão, para garantir água para a produção de energia.
No Cantareira, nas décadas de governo tucano, não foram feitos investimentos necessários para evitar os problemas causados por uma estiagem, apesar de a necessidade ser clara aos olhos de especialistas. O diretor tecnológico do laboratório de geologia ambiental da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Samir Barcha, avalia que, apesar do evidente aumento da população e produção industrial na metrópole, o governo estadual não planejou ou investiu em obras para captação de recursos hídricos, independentemente das condições climáticas.”As reservas de água são as mesmas, como a região poderia enfrentar um período de seca se não tomaram providencias?”, questionou o professor. “É como se a seca dissesse ‘olha, eu vim aqui para mostrar o que vocês não fizeram e deveriam ter feito’”, disse Barcha.

 

Por Camila Denes, da Agência PT de Notícias

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