Apontando novos rumos, 4ª Conferência da Amazônia inicia em Rio Branco

Encontro é realizado até o próximo sábado (19) e reúne representantes dos estados de toda a Região Norte

Sergio Vale

O governador Tião Viana na abertura da 4ª Conferência da Amazônia

É simbólica que esta 4ª Conferência da Amazônia se realize no Acre, terra de Chico Mendes, no ano em que se completam 30 anos desde seu assassinato. “É nadando contra a correnteza que nós vamos alcançar os avanços necessários. Seria muito mais prático reunir lideranças políticas em Brasília e discutir os rumos, o futuro, da nossa região. Mas nós estamos hoje aqui em Rio Branco para isso e é nesse espirito que eu declaro aberta a quarta Conferência da Amazônia”, disse a coordenadora-geral da Conferência da Amazônia, Fátima Cleide.

Cerca de 500 pessoas estiveram presentes na abertura em Rio Branco. Lideranças políticas e dos movimentos sociais participaram do primeiro dia do encontro que reúne, na capital acreana,  até o dia 19 de maio, as forças políticas progressistas da Região Norte, os movimentos sociais organizados e as novas expressões de organizações sociais para retomar o papel protagonista em um projeto alternativo de vida sustentável na Amazônia.

Entre as lideranças presentes, estavam também o governador do Acre Tião Viana, o ex-ministro e vice-presidente do PT Luiz Dulci, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Joaquim Soriano, os senadores Jorge Viana (AC) e Paulo Rocha (PA), o ex-prefeito de Rio Branco Marcus Alexandre, a prefeita Socorro Neri, entre outros.

Marcus Alexandre, pré-candidato ao governo do AC pelo PT

Muito aplaudido pelos presentes no evento, o ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre lembrou do retrocesso vivido nos dois últimos anos no Brasil e da necessidade de continuar avançando nas políticas públicas, como ocorrido nos tempos dos governos Lula e Dilma.

“Essa é minha casa e minha causa. Tem sido uma experiência fantástica andar o estado inteiro e ouvir de perto a realidade de cada pessoa. Nós estamos em uma nova jornada, e eu não abro mão de fazer a defesa, onde quer que eu esteja, de todos os avanços conquistados graças aos presidentes Lula e Dilma e aos governadores Jorge, Binho e Tião aqui no Acre”, afirmou.

“Eu sou filho desse projeto e venho aqui me apresentar para contribuir com a luta. Nós vamos fazer do Acre mais uma vez um foco de resistência para servir de exemplo para o Brasil inteiro”, completou.

Tião Viana também ressaltou que é um legado dos governos Lula a grande revolução social que, como nunca antes, se deu pelo país. “E é com os movimentos sociais que nós vamos vencer essa fase de escuridão no Brasil”, ressaltou o governador .

Evocando o hino do estado, a prefeita de Rio Branco, Socorro Neri convocou a todos para o momento de luta e resistência que, neste ano, se acirra com a aproximação da corrida eleitoral: ” Vamos todos, como diz o hino acreano, sem recuar, sem cair, sem Temer e com Lula livre!”

Segundo o senador Jorge Viana (PT-AC), a história do Partido dos Trabalhadores está diretamente ligada às discussões em pauta nessa conferência. Para ele, é fundamental ter coragem para defender as minorias.

O senador Jorge Viana na 4ª Conferência da Amazônia

“Quando começamos essa jornada, nós erámos uma minoria que tínhamos coragem de defender as causas de todos. Precisamos nos reencontrar com nosso passado. Quem sabe daqui não saiam propostas para criar uma base de resistência e retomar um projeto que estava fazendo o Brasil dar certo?”, incentivou.

É por isso que torna-se de vital importância, para Dulci, que os participantes dessa Conferência, que são dos estados do Norte, opinem não só sobre o lugar que deve ter a Amazônia no programa de governo do presidente Lula, mas também de outros lugares do Brasil.

“É impossível ter um autêntico programa de desenvolvimento se não incorporarmos as diferenças. Não se trata apenas de reivindicar o lugar que a Amazônia deve ter num projeto de desenvolvimento. É preciso ter políticas diferenciadas para questões diferenciadas. As outras regiões precisam aprender também com a Amazônia”, disse.

A abertura da 4ª Conferência da Amazônia

A 4ª Conferência da Amazônia é promovida pelo Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), o Comitê Chico Mendes, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), a Fundação Perseu Abramo e o Partido dos Trabalhadores (PT).

Ao final da 4ª Conferência da Amazônia será construída a Carta de Rio Branco, documento onde constarão as diretrizes para um plano de governo da esquerda para a Amazônia, primando por políticas sociais, culturais e ambientais – bandeiras históricas de luta da esquerda brasileira.

O Acre que queremos para as mulheres

Mais de 80 mulheres reunidas durante a Conferência da Amazônia, no Encontro de Mulheres do Acre, que tinha como intuito discutir as experiências e os desafios da mulheres do PT no Acre, deram início à construção de uma proposta sobre o que o “Acre queremos para as mulheres” para 2018.

O evento contou também com o lançamento do projeto Elas por Elas, organizado pela Secretaria Nacional de Mulheres do PT. Esse tem como objetivo incentivar pré-candidaturas das mulheres ao legislativo, como, também, fortalecer a atuação das mulheres dentro e fora do partido.

Do PT-AC para a Agência PT de Notícias

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