Alheio à realidade, Bolsonaro confessa fracasso e acelera urgência do impeachment

Ao mesmo tempo em que admite que “não pode fazer nada” e que “chegou ao limite do endividamento”, Bolsonaro defendeu “voltar a viver,  sorrir, fazer piada, brincar”, desconsiderando o aumento de mortes por covid e o desemprego recorde no país

Marcello Zambrana

Manifestação contra Bolsonaro

Em sua live, nesta quinta-feira, 28, Bolsonaro confessou o fracasso de seu governo no combate à pandemia e no enfrentamento à crise econômica. Mais grave, sob a falsa pretensão de injetar ânimo na sociedade, passou a ideia de completo alheamento à realidade. Ao mesmo tempo em que admite que “não pode fazer nada” e que “chegou ao limite do endividamento”, defendeu “voltar a viver,  sorrir, fazer piada, brincar”, desconsiderando o aumento de mortes por covid e o desemprego recorde no país. Para Bolsonaro, é hora de “voltar (o público) nos estádios de futebol o mais cedo possível, que seja com uma quantidade menor, 20%, 30% da capacidade do estádio”.

O irresponsável comentário de Bolsonaro ocorreu no dia em que o Brasil registrou o terceiro maior número de novas mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas. Na quinta-feira, 28, foram registrados 1.439 óbitos e 60.301 novos casos da doença, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa. Ao mesmo tempo, especialistas, entre eles o cientista Miguel Nicolelis, apontam que a nova variante do coronavírus já se espalhou pelo país. E o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, alertou que “daqui a 60 dias, a gente pode ter uma mega epidemia”.

No mesmo dia, o confiante Bolsonaro foi o principal destaque em um levantamento confirmando o Brasil como o pior país do planeta no combate à pandemia do coronavírus.  Estudo do ‘Lowy Institute’, de Sidney, avaliou 98 países utilizando critérios como mortes por Covid-19, casos confirmados e testagens, entre outros. O “prêmio” de Bolsonaro é resultado de sua prática cotidiana de negação das práticas necessárias à defesa da vida, como uso de máscaras, isolamento social e vacinação. Seu último movimento nessa direção tem sido confundir, evitar e mesmo impedir o acesso da população às vacinas.

No terreno da economia, a solução de Bolsonaro também é demonstração de completa ineficiência, que terminam criando ainda mais dificuldades para a retomada da atividade econômica. O equivocado movimento dos empresários que apostam na compra privada de vacinas evidencia a falência da tese da “imunização de rebanho” de Bolsonaro. Ao contrário da intenção de Bolsonaro e do ministro Guedes, a concessão de auxílio emergencial e de apoio às micro e pequenas empresas é decisiva para não aprofundar ainda mais a crise.

Da Redação

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