Aécio será investigado sobre interferência na CPI dos Correios

Esse é só mais um capítulo na longa série de citações, denúncias e investigações envolvendo o senador tucano

(foto: Lula Marques/Agência PT)

O Superior Tribunal Federal (STF) atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República para analisar vídeos do transporte de documentos da CPI dos Correios para o arquivo do Senado, em maio deste ano. A decisão é parte do inquérito contra Aécio Neves, senador e presidente do PSDB, que é suspeito de ter participado na maquiagem dos dados sobre o Banco Rural enviados ao colegiado em 2005.

No mesmo dia em que o inquérito sobre Aécio foi aberto, em 3 de maio, servidores do Senado transportaram documentos de uma sala da CPI para a Coordenação de Arquivo do Senado. Uma semana depois, o Senado divulgou nota informando que o transporte dos documentos partiu de um pedido do gabinete do tucano.

O objetivo dos investigadores da PF é analisar os vídeos para identificar qual servidor levou as caixas e o itinerário percorrido pelo carrinho com documentos da CPI.

O STF também mandou que sejam comparados os números das caixas transportadas com os que foram pedidos no ofício encaminhado por Aécio pedindo acesso aos documentos, além de que o Banco Rural apresente cópias de todos os documentos encaminhados a CPI.

A denúncia contra Aécio Neves é fruto do acordo de delação premiada do senador cassado Delcídio Amaral, que foi o presidente da CPI dos Correios, ativa entre 2005 e 2006.

De acordo com Delcídio, Aécio tentou, com intermediários, convencê-lo a prorrogar o prazo de entrega de documentos do Rural à CPI como pretexto de que, se não fosse assim, o banco não teria tempo de atender às ordens da comissão.

Em seu depoimento, Delcídio disse que um dos interlocutores de Aécio teria sido o atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que na época era deputado federal pelo PSDB, também um dos alvos do inquérito, junto com Clésio de Andrade.

“Os dados atingiriam em cheio as pessoas de Aécio Neves e Clésio Andrade, governador e vice-governador de Minas Gerais”, disse Delcídio em sua delação. Além deles, Delcídio citou ainda o deputado Carlos Sampaio, afirmando que ele sabia da tentativa de maquiar os dados, porém ele não é investigado no STF.

Campeão de citações

Aécio Neves é citado em várias delações premiadas da Operação Lava-Jato. De acordo com as delações do doleiro Alberto Youssef e de Delcídio do Amaral, Neves teria recebido propina de um esquema de corrupção operado em Furnas.

O tucano também foi citado na delação do Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, um dos entregadores de dinheiro de Yousseff.

Em 2015, o Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública para cobrar do governo de Minas Gerais, o repasse de R$ 9,5 bilhões para a área de saúde, que deveria ter sido feito por Aécio Neves e Antônio Anastasia entre 2003 e 2012.

*Com informações do Brasil 247

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