Sociedade ocupa Congresso para repudiar Reforma da Previdência

Em nome do MST, Alexandre Conceição afirmou que a reforma proposta pelo governo levará as mulheres trabalhadoras rurais de volta ao trabalho escravo

Divulgação

Protestos contra a reforma de Temer marcaram o dia no Congresso Nacional, em Brasília

“Um governo com 3% de aprovação não pode impor uma reforma da Previdência que vai destruir a vida de 97% da população”,  afirmou Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da Bancada do PT no Senado, em sua conta do twitter, abrindo o dia de protestos contra a reforma da Previdência. Às 5 horas da manhã, um tuitaço já mobilizava as redes sociais contra a proposta do governo golpista, permanecendo em primeiro lugar no ranking da ferramenta durante toda a manhã.

À tarde, um grande ato na Câmara dos Deputados reuniu lideranças sindicais do campo e das cidade, populares, estudantis e políticas para advertir a base governista que a sociedade brasileira não aceita mais este crime contra o povo trabalhador.  Presidida pelo senador Paulo Paim (PT/RS), a manifestação contou com a presença da presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann e do líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, além de representantes de diversos partidos do campo democrático e popular, como o PCdoB, PSol, PSB, entre outros.

“É hora de um enfrentamento mais duro, sim. Vivemos uma anormalidade institucional. Vamos barrar essa reforma da Previdência. Temos de obstruir os trabalhos no Congresso indefinidamente a partir de hoje”

Senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), coordenador do ato, abriu a audiência argumentando que “a prioridade da retomada do ano legislativo é a derrota do governo na Reforma da Previdência” e anunciou obstrução total dos trabalhos para toda a pauta conservadora em defesa da democracia e do direito de Lula disputar as eleições.

Alternando as falas entre parlamentares e lideranças sociais, Guilherme Boulos, do MTST, disse que esse governo não tem “autoridade política” para fazer nenhuma reforma e que foi desmentido pela CPI que provou que a previdência não é deficitária, argumentando que o problema é de gestão e sonegação. Falando em nome do MST, Alexandre Conceição afirmou que a reforma proposta pelo governo vai levar as mulheres trabalhadoras rurais de volta ao trabalho escravo.

“O que pode tornar a Previdência insustentável não é a garantia de direitos, e sim a sonegação dos grandes empresários e a política criminosa de ajuste econômico, que gera desemprego!”

Guilherme Boulos, líder do MTST e da Frente Povo Sem Medo.

Durante a fala da senadora Gleisi Hoffmann, que começou elogiando os movimentos e dizendo que a oposição começa o ano legislativo firme no enfrentamento, houve um momento alto de manifestação popular do plenário, aos gritos de “Fora Temer”, quando a presidenta do PT afirmou que “Não há como funcionar um parlamento onde a democracia não funciona”, em alusão à decisão de obstrução total da bancada na Câmara.

O ato contou com a presença de dezenas de parlamentares, do Senado e da Câmara, ex-parlamentares, presidentes de partidos e representantes dos movimentos sociais e das diversas centrais sindicais, entre os quais, Graça Costa, da CUT, que confirmou a manifestação marcada para o dia 19 e pediu que a militância utilize todo e qualquer ato, como o Fórum Social Mundial e o Fórum das Águas, marcado para Brasília, para se manifestar.

“Eles perderam o debate na sociedade, apesar da propaganda enganosa”, definiu o presidente da Intersindical, Edson Carneiro, Índio, resumindo o sentimento do evento e a disposição de luta das lideranças nacionais.

Pressão sobre os parlamentares

Em documento para orientar suas bases e os trabalhadores em geral,  a Direção Executiva da CUT ressaltou a importância dos sindicatos continuarem com esta pressão sobre o Congresso Nacional, em especial sobre os deputados federais.

Entre as diversas atividades, a central sugere as seguintes ações:

  • Atos e panfletagem frente às residências dos parlamentares.
  • Panfletagem, colocação de outdoors nas áreas de maior movimentação das cidades onde os parlamentares obtiveram maior votação.
  • Pressão sobre os cabos eleitorais dos parlamentares.
  • Articulação com associações comunitárias, movimentos estudantis e populares para a realização de manifestações locais.
  • Recepção nos aeroportos.
  • Envio de mensagens para os gabinetes por meio do site Na Pressão.

Clique aqui para baixar ferramentas para pressionar os deputados.

Dia Nacional de Lutas

A CUT também está intensificando a mobilização para o dia 19 deste mês, data definida para a realização de greves, manifestações e protestos em todos os estados.

Veja as principais orientações:

    • Realizar assembleias em todos os sindicatos filiados para debater a reforma e organizar greves, paralisações e manifestações.
    • Realizar plenárias nas CUTs Estaduais para debater com os sindicatos a organização do Dia Nacional de Lutas e
    • Paralisações no Estado e também a articulação da CUT e dos nossos sindicatos com as demais Centrais e os movimentos populares por meio das Frentes.
    • Propor uma reunião o mais urgente possível com as Centrais nos Estados para debater as atividades no Estado.
    • Realizar reuniões com categorias estratégicas em cada Estado para organizar greves, paralisações e manifestações.
    • Os ramos devem orientar os sindicatos e federações nos Estados para organizar as paralisações e manifestações.
    • Fazer panfletagem e assembleias nos locais de trabalho.
    • Criar comitês nos municípios, envolvendo todas as categorias organizadas e sindicatos de todas as Centrais Sindicais para planejar as ações locais.
    • Panfletar os bairros de maior concentração de trabalhadores/as e as áreas de maior circulação de pessoas na cidade.
  • Buscar apoio das pastorais, das associações de bairro, dos movimentos populares.
  • Utilizar as redes de comunicação disponíveis para divulgar as greves, paralisações e manifestações, esclarecendo os/as trabalhadores/as, assim como a população, sobre a importância da luta. Divulgar os resultados da greve no município, na região, no Estado e no País.
  • Utilizar carros de som das entidades para fazer a divulgação da luta nas periferias.
  • Utilizar rádios locais e comunitárias para ampliar o debate contra a reforma da Previdência e para divulgar as ações programadas para o dia 19/02.

Baixe as artes para protestar nas redes sociais.

Do PT no Senado, Com Osni Calixto e informações da CUT.

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