Por Todas Elas: 30 mil mulheres na Paulista contra o machismo

Primeiro dia de junho foi marcado por manifestações contra machismo, cortes em programas sociais e contra o golpe

Paulo Pinto/Agência PT

Mulheres protestam em São Paulo contra violência e cultura do estupro

Violência doméstica, agressão nas ruas, discriminação no mercado de trabalho, exclusão da política e abuso sexual são algumas das razões que levaram cerca de 30 mil mulheres à avenida Paulista, uma das principais vias de São Paulo, na noite desta quarta-feira (1º).

“Por Todas Elas” é o nome do ato, convocado em redes sociais por todo o Brasil, e a maior concentração foi na capital paulista. A manifestação contra a violência de gênero ganhou força após o estupro de uma adolescente de 16 anos por 33 homens no Rio de Janeiro. A divulgação do vídeo e a falta de apoio à vítima, que tem sido desacreditada, tornaram o crime ainda mais grave, afirmaram as participantes. Reforçaram que este foi um caso condenável, mas agressões a mulheres acontecem diariamente e não são recentes.Uma das participantes foi a atriz Maria Casadevall. À Agência PT de Notícias, ela afirmou: “A tomada de consciência de que a voz de uma é a voz de todas, e a força para que a gente se una e se manifeste sempre”. Apesar de o machismo ser um problema histórico na sociedade brasileira, a atriz acredita que é possível enfrentá-lo: “mobilizações como esta, redes sociais. Vivemos uma nova era com redes sociais. A voz de todas nós pode ser ouvida”.

A concentração começou 16h horas no Museu de Arte de São Paulo (MASP) e, às 18h, ocupou a avenida. Por volta das 18h30, a manifestação cruzou com a ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) no prédio da Presidência da República em São Paulo. Juntas e cercadas por tropas da Polícia Militar (PM), as duas manifestações gritavam “Nem recatada, nem do lar, a mulherada está na rua pra lutar”.

Havia também mães com crianças no colo, o que tem se tornado uma marca como “abre-alas” dos protestos feministas. Muitos cartazes diziam: “Temer jamais”; “Estupradores não são doentes são filhos saudáveis do patriarcado”; “Andar em público não torna meu corpo público”; “Não é minha roupa, nem seu ‘instinto’ é o seu machismo”; “Mexeu com uma mexeu com todas”.

O protesto foi também contra a falta de mulheres no primeiro escalão nomeado por Michel Temer após o golpe contra Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita presidenta do país, além da escolha de Fátima Pelaes para a Secretaria de Mulheres, pois ela é conhecida por sua posição contra em casos de estupro, como prevê a lei brasileira. A marcha desceu a rua Augusta e foi até a Praça Roosevelt.Ocupação do MTST

Frente Povo Sem Medo, sob coordenação do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST)Guilherme Boulos, ocupou, na tarde desta quarta-feira (1), a secretaria da Presidência da República em São Paulo. Eles protestam contra o governo golpista de Michel Temer e cortes nos programas sociais como Minha Casa, Minha Vida. A Tropa de Choque da PM chegou por volta de 17h nas proximidades do prédio da Presidência da República. O coordenador do MTST informou que 6 pessoas haviam sido detidas pela PM e condenou a violência usada para reprimir a manifestação. “Os manifestantes que vestiram verde e amarelo pelo impeachment foram tratados com filé-mignon pela polícia”, disse.

Por Daniella Cambaúva da Agência PT de Notícias

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