Ato do 1º de Maio: trabalhadores se unem pelo Fora Bolsonaro

Evento uniu centrais sindicais do país e contou com a participação de intelectuais, artistas, líderes sociais, religiosos e políticos, como Lula, Dilma e Gleisi Hoffmann

Roberto Parizotti

Centrais Sindicais denunciam os prejuízos da reforma trabalhista para

O Ato do 1º de Maio Pela Vida, Democracia, Emprego, Vacina para todos e pelo Auxílio Emergencial de R$ 600, convocado pelas centrais sindicais, reuniu artistas, líderes sociais e políticos, neste sábado, numa ampla mobilização nacional em defesa da classe trabalhadora brasileira e contra os crimes de Bolsonaro, que intencionalmente conduziu milhares de brasileiros à morte durante a pandemia.

Ao fazer uma das falas mais esperadas da programação, o presidente Lula, em mensagem de vídeo, disse que os desafios são imensos, mas que é preciso manter a esperança. “Minha indignação diante de tanta injustiça é muito grande. Mas ainda maior que a indignação é a minha confiança no povo brasileiro. Ele é maior do que essa gente que está destruindo nosso país. O Brasil vai dar a volta por cima. Não podemos perder a esperança”, disse Lula (assista aqui ao pronunciamento).

A ex-presidenta Dilma Rousseff foi na mesma linha: “É justamente quando a situação é mais difícil que devemos ter esperança, resistir e lutar”, disse em seu pronunciamento. “O povo vai lembrar que no governo do ex-presidente Lula e no meu governo nós criamos 19,4 milhões de empregos formais, chegamos ao menor desemprego da história – 4,8 % em 2014 –, a renda média do trabalho subiu 18% em termos reais, e o salário mínimo teve aumento real de 77,2%”, disse Dilma. “É preciso acreditar que o Brasil pode voltar a ser um país de todos”, acrescentou.

Além de Lula e Dilma, participaram do ato virtual do 1º de Maio dezenas de líderes políticos, intelectuais e artistas. Este foi o terceiro 1º de Maio unitário realizado pelas centrais sindicais e o segundo consecutivo em formato virtual, em respeito ao isolamento exigido pela pandemia do novo coronavírus. Não é momento de aglomerações, mas sim de preservar vidas. O Brasil já ultrapassa as 400 mil mortes por Covid-19, mas vacinou menos de 31 milhões de brasileiros e brasileiras até agora. Isso é menos de 15% da população.

Fora Bolsonaro

A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), defendeu que a saída da crise passa pelo impeachment de Bolsonaro. “Vivemos um momento difícil na vida do país. Infelizmente, temos um governo que não se preocupa com o povo. Não se preocupa com o emprego, com a renda das pessoas, com a sobrevivência. Precisamos mais do que nunca tirar esse país da crise. E, claro, só tem um jeito de sairmos desta crise, que mata as pessoas por Covid e impõe a fome de novo ao Brasil: é tirando Bolsonaro de onde ele está. É o impeachment, é o fora Bolsonaro. Todos unidos nessa luta, nós vamos recuperar o Brasil para o povo brasileiro”, afirmou Gleisi.

Já o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, ressaltou que derrotar Bolsonaro é a bandeira que une todas as centrais sindicais. “É muito importante que o movimento sindical brasileiro, dê exemplo, mostre para o Brasil e para o mundo que, principalmente diante da tragédia da pandemia e de um governo federal autoritário e genocida, nós superamos problemas, deixamos de lado as nossas diferenças, para defender a vida, a democracia, empregos, vacina, auxílio emergencial de R$ 600”, discursou. “Não há tarefa mais importante à classe trabalhadora do que derrotar Bolsonaro, porque temos de fazer o Brasil retomar o caminho da democracia, do crescimento, do emprego de qualidade, dos direitos, das liberdades. Essa é uma pauta comum ao movimento sindical”.

Também estiveram presentes parlamentares e líderes de partidos, tais como Guilherme Boulos (PSOL), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), Manuela D’Ávilla (PC do B), Alessandro Molon (PSB), Iago Campos, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE); João Paulo Rodrigues, da direção do MST e da Frente Brasil Popular. Dezenove entidades sindicais internacionais, como FSM, CSI e CSA, e nacionais, como a CNBB, enviaram mensagens. Artistas também se apresentaram ou mandaram depoimentos: Chico Buarque, Elza Soares, Chico César, Teresa Cristina, Delacruz, Johnny Hooker, Marcelo Jeneci, Odair José, Aíla, Renegado, Bia Ferreira, Doralyce; Osmar Prado, Gregório Duvivier, Spartakus, Lirinha, Tereza Seibilitz, Elen Oleria, Paulo Betti.

Da Redação, com Revista Focus

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