Cida Abreu convoca militância para votar no PED 2013

Cida Abreu convoca militância para votar no PED 2013

“O PT surge da necessidade sentida por milhões de brasileiras (os) de intervir na vida social e política do país para transformá-la… Agora, as vozes do povo começam a se fazer ouvir por meio de suas lutas…O avanço das lutas populares permitiu que negros (as), quilombolas, indígenas, mulheres, estudantes e outros setores excluídos pudessem se organizar para exigir melhores condições de trabalho e comprovar a união de que são capazes” (Manifesto Pró-PT, 10 de fevereiro de 1980).

Desde sua origem o Partido dos Trabalhadores reconhece a importância da luta antirracista envolvendo-a no bojo das lutas por liberdades democráticas. Vem programaticamente incorporando a temática racial como componente indispensável na luta pela emancipação da classe trabalhadora e para superação das desigualdades etnicorraciais.

A cada Encontro o PT, o debate sobre a questão racial ganha mais visibilidade, confirmando de que o racismo não se trata apenas um problema dos negros, mas uma questão nacional e uma tarefa de todos dentro do PT.
A Secretaria Nacional de Combate ao Racismo em parceria com o Núcleo de Parlamentares Negros do PT (Nupan), realizou cinco seminários regionais com o objetivo de subsidiar o programa de governo Um Brasil para todos – Lula Presidente. Deu grande visibilidade publicitária à luta antirracista ao criar o símbolo que marcou toda a campanha eleitoral do Lula em 2002. O menino negro abraçado à estrela do PT marcou a peça publicitária “Um voto com raça e com classe”.

Há 33 anos negros e negras, vêm reescrevendo uma nova narrativa na promoção da igualdade racial, inspirados na igualdade e liberdade socialista que encontramos tanto na ancestralidade africana e na diáspora quanto no ideário do Partido dos Trabalhadores.

Cumprindo resoluções do IV Congresso as direções partidárias, a partir do PED 2013, devem garantir a cota etnicorracial, 20% de negros, jovens e paridade entre homens e mulheres. Um grande avanço político, na medida em que essa é uma inovação na história do PT e traduz a ampliação do nível de empoderamento de negros e negras através da política de cotas na direção partidária.

O racismo brasileiro é de natureza estrutural, portanto, têm uma dimensão nacional que perpassa a educação, a cultura, a economia, a política e todas as dimensões da sociedade. Sendo assim, não cabem apenas às organizações do Movimento Negro a responsabilidade de propor, fiscalizar e monitorar a execução de políticas de eliminação do racismo, mas ao conjunto do governo e demais instituições da sociedade civil. Cabe afirmar que a democratização da sociedade e do Estado brasileiro, compõe parte do projeto estratégico do PT rumo ao socialismo, mas cabe ao PT responder se na construção desse processo há espaço para a afirmação das identidades, para o alinhamento às ações afirmativas e para um projeto de desenvolvimento que possa combater as desvantagens materiais e simbólicas acumuladas pelos negros na sociedade brasileira.

A partir do governo do ex-presidente Lula, houve um inegável crescimento do debate da questão racial na sociedade, nas instituições e, sobretudo, no interior do Estado brasileiro.  Nenhum governo na história da República ousou e materializou tantos mecanismos públicos de promoção da igualdade racial como o Governo Lula, embora existam exigências de aperfeiçoamento nas modalidades adotadas pelo Governo Federal.

Com aprovação do Estatuto da Igualdade Racial transformado na Lei 12.288/2010, os partidos políticos são obrigados a destinar ao negros 10% de vagas; exige que o sistema público de saúde se especializar no tratamento e prevenção das doenças de maior incidências na população negra; na educação, passa a ser obrigatória a inclusão no currículo do ensino fundamental de aulas sobre a história geral da África e do negro no Brasil (Lei 10.639/2003); incentivo fiscal que o governo poderá dar a empresas com mais de 20 funcionários que decidirem contratar pelo menos 20% de negros.

Se faz necessário não só dar continuidade, mas também priorizar as políticas de combate às desigualdades etnicorraciais, o desenvolvimento de políticas sociais afirmativas dos direitos da população negra, através da efetivação do Sistema de Direitos, ampliação dos recursos orçamentários em curso no Ministério de Planejamento e Gestão para o sucesso dessas iniciativas.

Para isso é necessário e fundamental o compromisso do Partido dos Trabalhadores com as lideranças negras, que em sua base partidária constitui-se de militantes negros (as) em número suficiente para ter representatividade em todas as instâncias de direção, acabando com a lógica da exclusão, aprofundando, dessa forma o debate sobre a temática racial e incorporando a agenda de combate ao racismo tanto internamente quanto no Programa de Governo como na política de Estado.

Os desafios para o PT e o governo da presidenta Dilma Rousseff não devem ser exclusivamente econômicos, nem como restritos ao crescimento do país. Defendemos outro modelo de desenvolvimento, socialmente inclusivo, sem racismo, regionalmente integrado, tecnologicamente avançado e ambientalmente sustentável.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=cP-yk-WWa-c

PT Cast