Atraso na vacinação pode reduzir ainda mais a expectativa de vida dos brasileiros

“Historicamente, a cada três anos, nós ganhamos um ano de expectativa de vida ao nascer”, explica o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social. “Agora, vamos perder em um ano o que levamos seis anos para conseguir. Ou seja, não só vamos deixar de avançar como vamos também retroceder”. A queda inicial prevista de um ano pode se manter por mais um período, no caso da vacinação não ocorrer plenamente durante o ano de 2021

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Expectativa de vida dos brasileiros

A expectativa de vida dos brasileiros deve cair até dois anos em consequência da pandemia, segundo especialistas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). A queda inicial prevista de um ano pode se manter por mais um período, no caso da vacinação não ocorrer plenamente durante o ano de 2021, segundo especialistas da FGV. É a primeira vez desde 1940 que o indicador registra um retrocesso.

“Historicamente, a cada três anos, nós ganhamos um ano de expectativa de vida ao nascer”, explica o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, ouvido pelo jornal Estadão. “Agora, vamos perder em um ano o que levamos seis anos para conseguir. Ou seja, não só vamos deixar de avançar como vamos também retroceder.” Para os especialistas, a concentração de 75% da letalidade da Covid-‘ entre os idosos causa um grande impacto demográfico.

As mortes de crianças e jovens têm um impacto muito maior na expectativa de vida média da população do que entre os mais velhos, segundo os especialistas. “Mas o número de mortos foi tão grande, foi uma quantidade tão desproporcional, que acabou tendo todo esse impacto na expectativa de vida”, avalia Neri. “Este número, 190 mil, equivale a quatro vezes as taxas anuais de homicídios no Brasil; por isso tem esse efeito demográfico gigantesco.”

De acordo com os últimos números divulgados pelo IBGE em novembro, a expectativa de vida do brasileiro ao nascer era de 76,6. Em 1940, a expectativa era muito baixa, de 45,5 anos. Desde então, com a redução da mortalidade infantil e os avanços na medicina, o número vem crescendo consistentemente. Em 1980 chegou a 62,5 e, no ano 2000, a 69,8. Nos últimos vinte anos, os ganhos foram um pouco mais lentos, mas, mesmo assim, nunca se registrou um decréscimo.

Da Redação com Estadão

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