“Só é possível alimentação saudável se o modelo agrícola mudar”

Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde do governo Dilma, falou sobre a importância da produção de alimentos orgânicos

Felipe Peres

Alexandre Padilha na III Feira Nacional da Reforma Agrária

Entre os diversos políticos que passaram pela Terceira Feira Nacional da Reforma Agrária, esteve presente Alexandre Padilha, ex-ministro da saúde do governo de Dilma Rousseff e ex-secretário municipal de Saúde do governo de Fernando Haddad em São Paulo. Padilha concedeu entrevista à Rádio Brasil de Fato e Rádio Brasil em Movimento.

Médico de formação, Padilha destacou a necessidade da produção de alimentos orgânicos. “A Feira está trazendo conceitos fundamentais: primeiro que a alimentação tem a ver com a cultura. O esforço que a indústria de alimentos faz é para acabar com a nossa cultura e com a tradição dos nossos alimentos. A alimentação saudável está diretamente relacionada ao modelo agrícola e a feira mostra que é possível fazer diferente, que é possível fugir desta indústria que prega o sistema de produção de forma homogênea.”

Ele também falou sobre o Plano de Introdução de Alimentos Orgânicos na Alimentação Escolar, que implantou junto com Haddad nas escolas municipais de São Paulo. “Comprávamos os alimentos dos produtores orgânicos de Parelheiros. As crianças voltaram a comer fruta de verdade, e a tomar suco de verdade.”

O ex-ministro ainda criticou as grandes indústrias vinculadas à alimentação: “Nós vemos hoje essa forte indústria empurrar todo dia para a gente alimentos com muita gordura, muito sódio, muito açúcar, conservantes e com produtos que a gente nem tem ideia, mas que mexe inclusive, com o nosso sistema nervoso central.”

Ao final, Padilha afirmou que é necessário mudar o modelo de produção e distribuição de alimentos: “Só é possível ter uma política de acesso à alimentação saudável a todo o povo brasileiro se a gente mudar o modelo agrícola. Comer é um ato político. Ao comer você está se posicionando politicamente, sobretudo em um país como o Brasil, que é tão desigual, onde o agronegócio ocorre de forma tão violenta às vezes, tentando exterminar famílias, tradições, e a forma como a população rural ocupa o campo.”

Por Brasil de Fato

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