Argentina reafirma eficácia da Sputnik V, em uso desde dezembro

Assessora de Fernández Cecilia Nicolini diz que apenas uma “questão política” justifica atraso na liberação de imunizante russo no Brasil

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O Consórcio Nordeste encaminhou novo ofício à Anvisa solicitando autorização excepcional para uso da Sputnik V no Brasil

Apenas uma disputa política em torno da vacina russa Sputnik V  justifica tamanho atraso para que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) libere o uso emergencial do imunizante no Brasil. A avaliação é da coordenadora de relações internacionais para vacinas da Argentina, Cecilia Nicolini. Em entrevista à coluna Painel, da Folha, Nicolini confirmou a eficácia da Sputnik V, cujas doses são aplicadas no país desde dezembro.

“Não sei com certeza [quais são] as pressões, mas com certeza é uma questão política. Porque as evidências já estão aí, de resultado e também as experiências vacinando com a Sputnik”, afirmou Nicolini, que é assessora do presidente Alberto Fernández.

De acordo com a coluna, a especialista Cecilia avalia que existe um preconceito pela origem da vacina, o que levantou desconfianças por uma suposta falta de transparência sobre dados técnicos. “A Argentina foi o primeiro país a registrar a vacina. Para o Brasil, pensei que seria mais fácil”, comentou. “Há novos estudos, a Argentina já vacinou mais de 6 milhões de pessoas. Rússia, México, Bolívia [estão aplicando]”, justificou.

Cecilia Nicolini reconheceu que a Argentina estaria em uma situação péssima se não tivesse acesso à vacina russa. “Temos quase 9 milhões de doses que chegaram ao país e quase 6 milhões são de Sputnik. Entre 60% e 70% da vacinação da Argentina tem sido feita com a Sputnik”, disse a assessora, que classificou a vacina como uma ferramenta “fundamental”.

“Nesse contexto de escassez global, a oportunidade que a Argentina teve de contar com uma vacina que é muito boa, uma das melhores do mundo, que chegou ao país em dezembro, possibilitou que o nosso governo começasse o plano nacional de imunização bem cedo”, comemorou Nicolini.

“Pessoas estão morrendo”

Para o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste Wellington Dias, o atraso na liberação da vacina no Brasil não é mais uma questão burocrática. O quadro é de extrema gravidade e é preciso salvar vidas, argumenta Dias.

“Esperamos que a Anvisa autorize a licença para importação da vacina Sputnik e logo, pois o Brasil precisa”, sustenta Dias. “É uma vacina autorizada por outras agências reguladoras, em uso em 60 países e com elevada segurança e eficácia na imunização, mais que outras que estamos usando”, diz o governador. “O povo está adoecendo, morrendo e a vacina Sputnik sem poder chegar ao Brasil”.

Na quinta-feira (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o Piauí a importar 2 milhões de doses caso a Anvisa não se pronuncie sobre os pedidos de autorização.

A decisão do ministro Ricardo Lewandowski determinou que “no prazo máximo de 30 dias, a contar da formalização do pedido de autorização de importação pelo Estado à Anvisa, esta decida sobre a importação excepcional e temporária da vacina Sputnik V, nos termos do art. 16, § 4º, da Lei 14.124/2021“.

Da Redação, com informações de Folha e G1

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