Tese de beneficiada pelo Ciência sem Fronteiras é premiada

Thaís Vasconcelos foi estudar no Reino Unido graças a uma bolsa da Capes e do programa Ciências sem Fronteiras, desmontado por Temer

Reprodução/Kew

Thais e um dos exemplares de plantas que ela estudou

A ex-aluna da Universidade de Brasília (UnB), Thaís Vasconcelos, de 29 anos, foi premiada pela Linnean Society, de Londres, com  a medalha John C. Marsden por seus estudos com botânica evolutiva. O prêmio é um dos mais importantes do mundo para a biologia.

A jovem brasileira fez graduação em ciências biológicas e mestrado em botânica na UnB, em seu doutorado foi estudar no Reino Unido graças a uma bolsa da Capes e do programa Ciência sem Fronteiras.

Thais é a primeira latino-americana a ganhar um prêmio da Linnean Society nessa categoria desde que os prêmios anuais foram estabelecidos em 1888.

O trabalho premiado de Thaís estudou a família Myrtaceae, que inclui plantas como a pitanga e o eucalipto, que pertencem à mesma família.

“Entre as descobertas mais legais está que essas plantas, superdiversas na América do Sul, se originaram no antigo continente da Zelândia (atual Nova Zelândia) e chegaram a mais ou menos 40 milhões de anos aqui, por meio da Antártida, quando esta ainda não era coberta por gelo. A gente sabe disso por causa do parentesco entre as plantas daquela região com as daqui e também por causa de fósseis na Antártida e na Patagônia”, disse estudante ao jornal Correio Braziliense.

Thaís fez seu doutorado no Royal Botanic Gardens – Kew, um dos mais importantes centros de pesquisa botânica na Inglaterra. Segundo o site da entidade, os juízes que conferiram o prêmio a estudante brasileira comentaram que a tese é excepcional não apenas pelos aspectos científicos, mas porque também é ricamente ilustrada, com impressionantes micrografias eletrônicas de varredura, retratos florais e desenhos bonitos, “que transmitem ideias e processos complexos ao leitor não-especialista”.

Desmonte da Ciência brasileira

O governo golpista de Michel Temer acabou com as bolsas de graduação do programa Ciência Sem Fronteiras em abril de 2017.

O programa foi criado pela gestão da presidenta eleita Dilma Rousseff com o objetivo de promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia, da inovação e da competitividade brasileira por meio do intercâmbio.

Quando foi lançado, em 2011, o Ciência sem Fronteiras previa a concessão de 101 mil bolsas de estudo no exterior, sendo 75 mil a serem financiadas pela União e 26 mil pela iniciativa privada. Com a concessão das 92 mil bolsas, foram investidos cerca de R$ 12 bilhões na formação de cientistas brasileiros.

Da redação da Agência PT de notícias

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