PT, EN, ES, FR | Carta de Lula ao povo brasileiro

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Ricardo Stuckert

Lula é Haddad. Haddad é Lula

Meus amigos e minhas amigas,

Vocês já devem saber que os tribunais proibiram minha candidatura a presidente da República. Na verdade, proibiram o povo brasileiro de votar livremente para mudar a triste realidade do país.

Nunca aceitei a injustiça nem vou aceitar. Há mais de 40 anos ando junto com o povo, defendendo a igualdade e a transformação do Brasil num país melhor e mais justo. E foi andando pelo nosso país que vi de perto o sofrimento queimando na alma e a esperança brilhando de novo nos olhos da nossa gente. Vi a indignação com as coisas muito erradas que estão acontecendo e a vontade de melhorar de vida outra vez.

Foi para corrigir tantos erros e renovar a esperança no futuro que decidi ser candidato a presidente. E apesar das mentiras e da perseguição, o povo nos abraçou nas ruas e nos levou à liderança disparada em todas as pesquisas.

Há mais de cinco meses estou preso injustamente. Não cometi nenhum crime e fui condenado pela imprensa muito antes de ser julgado. Continuo desafiando os procuradores da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e o TRF-4 a apresentarem uma única prova contra mim, pois não se pode condenar ninguém por crimes que não praticou, por dinheiro que não desviou, por atos indeterminados.

Minha condenação é uma farsa judicial, uma vingança política, sempre usando medidas de exceção contra mim. Eles não querem prender e interditar apenas o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. Querem prender e interditar o projeto de Brasil que a maioria aprovou em quatro eleições consecutivas, e que só foi interrompido por um golpe contra uma presidenta legitimamente eleita, que não cometeu crime de responsabilidade, jogando o país no caos.

Vocês me conhecem e sabem que eu jamais desistiria de lutar. Perdi minha companheira Marisa, amargurada com tudo o que aconteceu a nossa família, mas não desisti, até em homenagem a sua memória. Enfrentei as acusações com base na lei e no direito. Denunciei as mentiras e os abusos de autoridade em todos os tribunais, inclusive no Comitê de Direitos Humanos da ONU, que reconheceu meu direito de ser candidato.

A comunidade jurídica, dentro e fora do país, indignou-se com as aberrações cometidas por Sergio Moro e pelo Tribunal de Porto Alegre. Lideranças de todo o mundo denunciaram o atentado à democracia em que meu processo se transformou. A imprensa internacional mostrou ao mundo o que a Globo tentou esconder.

E mesmo assim os tribunais brasileiros me negaram o direito que é garantido pela Constituição a qualquer cidadão, desde que não se chame Luiz Inácio Lula da Silva. Negaram a decisão da ONU, desrespeitando do Pacto Internacional dos Direitos Covis e Políticos que o Brasil assinou soberanamente.

Por ação, omissão e protelação, o Judiciário brasileiro privou o país de um processo eleitoral com a presença de todas as forças políticas. Cassaram o direito do povo de votar livremente. Agora querem me proibir de falar ao povo e até de aparecer na televisão. Me censuram, como na época da ditadura.

Talvez nada disso tivesse acontecido se eu não liderasse todas as pesquisas de intenção de votos. Talvez eu não estivesse preso se aceitasse abrir mão da minha candidatura. Mas eu jamais trocaria a minha dignidade pela minha liberdade, pelo compromisso que tenho com o povo brasileiro.

Fui incluído artificialmente na Lei da Ficha Limpa para ser arbitrariamente arrancado da disputa eleitoral, mas não deixarei que façam disto pretexto para aprisionar o futuro do Brasil.

É diante dessas circunstâncias que tenho de tomar uma decisão, no prazo que foi imposto de forma arbitrária. Estou indicando ao PT e à Coligação “O Povo Feliz de Novo” a substituição da minha candidatura pela do companheiro Fernando Haddad, que até este momento desempenhou com extrema lealdade a posição de candidato a vice-presidente.

Fernando Haddad, ministro da Educação em meu governo, foi responsável por uma das mais importantes transformações em nosso país. Juntos, abrimos as portas da Universidade para quase 4 milhões de alunos de escolas públicas, negros, indígenas, filhos de trabalhadores que nunca tiveram antes esta oportunidade. Juntos criamos o Prouni, o novo Fies, as cotas, o Fundeb, o Enem, o Plano Nacional de Educação, o Pronatec e fizemos quatro vezes mais escolas técnicas do que fizeram antes em cem anos. Criamos o futuro.

Haddad é o coordenador do nosso Plano de Governo para tirar o país da crise, recebendo contribuições de milhares de pessoas e discutindo cada ponto comigo. Ele será meu representante nessa batalha para retomarmos o rumo do desenvolvimento e da justiça social.

Se querem calar nossa voz e derrotar nosso projeto para o País, estão muito enganados. Nós continuamos vivos, no coração e na memória do povo. E o nosso nome agora é Haddad.

Ao lado dele, como candidata a vice-presidente, teremos a companheira Manuela D’Ávila, confirmando nossa aliança histórica com o PCdoB, e que também conta com outras forças, como o PROS, setores do PSB, lideranças de outros partidos e, principalmente, com os movimentos sociais, trabalhadores da cidade e do campo, expoentes das forças democráticas e populares.

A nossa lealdade, minha, do Haddad e da Manuela, é com o povo em primeiro lugar. É com os sonhos de quem quer viver outra vez num país em que todos tenham comida na mesa, em que haja emprego, salário digno e proteção da lei para quem trabalha; em que as crianças tenham escola e os jovens tenham futuro; em que as famílias possam comprar o carro, a casa e continuar sonhando e realizando cada vez mais. Um país em que todos tenham oportunidades e ninguém tenha privilégios.

Eu sei que um dia a verdadeira Justiça será feita e será reconhecida minha inocência. E nesse dia eu estarei junto com o Haddad para fazer o governo do povo e da esperança. Nós todos estaremos lá, juntos, para fazer o Brasil feliz de novo.

Quero agradecer a solidariedade dos que me enviam mensagens e cartas, fazem orações e atos públicos pela minha liberdade, que protestam no mundo inteiro contra a perseguição e pela democracia, e especialmente aos que me acompanham diariamente na vigília em frente ao lugar onde estou.

Um homem pode ser injustamente preso, mas as suas ideias, não. Nenhum opressor pode ser maior que o povo. Por isso, nossas ideias vão chegar a todo mundo pela voz do povo, mais alta e mais forte que as mentiras da Globo.

Por isso, quero pedir, de coração, a todos que votariam em mim, que votem no companheiro Fernando Haddad para Presidente da República. E peço que votem nos nossos candidatos a governador, deputado e senador para construirmos um país mais democrático, com soberania, sem a privatização das empresas públicas, com mais justiça social, mais educação, cultura, ciência e tecnologia, com mais segurança, moradia e saúde, com mais emprego, salario digno e reforma agrária.

Nós já somos milhões de Lulas e, de hoje em diante, Fernando Haddad será Lula para milhões de brasileiros.

Até breve, meus amigos e minhas amigas. Até a vitória!

Um abraço do companheiro de sempre,

Luiz Inácio Lula da Silva


Lula’s letter to the Brazilian People

My friends,

You surely know by now that the courts have banned me from running for the Presidency of the Republic. Actually, they have banned the Brazilian people from voting freely to change the grim reality of our country.

I have never accepted injustice, and never will. For more than 40 years I have walked alongside the Brazilian people, advocating equality and the transformation of Brazil into a better and more just country. And it was by walking all over our country that I could see from close the suffering burning the soul and the hope shining again in the eyes of our people. I saw indignation with the many wrong things that are happening and the wish to improve one’s life again.

It was to correct so many mistakes and to renew hope in the future that I decided to be a presidential candidate. And in spite of the lies and the persecution, the people embraced us on the streets and led us to the top of all opinion polls.

I have been in jail unjustly for over five months. I have committed no crime and I was convicted by the press long before I was tried. I continue challenging the Car Wash prosecutors, Judge Sérgio Moro, and appellate court TRF-4 to present a single piece of evidence against me, for one cannot be found guilty for crimes not committed, for money not diverted, for acts not determined.

My conviction is a judicial charade, a political vengeance, always resorting to exceptional measures against me. They don’t want to arrest and ban just the citizen Luiz Inácio Lula da Silva. They want to arrest and ban the Brazil project that the majority approved in four consecutive elections, and which was only interrupted by a coup against a legitimately elected president– who did not commit any ‘crime of responsibility’–that ultimately plunged the country into chaos.

You know me and you know that I would never give up fighting. I lost my companion Marisa, grieved with all she had seen happen to our family, but I did not give up, also in honor of her memory. I faced the charges on the basis of the law. I decried the lies and abuses of authority in every court, including the UN Human Rights Committee, which acknowledged my right to be a candidate.

The legal community, at home and abroad, became indignant with the aberrations committed by Sergio Moro and the Porto Alegre Court. Leaders across the globe denounced the attempt against democracy in which my process was transformed into. The international press has shown the world what [media conglomerate] Globo sought to conceal.

Still, the Brazilian courts denied me a right guaranteed by the Constitution to any citizen, provided he or she does not go by the name Luiz Inácio Lula da Silva. They rejected the UN decision, disrespecting the International Covenant on Civil and Political Rights, which a sovereign Brazil had subscribed to.

By action, omission, and protraction, the Brazilian Judiciary deprived the country of an electoral process with the presence of all political forces. They nullified the right of the people to freely vote. Now they want to prohibit me from speaking to the people and even of appearing on television. They censor me, just like they did during the dictatorship.

Possibly nothing would have happened weren’t I leading all the voting intentions polls. Maybe I would not be in jail if I had accepted to give up my candidacy. But I would never trade my dignity for my freedom, for the commitment I have to the Brazilian people.

I was artificially included in the Clean Slate Law to be arbitrarily pulled out from the electoral race, but I will not allow them to make this their pretext to imprison the future of Brazil.

It is in face of these circumstances that I have to make a decision, within an arbitrarily imposed deadline. I am recommending to the PT and to the “O Povo Feliz de Novo” Coalition the replacement of my candidacy with that of my brother Fernando Haddad, who has thus far so loyally carried out the position of vice-presidential candidate.

Fernando Haddad, the Minister of Education in my government, was responsible for a major transformation in our country. Together, we opened the doors of University to nearly 4 million students coming from public schools, blacks, indigenous peoples, the children of workers who had never before had such opportunity. Together, we created the Prouni, the new Fies, the quotas, Fundeb, Enem, the National Education Plan, Pronatec, and we started four times more technical schools than had been started in the preceding one hundred years. We created the future.

Haddad is the coordinator of our Plan of Government designed to get the country out of the crisis, receiving contributions from thousands of people and discussing each point with me. He will be my representative in this battle to reset the course toward development and social justice.

If they wish to silence our voices and defeat our project for the country, they are fooling themselves. We are still alive, in the hearts and memories of the people. And our name now is Haddad.

By his side, running as vice-presidential candidate, we will have our sister Manuela D’Ávila, confirming our historical alliance with the PCdoB, and other forces such as the PROS, PSB sectors, leaders from other parties and, above all, with the social movements, with the workers in the cities and in the countryside, exponents of the democratic and people’s forces.

Our loyalty, mine, Haddad’s and Manuela’s, is with the people in the first place. It is with the dreams of those who want to live again in a country in which all have food on the table, in which there is employment, decent wages, legal protection for those who work; in which the children have schools and the youth, a future; in which the families can afford to buy a car, a home, and keep on dreaming and achieving. A country in which all shall have opportunities and no one shall have any privilege.

I know that one day true Justice will be made and my innocence will be recognized. And that day I will be with Haddad to carry out the government of the people and of hope. We shall all be there, together, to make Brazil happy again.

I wish to thank the solidarity of those who have sent me messages and letters, who have prayed and organized rallies for my freedom, who protest around the world against persecution and for democracy, and particularly those who have been keeping me daily company outside the place I am.

A man can be unfairly incarcerated, but his ideas cannot. No oppressor can be bigger than the people. That is why our ideas will reach everyone through the voice of the people, louder and stronger than the lies spread by Globo.

So, it is from my heart that I wish to ask all those who would vote for me to vote in my brother Fernando Haddad for President of the Republic. And to ask you to vote in our gubernatorial candidates, in our candidates running for representatives and senators, so that we can build a more democratic country, with sovereignty, without privatization of public companies, with more social justice, more education, culture, science and technology, more safety, housing and health, with more employment, decent wages, and with land reform.

Today, we have become millions of Lulas and, from now on, Fernando Haddad will be Lula for millions of Brazilians.

So long, my friends. Till victory!

A hug from your companion of always,

Luiz Inácio Lula da Silva


Carta de Lula al pueblo brasileño

Mis amigos y mis amigas,

Ustedes deben saber ya que los tribunales han prohibido mi candidatura a presidente de la República. En verdad, han prohibido que el pueblo brasileño vote libremente para cambiar la triste realidad del país.

Nunca he aceptado la injusticia, ni la voy a aceptar. Desde hace más de 40 años camino junto al pueblo, defendiendo la igualdad y la transformación de Brasil en un país mejor y más justo. Y fue recorriendo nuestro país que vi de cerca el sufrimiento quemando en el alma y la esperanza brillando de nuevo en los ojos de nuestra gente. He visto la indignación ante las cosas tan equivocadas que están haciendo y las ganas de mejorar la vida otra vez.

Fue para corregir tantos errores y renovar la esperanza en el futuro que decidí ser candidato a presidente. Y pese a las mentiras y la persecución, el pueblo nos ha abrazado en las calles y nos ha llevado al liderazgo absoluto en todas las encuestas.

Desde hace más de cinco meses estoy preso injustamente. No he cometido ningún crimen y he sido condenado por la prensa mucho antes de ser juzgado. Sigo desafiando a los fiscales de la Lava Jato, al juez Sérgio Moro y al TRF-4 a que presenten una única prueba contra mí, pues no se puede condenar a alguien por crímenes que no ha practicado, por dinero que no ha desviado, por actos indeterminados.

Mi condena es una farsa judicial, una venganza política, siempre usando medidas de excepción contra mí. Ellos no quieren arrestar e impedir tan solo al candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Quieren arrestar e impedir el proyecto de Brasil que la mayoría ha aprobado en cuatro elecciones consecutivas, y que solo fue interrumpido por un golpe contra una presidenta legítimamente electa, que no cometió ningún crimen de responsabilidad, golpe que lanzó al país al caos.

Ustedes me conocen y saben que yo jamás desistiría de luchar. He perdido a mi compañera Marisa, que se fue con la amargura de todo lo que le sucedió a nuestra familia, pero no he desistido, incluso en homenaje a su memoria. He enfrentado a las acusaciones con base en la ley y en el derecho. He denunciado las mentiras y los abusos de autoridad en todos los tribunales, entre ellos el Comité de Derechos Humanos de la ONU, que reconoció mi derecho de ser candidato.

La comunidad jurídica, dentro y fuera del país, se indignó con las aberraciones cometidas por Sérgio Moro y por el Tribunal de Porto Alegre. Líderes de todo el mundo han denunciado el atentado a la democracia en el que mi proceso se ha convertido. La prensa internacional mostró al mundo lo que la Globo intentó esconder.

Aun así los tribunales brasileños me han negado el derecho que garantiza la Constitución a cualquier ciudadano, siempre y cuando no se llame Luiz Inácio Lula da Silva. Han negado la decisión de la ONU, violando el Pacto Internacional de los Derechos Civiles y Políticos que Brasil ha firmado soberanamente.

Por acción, omisión y protección, el Poder Judicial brasileño ha privado al país de un proceso electoral con la presencia de todas las fuerzas políticas. Han impedido la realización del derecho del pueblo de votar libremente. Ahora quieren prohibirme de hablarle al pueblo y hasta de aparecer en televisión. Me censuran, como en la época de la dictadura.

Tal vez nada de esto habría ocurrido si yo no liderara todas las encuestas de intención de voto. Quizá yo no estaría preso si aceptara renunciar a mi candidatura. Pero yo jamás cambiaría mi dignidad por mi libertad, a causa del compromiso que tengo con el pueblo brasileño.

Me incluyeron artificialmente en la Ley Ficha Limpia para arrancarme de forma arbitraria de la disputa electoral, pero no permitiré que se haga de esto un pretexto para aprisionar el futuro de Brasil.

Es frente a estas circunstancias que tengo que tomar una decisión, en el plazo que se me ha impuesto arbitrariamente. Estoy indicando al PT y a la Coligación “El Pueblo Feliz de Nuevo” la sustitución de mi candidatura por la del compañero Fernando Haddad, que hasta este momento ha desempeñado con extrema lealtad la posición de candidato a vicepresidente.

Fernando Haddad, ministro de Educación en mi gobierno, fue responsable de una de las transformaciones más importantes de nuestro país. Juntos, hemos abierto las puertas de la Universidad a casi cuatro millones de estudiantes que nunca antes habían tenido esta oportunidad. Juntos creamos el ProUni, el nuevo Fies, la política de cupos, el Fundeb, el Enem, el Plan Nacional de Educación, el Pronatec e hicimos cuatro veces más escuelas técnicas que lo que habían hecho en cien años. Hemos creado el futuro.

Haddad es el coordinador de nuestro Plan de Gobierno para sacar al país de la crisis, recibiendo contribuciones de miles de personas y discutiendo cada punto conmigo. Él será mi representante en esta batalla para que retomemos el rumbo del desarrollo y de la justicia social.

Si quieren acallar nuestra voz y derrotar nuestro proyecto para el País, están muy equivocados. Nosotros seguimos vivos, en el corazón y en la memoria del pueblo. Y nuestro nombre ahora es Haddad.

A su lado, como candidata a vicepresidenta, tendremos a la compañera Manuela D’Ávila, confirmando nuestra alianza histórica con el PCdoB, y que también cuenta con otras fuerzas, como el PROS, sectores del PSB, líderes de otros partidos y, sobre todo, con los movimientos sociales, trabajadores de la ciudad y del campo, exponentes de las fuerzas democráticas y populares.

Nuestra lealtad, la mía, de Haddad y Manuela, es con el pueblo en primer lugar. Es con los sueños de quienes quieren vivir otra vez en un país en el que todos tengan comida en la mesa; en el que haya empleo, salario digno y protección de la ley para los que trabajan; en el que los niños y niñas tengan escuelas y los jóvenes tengan futuro; en el que las familias puedan comprarse su coche, su casa y seguir soñando y realizando cada vez más. Un país en el que todos tengan oportunidades y nadie tenga privilegios.

Yo sé que un día la verdadera Justicia se hará y mi inocencia será reconocida. Ese día estaré junto a Haddad para hacer el gobierno del pueblo y de la esperanza. Todos nosotros estaremos allí, juntos, para hacer a Brasil feliz de nuevo.

Quiero agradecer la solidaridad de los que me envían mensajes y cartas, hacen oraciones y actos públicos por mi libertad, protestan en el mundo contra la persecución y luchan por la democracia, y especialmente a los que me acompañan a diario en la vigilia frente al sitio en el que estoy.

Pueden aprisionar injustamente a un hombre, pero no a sus ideas. Ningún opresor puede ser mayor que el pueblo. Por eso, nuestras ideas van a llegar a todo el mundo por la voz del pueblo, más alta y más fuerte que la Globo.

Por eso, quiero pedirles, de corazón, a todos los que me votarían a mí, que voten al compañero Fernando Haddad para presidente de la República. Y les pido que voten a nuestros candidatos a gobernador, diputado y senador para que construyamos un país más democrático, con soberanía, sin la privatización de las empresas públicas, con más justicia social, más educación, cultura, ciencia y tecnología, con más seguridad, vivienda y salud, con más empleo, salario digno y reforma agraria.

Nosotros ya somos millones de Lulas y, a partir de hoy, Fernando Haddad será Lula para millones de brasileños.

Hasta pronto, mis amigos y mis amigas. ¡Hasta la victoria!

Un abrazo del compañero de siempre,

Luiz Inácio Lula da Silva


Lettle de Lula au peuple brésilien

Mes amis et mes amies,

Comme vous le savez déjà, les tribunaux ont prohibé que je me présente candidat aux élections présidentielles. En fait, ils ont prohibé le peuple brésilien de voter librement pour changer la triste réalité du pays.

Je n’ai jamais accepté l’injustice, et je ne vais jamais l’accepter. Il y a plus de quarante ans que je marche avec le peuple, en défendant l’égatlité et la transformation du Brésil dans un pays meilleur et plus juste. Et c’est en parcourant notre pays que j’ai vu de près la souffrance brûler dans l’âme et l’espoir briller à nouveau dans les yeux de nos concitoyens. J’ai vu l’indignation avec les mauvais faits qui arrivent et la volonté d’avoir à nouveau une meilleure vie.

C’est pour corriger tant d’erreurs et pour renouveler l’espoir dans le futur que j’ai décidé d’être candidat à la présidence. Et malgré les mensonges et la persécution, le peuple nous a accueilli dans les rues et nous à porté à la première place dans tous les sondages.

Il y a plus de cinq mois que j’ai été emprisonné injustement. Je n’ai commis aucun crime et j’ai été condamné par la presse bien avant mon jugement. Je défie toujours les procureurs de l’opération Lava Jato, ainsi que le juge Sergio Moro et le TRF 4 à présenter  une seule preuve que ce soit  contre moi, car on ne peut condamner personne pour des crimes qu’elle n’a pas commis, pour de l’argent  qu’elle n’a pas dévié, ni pour des actes indéterminés.

Ma condamnation est une farce judiciaire, une vengeance politique, toujours avec des mesures d’exception contre moi. On ne veut pas arrêter et interdire seulement le citoyen Luiz Inácio Lula da Silva. On veut arrêter et interdire le projet de pays que la majorité du peuple a approuvé en quatre élections consécutives, et qui n’a été interrompu qu’au moyen d’un coup d’état contre une présidente légitimement élue, qui n’a commis aucun crime de responsabilité, ce qui a jeté le pays dans le chaos.

Vous me connaissez et vous savez que je ne renoncerais jamais au combat. J’ai perdu ma partenaire Marisa, dans l’amertume causé par tout ce qui est arrivé à notre famille, mais je n’ai pas baissé les bras, surtout en l’honneur de sa mémoire. J’ai traité les accusations sur la base de la loi et du droit. J’ai dénoncé les mensonges et les abus d’autorité de toutes les cours, y compris le Comité des droits de l’homme des Nations unies, qui a reconnu mon droit d’être candidat.La communauté juridique, au Brésil et à l’étranger, s’est indignée des dérives commises par Sergio Moro et la Cour de Porto Alegre. Les dirigeants du monde entier ont dénoncé l’attaque contre la démocratie dans laquelle mon processus a changé. La presse internationale a montré au monde ce que le réseau de télévision Globo a essayé de cacher.Et pourtant, les tribunaux brésiliens m’ont refusé le droit garanti par la Constitution à tout citoyen ; dès qu’il ne s’appelle pas Luiz Inácio Lula da Silva. Ils ont nié la décision de l’ONU, faisant fi du Pacte international relatif aux pactes et droits politiques, que le Brésil a signé.Par action, omission et retardement, le système judiciaire brésilien a privé le pays d’un processus électoral en présence de toutes les forces politiques. Ils ont interdit le peuple de voter librement. Maintenant, ils veulent m’interdire de parler aux gens et même de paraître à la télévision. Ils me censurent, comme ils le faisaient à l’époque de la dictature.Peut-être rien de tout cela ne serait-il arrivé si je n’avais pas été en tête de tous les sondages. Peut-être que je n’aurais pas été arrêté si j’avais renoncé à ma candidature. Mais je ne changerais jamais ma dignité pour ma liberté, pour l’engagement que j’ai avec le peuple brésilien.

J’ai été inclu artificiellement à la loi de la Ficha Limpa (un dossier propre) pour être arbitrairement arraché du concours électoral, mais je ne les laisserai pas utiliser ce prétexte pour emprisonner l’avenir du Brésil.

C’est face à ces circonstances que je dois prendre une décision dans un délai qui a été imposé de manière arbitraire. J’indique au PT et à la Coalition “Le peuple heureux à nouveau” le remplacement de ma candidature par celle du camarade Fernando Haddad, qui jusqu’à présent a joué avec une extrême loyauté la position de candidat à la vice-présidence.

Fernando Haddad, ministre de l’Éducation de mon gouvernement, a été le responsable de l’une des transformations les plus importantes de notre pays. Ensemble, nous avons ouvert les portes de l’Université à près de 4 millions d’étudiants des écoles publiques, de noirs, d’indigènes et d’enfants de travailleurs qui n’avaient jamais eu cette possibilité auparavant. Ensemble, nous avons créé les programmes Prouni, les nouveaux Fies, les quotas, le Fundeb, l’Enem, le Plan national d’éducation, le Pronatec et nous avons fait quatre fois plus d’écoles techniques qu’on n’avait pas fait avant nous pendant cent ans. Nous avons créé le futur.

Haddad est le coordinateur de notre plan gouvernemental pour sortir le pays de la crise, recevoir des contributions de milliers de personnes et discuter de chaque point avec moi. Il sera mon représentant dans cette bataille pour reprendre la voie du développement et de la justice sociale.

S’ils veulent faire taire notre voix et vaincre notre projet pour le pays, ils se trompent beaucoup. Nous vivons encore dans le cœur et dans la mémoire des gens. Et notre nom maintenant, c’est Haddad.

A côté de lui, en tant que candidate à la vice-présidence, nous avons Manuela D’Avila, ce qui confirme notre alliance historique avec le PCdoB, et qui compte aussi sur d’autres forces comme le PROS, des secteurs PSB, des dirigeants d’autres partis, et en particulier , sur les mouvements sociaux, les travailleurs de la ville et de la campagne, les représentants des forces démocratiques et populaires.

Notre loyauté, la mienne, celle de Haddad et Manuela, est d’abord avec le peuple, c’est avec les rêves de ceux qui veulent vivre à nouveau dans un pays où tout le monde a à manger sur la table, où il y des emplois, des salaires décents et la protection de la loi pour ceux qui travaillent; où les enfants ont une école et les jeunes ont un avenir; dans lequel les familles peuvent acheter leur voiture, leur maison et continuer à rêver et à réaliser leurs rêves de plus en plus. Un pays où tout le monde puisse avoir des  opportunités et personne n’ait de privilèges.

Je sais qu’un jour la vraie justice sera faite et mon innocence sera reconnue. Et ce jour-là, je serai avec Haddad pour faire un gouvernement du peuple et de l’espoir. Nous serons tous là pour rendre le Brésil à nouveau heureux.

Je veux remercier la solidarité de ceux qui m’envoient des messages et des lettres, qui font des prières et des actes publics pour ma liberté, qui protestent contre ma persécution et manifestent pour la démocratie au Brésil dans le monde entier et surtout ceux qui m’accompagnent chaque jour devant ce lieu où je suis.

Un homme peut être injustement emprisonné, mais ses idées, non. Aucun oppresseur ne peut être plus grand que le peuple. C’est pour cela que nos idées atteindront tout le monde par la voix du peuple, plus grande et plus forte que les mensonges de TV Globo.

Pour autant, je veux donc demander de tout mon cœur à tous ceux qui voteraient pour moi de voter pour le camarade Fernando Haddad à la présidence de la République. Et je vous demande de voter pour nos candidats aux postes de gouverneur, député et sénateur afin de construire un pays plus démocratique et souverain, sans la privatisation des entreprises publiques, avec plus de justice sociale, plus d’éducation, de culture, de science et de technologie, plus de sécurité, de logement, plus de santé, avec plus d’emplois, des salaires décents et une réforme agraire.

Nous sommes déjà des millions de Lulas, et Fernando Haddad sera désormais Lula pour des millions de Brésiliens.

A bientôt, mes amies et mes amis. À la victoire!

Votre ami de toujours vous embrasse,

Luiz Inácio Lula da Silva

PT Cast