Amazônia: símbolo da resistência popular brasileira

Em nota, o secretário de Movimentos Populares do PT, Ivan Alex, e a dirigente Silvana Donatti reafirmam a importância do partido na luta contra a destruição da Amazônia

Organizadas pelos povos tradicionais amazônicos, indígenas, quilombolas, pescadores, ribeirinhos e extrativistas, sem-terra, atingidos por barragens e mineração, as organizações comunitárias e populares resistem e lutam pela preservação da sua identidade, cultura e meio ambiente.

Bem antes do início da construção da rodovia transamazônica, há 50 anos, e da ocupação desordenada do território, os movimentos populares e sociais já confrontavam os modelos de desenvolvimento, exclusivamente, de exploração econômica, nos moldes do capitalismo. Leia-se a expansão do agronegócio, o garimpo, a grilagem, os madeireiros e os empreendimentos de infraestrutura.

No governo Bolsonaro, o desmatamento atingiu 603.9 mil hectares, o que correspondeu a um aumento de 72% em relação ao mesmo período de 2018. Sobre igual período de 2017, o aumento foi de 209%. Para se ter ideia da magnitude do incremento do desmatamento, a área derrubada de floresta equivale a 4 vezes o território do município de São Paulo, ressalta o documento da assessoria técnica da Bancada do Partido dos trabalhadores na Câmara Federal.

Apesar disso, segue-se a insistência de criminalização dos movimentos sociais.

Internacionalmente denunciados, os incêndios e queimadas na Amazônia são criminosos e premeditados. Pior, incentivados pelo atual governo federal, por meio do desmonte das agências de controle e fiscalização e da redução de verbas.

O símbolo da falta de limites está no extermínio de famílias e lideranças populares, defensores de direitos humanos e ambientais. Até 2017 o Brasil liderava o ranking desse gênero de assassinatos no mundo. São exemplos de matírio: Chico Mendes (AC), Doroty Stang (PA), Cacique Emyra Waiãpi (AP), Waldomiro Costa Pereira (PA) e as chacinas de Eldorado de Carajás (PA), Pau D’Arco (PA) e Coloniza (MT). Mas os que tombaram tornaram-se símbolo da resistência brasileira na luta por dignidade e soberania.

Neste período instala-se a indignação no Brasil e no mundo. A conjuntura torna-se sensível com a evidente intencionalidade sobre a forma de exploração econômica na Amazônia, ambiente favorável tanto para a disputa dos interesses internacionais sobre o território brasileiro quanto para as mobilizações massivas em nosso país. Afinal, a defesa da Amazônia é mais que um emblema, reúne o sentimento nacional.

Diante deste fato, o Partido dos Trabalhadores deve reafirmar o seu papel histórico em defesa das lutas populares e, no caso da Amazônia, atuar para denunciar o projeto de destruição em curso, amparando-se através das suas instituições, direitos e lutas dos povos tradicionais. Isso implica também rever o seu programa de desenvolvimento, avaliando as experiências dos nossos governos, readequando com urgência temas como território, sustentabilidade e soberania.

Por Soberania, Pela Amazônia, Lula Livre!

Ivan Alex Lima
Secretário de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT

Silvana Donatti
Executiva Nacional do PT

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