Ato em SP reúne 10 mil pessoas em defesa da Petrobras

Avenida Paulista foi tomada por movimentos sociais, partidos de esquerda e representantes dos petroleiros que pedem saída imediata de Pedro Parente

RBA

A greve de advertência iniciada pelos petroleiros ainda na madrugada desta quarta-feira (30) teve mais uma prova de que tem grande adesão popular com o ato realizado no final da tarde do mesmo dia na Avenida Paulista em São Paulo – mobilizações similares ocorreram de maneira simultânea em várias outras partes do país.

Organizada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a passeata no coração financeiro da capital paulista reuniu mais de 10 mil pessoas entre movimentos sociais, lideranças partidárias, centrais sindicais e manifestantes que tinham em comum a defesa da soberania nacional, a saída imediata do presidente da Petrobras Pedro Parente e a luta permanente pelas instâncias democráticas e pelo direito de Lula ser um dos candidatos a presidente nas eleições de outubro.

O ato, que começou no vão do MASP e terminou em frente a um dos escritórios da Petrobras na Paulista, foi mais uma demonstração de força contra o desmonte do estado brasileiro promovido desde o golpe de 2016. Para Guilherme Boulos, pré-candidato à presidência pelo Psol, o ato também serviu para refutar qualquer insinuação intervencionista por parte dos que estão no poder contra a vontade do povo.

“O Brasil não precisa de intervenção militar. O Brasil precisa de intervenção popular. Estamos aqui para defender a soberania nacional e consequentemente a democracia do país. E a nossa luta passa necessariamente pela disputa eleitoral que se aproxima. Passa, sobretudo, pelo direito de Lula ser um dos candidatos”, declarou Boulos.

Felipe Grubba, diretor da Sindipetro, também fez discurso duro contra a atual política da Petrobras e condenou a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de tentar proibir a realização da greve e das manifestações populares. “O Tribunal Superior do Trabalho deveria chamar Tribunal Superior do Capital porque defende apenas os interesses dos patrões. Mas eles não vão nos intimidar e a nossa luta seguirá até o fim”, garante.

Quem também deixou claro que a luta não sucumbirá às pressões foi Cibele Vieira, da FUP: “A nossa greve não é nem nunca foi abusiva como quiseram que acreditassem. Abusivo é o preço da gasolina. Abusivo é o preço do gás. Abusivo é saber que a maior petroleira do Brasil agora flutua em função dos estrangeiros. A única solução para tudo isso é deixar os petroleiros trabalharem”.

Causa de todos

Por ironia do destino, o aposentado José Carlos Barreiros foi parar na manifestação da Paulista justamente porque não tinha combustível para seguir viagem para o Guarujá, no litoral sul paulista. “Mas eu não estou chateado com a paralisação. Pelo contrário. Eu acho a greve dos caminhoneiros e dos petroleiros justas e estou aqui justamente para mostrar que estou com eles”.

Grande parte dos manifestantes que participaram do evento também reivindicava outra causa nobre: lutar pela liberdade de Lula. “Nossa luta em defesa da Petrobras e da democracia passa pela defesa de Lula. Não tem jeito. Basta comparar como era quando ele estava no governo e ver como está agora. Com a Dilma também. Depois que ela saiu o brasileiro só vê sua vida piorar”, lamenta a artista Mônica Simões.

A consultora Andrea Muniz espera que os “paneleiros” que pediram a saída da Dilma agora reconheçam que o Brasil só piorou desde então. “Eles vestem camisa verde e amarela, dizem que defendem o Brasil, mas na verdade eles são contra o Brasil. Muitos deles sequer moram aqui e só querem que o nosso patrimônio sirva aos interesses deles”.

Por Henrique Nunes, da Agência PT de Notícias

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