Bahia celebra experiência exitosa com líderes de classe

Iniciativa elege alunos para atuar como interlocutores junto à direção da escola, pais e professores

Posse dos líderes de classe do Colégio Central, em Salvador (BA). Foto: Suâmi Dias - Ascom/Educação

Empoderar os jovens e tornar a gestão das escolas mais dinâmica e democrática. Essa é a proposta dos Líderes de Classe, ação implementada pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia, que elege alunos para atuarem como interlocutores junto à direção.

A iniciativa teve início em 2015, durante o primeiro ano do governo de Rui Costa (PT), com a eleição dos primeiros 33 mil líderes e vice-líderes em mais de 1,2 mil escolas da rede estadual. A expectativa da secretaria é que, no início do período letivo neste ano, marcado para o dia 15 de fevereiro, todas as 1.360 unidades educacionais do estado realizem eleições para a função, nas turmas de ensino fundamental II, do 6º ao 9º, e Ensino Médio.

Para o subsecretário de Educação do Estado da Bahia, Aderbal de Castro, o sistema é considerado exitoso, inclusive pela ampla adesão e participação da comunidade estudantil. “As escolas têm uma nova dinâmica com a presença dos líderes e desses espaços de discussão com os professores e com a direção das escolas”, avalia.

Castro explica que os líderes são responsáveis por incentivar o debate com os colegas de temas de interesse da turma e dos docentes, como o desempenho da escola, o projeto pedagógico e as expectativas em relação ao futuro profissional.

“Cada classe possui uma realidade que os alunos vivenciam, com diferentes desempenhos. Por isso sentimos que precisávamos enxergar a classe como um espaço de democratização”, justifica Castro.

i-encontro-de-lideres-de-classe-em-salvador-12 Foto_Suâmi Dias - Ascom_Educação

Esses porta-vozes têm reflexo direto no ambiente acadêmico e na comunidade no qual estão inseridos. “Sentimos também um aumento da participação dos pais e alunos no processo de eleição de dirigentes escolares em função da presença dos líderes”, registra o subsecretário de Educação da Bahia.

Os estudantes são eleitos entre os colegas e ganham experiência ao desempenhar, muitas vezes pela primeira vez, o papel de liderança. “Há um ganho individual muito grande, um reflexo para a futura vida profissional desse jovem e a vivência de como contribuir para sua escola pode ajudá-lo a se tornar um adulto comprometido socialmente”, afirma Castro.

Experiência gratificante – Com tino para liderança e oratória perceptíveis em uma curta conversa, Leonardo Oliveira de Souza, aluno do 8º ano do Colégio Estadual Guedes Andrade, do município de Gandu, a 301 km de Salvador, foi o primeiro a ocupar o cargo de vice-líder de sua classe.

Leonardo Oliveira - líder de classe (BA)

O jovem de apenas 12 anos classifica a experiência como “gratificante” e, antes mesmo de voltar às aulas, trata de externar a vontade de ser reeleito. “Tive uma experiência já para um futuro no mercado de trabalho, vendo como é ser um líder”, diz o estudante que pouco antes ocupava o cargo de vereador mirim no município onde mora.

Apesar de frisar que a escola onde estuda é “bem estruturada”, Leonardo conta que tinha a função de levar reclamações dos colegas para a direção da escola. “Foi muito legal esse exemplo de mediação. Eu pude também ouvir a experiência das outras pessoas”, explica o aluno, que é encarregado também de participar de reuniões e organizar atividades, como homenagem aos professores e gincanas.

A iniciativa do governo da Bahia responde ao Pacto de Fortalecimento do Ensino Médio, instituído pelo Ministério da Educação, em 2013. Entre as ações previstas estão a democratização e maior participação dos alunos nas decisões da escola.

Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias

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