25 países selam pacto de cooperação para pandemias. Brasil está fora

Transformado em pária mundial, país é chamado de ‘coração das trevas’ pelo britânico ‘Guardian’, em reportagem sobre o caos sanitário e institucional

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Um pacto de cooperação internacional para ações de enfrentamento de futuras pandemias foi anunciado nesta terça-feira (30), e já conta com a adesão de líderes de 25 nações. Pária global e ameaça aos esforços de combate ao surto no novo coronavírus, o Brasil ficou de fora ao acordo, informa o colunista do UOL Jamil Chade.

O pacto irá facilitar o acesso global a vacinas, um esforço para diminuir as desigualdades na aquisição de imunizantes, em especial para os países pobres. “O Itamaraty sequer tem hoje um representante definitiva junto aos organismos internacionais, diante do caos político vivido pelo país”, observa o colunista.

O acordo exigirá ainda transparência na divulgação de dados e compromissos dos países com ações comuns e de eficácia comprovada em situações de crise sanitária. Países como Alemanha, França, Reino Unido e Itália integram o grupo, além de Chile, Costa Rica, Coreia do Sul, Indonésia e Costa Rica, entre outros.

Segundo comunicado do grupo, o acordo “estaria enraizado na constituição da Organização Mundial da Saúde OMS), atraindo outras organizações relevantes chave para este esforço, em apoio ao princípio da saúde para todos”.

“Haverá outras pandemias e outras grandes emergências de saúde. Nenhum governo ou agência multilateral pode enfrentar esta ameaça sozinho”, afirmam os países signatários, em comunicado. “Juntos, devemos estar melhor preparados para prever, prevenir, detectar, avaliar e responder efetivamente às pandemias de uma forma altamente coordenada”.

Brasil, ‘coração das trevas’

Nesta terça, o respeitado jornal britânico The Guardian publicou reportagem sobre os desdobramentos da crise institucional e sanitária, destacando o profundo isolamento internacional do Brasil e o temor de países vizinhos quanto ao descontrole sanitário. O diário ouviu o ex-ministro e diplomata Rubens Ricúpero, que reconheceu que o país se transformou em uma “colônia de leprosos” e está “no coração das trevas”, expressão que o jornal destacou em manchete.

“Os vizinhos do Brasil”, destaca o Guardian , “que agora estão lutando para responder ao derretimento ao lado, parecem concordar – com Argentina, Colômbia e Peru proibindo voos ao país – e o líder da Venezuela, Nicolás Maduro, repreendendo seu rival de direita [Bolsonaro] por uma calamidade que matou mais de 300 mil brasileiros”.

Apelo argentino

O jornal ressalta ainda que um grupo de cientistas argentinos implorou em carta ao presidente Alberto Fernandéz para fechar a fronteira terrestre com o Brasil, sob o risco de ocorrerem contaminações pela nova cepa brasileira do vírus.

“O Brasil é um espelho que preferiríamos não olhar”, lamentou o biólogo argentino Humberto Debat, um dos articuladores do documento. “É por isso que é tão importante impor restrições de viagem imediatamente, porque quando os contágios começarem a aumentar, será tarde demais”, alertou. Ele condenou o comportamento “irresponsável e negacionista” de Bolsonaro.

“Bolsonaro conseguiu transformar o Brasil em um gigantesco buraco do inferno”, tuitou o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper na semana passada, enquanto a OMS admitia que “a terrível situação” no Brasil agora estava afetando seus vizinhos, concluiu a reportagem.

Da Redação, com informações de UOL e Guardian

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