Secundaristas se queixam de perseguições após ocupações em ETECs

Em ato unificado em São Paulo, estudantes pediram melhorias na condição das escolas técnicas da gestão de Alckmin e afirmaram sofrer com cortes

Estudantes fazem manifestação na avenida Paulista. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Falta de merenda, laboratórios e vestiários fechados, prédios degradados e repressão policial ao movimento estudantil. Essa foi a realidade retratada pelos estudantes secundaristas sobre o ensino estadual do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), em ato pela melhoria da educação pública na avenida Paulista, em São Paulo.

O ato unificado também contou com a presença de estudantes universitários pelos cortes na educação promovidos pelo governo do Estado e alunos de diversas instituições públicas e privadas em apoio ao movimento secundarista contra a máfia da merenda.

Os estudantes saíram da avenida Paulista e desceram a avenida Consolação em direção à Secretaria de Educação. A Polícia Militar reprimiu os manifestantes na altura da praça da República, no centro da cidade e levaram alguns estudantes detidos sem nenhum motivo aparente, segundo informação do Mídia Ninja.

“Na minha ETEC, tem três laboratórios fechados pela diretora que não são utilizados e ninguém sabe porque”, denunciou Emilia Souza, 17. “Os laboratórios estão completos, mas ficam fechados, atrapalhando o ensino”, disse. Segundo ela, os vestuários também estão fechados e a quadra de esportes, por exemplo, está degradada. A boa notícia, diz ela, é que depois de uma ocupação de 15 dias, os alunos estão mais conscientes dos problemas da instituição.

Estudantes discutem trajeto do ato em Assembleia no Masp. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Estudantes discutem trajeto do ato em Assembleia no Masp. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Para J.R., 15, que não quis se identificar, os estudantes das ETECs que participaram do movimento contra a máfia da merenda, estão sofrendo com perseguições dentro das escolas e muitos estão assustados com a atuação policial, sobretudo após a violenta reintegração de posse do Centro Paula Souza. “Houve perseguição nas notas dos alunos”, afirma. Além disso, segundo a estudante, alunos foram fichados na Polícia devido denúncia de diretores da instituição.

A Polícia Militar realizou diversas reintegrações de posse sem autorização judicial.

Tainara Machado, 19, afirmou que em sua escola a merenda é só leite e bolacha. “Não tem o mínimo necessário para um estudo digno”. Bruno Lima e Barbara Oliveira, da escola estadual Anhanguera afirmaram que a merenda não está sendo servida todos os dias.

Para  a secundarista Agatha Avino, o PSDB tem cortado gastos em educação e direitos como se fosse uma maneira de resolver a crise, mas para ela isso só agrava a situação. Raul dos Santos, 16, do terceiro ano da ETEC Guaracy Silveira, afirmou que participou das ocupações que ocorreram no último mês e que tanto a ETEC quanto as escolas estaduais estão sendo afetadas por cortes na educação. Em sua ETEC, os cursos técnicos estão sofrendo com a falta de equipamentos, disse ele.

Estudante de história da Unifesp, José Brendo, 23, afirmou que compareceu ao ato para fortalecer o movimento dos secundaristas e também para se manifestar contra o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB).

Ato contra a máfia da merenda e por melhorias na educação. Foto: Paulo Pinto7Agência PT

Ato contra a máfia da merenda e por melhorias na educação. Foto: Paulo Pinto7Agência PT

Polícia Militar reprime estudantes:

Por Clara Roman, da Agência PT de Notícias

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast