Acampamento do MST sofre despejo no Noroeste do Ceará

Militantes denunciam que ação foi feita por jagunços e policiais militares sem mandado judicial. Área ocupada está em negociação com o governo

Levante Popular da Juventude

Famílias estavam acampadas no local, em Santana do Acaraú, há quatro anos

Cerca de 30 famílias foram despejadas do Acampamento 17 de Abril, localizado no município de Santana do Acaraú, Noroeste do Ceará, na tarde desta quarta-feira (28). Militantes denunciam que a ação foi liderada por jagunços e policiais militares.

Casas e barracos onde as famílias sem-terra viviam há quatro anos foram destruídos. A área ocupada está em processo de negociação com o governo do estado.

Gene Santos, da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pondera que, mesmo que haja mandado de reintegração de posse, a ação foi feita sem determinação do comando da Polícia Militar. Ele acrescenta que as conversas para desapropriar a terra em benefício das famílias já estão avançadas há mais de um ano.

“Nós já fizemos contato com o governo do estado, e não tem nenhum comando da Secretaria de Segurança Pública nem do batalhão da região para fazer esse despejo”, disse. O Brasil de Fato entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar do Ceará por e-mail, mas não obteve retorno até a publicação.

O dirigente afirma que a preocupação se intensifica por um movimento de ofensiva contra as famílias sem-terra no estado. “ Nós ficamos muito indignados com essa situação. O Ceará está sofrendo muito com esses ataques”, denuncia.

Há uma semana, no dia 21 de novembro, a Polícia Militar chegou com forte aparato ostensivo para cumprir uma decisão de reintegração de posse contra as famílias sem-terra do Acampamento Zé Maria do Tomé, em Limoeiro do Norte (CE), a 400 km do acampamento 17 de abril. O despejo foi suspenso após mobilização popular no local.

Já no dia 30 de outubro, o acampamento Comuna Irmã Dorothy, próximo à área urbana de Tamboril (CE), foi alvo de um incêndio. As famílias denunciam que o ato foi intencional e criminoso.

Por Brasil de Fato

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