Bolsonaro fracassa na economia, Guedes continua perdido e inflação de alimentos dispara

A taxa do IPCA acelerou para 0,86% em outubro e sinaliza que o dragão está acordado, mesmo no meio da maior recessão da história do Brasil. Os preços da comida da cesta básica estão em alta descontrolada desde o início do ano: óleo de soja disparou 77,69%; arroz, 59,48%; e feijão fradinho, 58,49%. Enquanto isso, o governo faz de conta que está tudo bem e continua focado na política de arrocho fiscal

Agência PT

O ano de 2020 vai entrar para a história como um dos mais nefastos para o país, por causa da omissão criminosa e irresponsável do governo. O presidente Jair Bolsonaro será citado pelos livros como o responsável pelo aumento da desigualdade e a volta da inflação, que parecia derrotada após 35 anos. Nesta sexta-feira, 6 de novembro, saiu o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrado em outubro: 0,86%. A taxa registrada é a maior para outubro desde 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso, quando o indicador foi de 1,31%.

O governo Bolsonaro está perdendo a guerra contra o dragão da inflação e os preços dos produtos da cesta básica de alimentação disparou: o óleo de soja subiu 77,69%; o arroz, 59,48%; e feijão fradinho, 58,49%. A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou o governo. “Este é o governo Bolsonaro. A inflação em 12 meses foi a 16,41%, só vista no Plano Real e maior que a crise de 2008. Temos safras recordes, mas hoje a diferença é que nada foi feito para garantir comida na mesa do trabalhador”, alerta. 

Ela lamenta que o custo de vida esteja afetando justamente quem mais precisa: os pobres. Em São Paulo, a cesta básica subiu oito vezes mais que a inflação oficial do governo. A alta da cesta básica é elevada em 15 das 17 capitais pesquisadas. “A vida do povo continua endurecendo: preço do gás de cozinha, que já estava alto, subiu ainda mais. Em alguns lugares o botijão está R$ 105. E o governo vai acionar termoelétricas por causa de baixos reservatórios, o que vai aumentar o preço da energia”, ressalta.

Enquanto isso, o próprio governo não se sente estimulado a adotar qualquer medida para reverter o quadro de descontrole inflacionário. O diretor diretor de Política Econômica do Banco Central, Fábio Kanczuk, admitiu nesta sexta-feira que a inflação veio acima do esperado, mas diz que isso não deve afetar a condução da política monetária. E confirmou que o brasileiro ainda deve conviver com a inflação alta nos próximos meses. 

Ele também disse que a taxa básica de juros (Selic) da economia também não será afeta. Para Kankczuk, o “choque inflacionário” é temporário. Segundo o burocrata da equipe econômica, o aspecto fiscal é o maior fator de risco para a inflação e os juros. E nada vai mudar. Ou seja, prevalece a política fiscal de Paulo Guedes, que impede investimentos do governo federal, estrangulando gastos e afetando com aumento do desemprego e da desigualdade social.

O governo Bolsonaro está perdendo a guerra contra o dragão da inflação e os preços dos produtos da cesta básica de alimentação disparou: o óleo de soja subiu 77,69%; o arroz, 59,48%; e o feijão fradinho, 58,49%

Um ano de assombro

A elevação dos preços é sentida com maior efeito no setor de alimentos. Produtos como o óleo de soja e o arroz agulhinha tiveram aumento de preço nas 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O preço médio da carne bovina de primeira subiu em 16 e o do tomate, em 13 cidades.

Em São Paulo, em outubro, aumentaram os preços de tomate (23,22%), batata (20,31%), óleo de soja (14,01%), arroz agulhinha (7,62%), banana (6,15%), carne bovina de primeira (5,12%), café em pó (1,96%), manteiga (1,19%), feijão carioquinha (0,89%), açúcar refinado (0,84%) e leite integral (0,21%). O Dieese apurou redução na farinha de trigo (-5,99%) e no pão francês (-0,45%).

Em outubro, os preços dos produtos básicos só não aumentaram em Salvador (-1,05%) e Curitiba (-0,60%). No ano, alta em todas as capitais, variando de 3,50% (Brasília) a 26,07% (Salvador). No acumulado em 12 meses, a cesta sobe também nas 17 cidades pesquisadas, de 10,99% (novamente Brasília) a 36,08% (Aracaju), atingindo 35,86% em Goiânia, 31,89% em Belo Horizonte e 31,86% em Fortaleza.

Com base na cesta mais cara (São Paulo, R$ 595,87), o Dieese calculou em R$ 5.005,91 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças). Esse valor corresponde a 4,79 vezes o mínimo oficial, de R$ 1.045.

Ainda de acordo com o instituto, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta foi de 108 horas e 2 minutos, acima de setembro (104 horas e 14 minutos). O trabalhador remunerado pelo mínimo comprometeu 53,09% do salário líquido para comprar os alimentos básicos, ante 51,22% no mês anterior.

Da Redação

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