Profissionais do cinema fazem ato em defesa da democracia

Em ato na Central do Brasil, profissionais do cinema e do audiovisual se posicionaram contra o impeachment de Dilma e pela manutenção do Estado de Direito

Foto: Akemi Nitahara/Agência Brasil

O ato ‘Cinema Brasileiro Pela Democracia’ reuniu profissionais que trabalham com cinema e no setor de audiovisual brasileiro contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O evento aconteceu nesta terça-feira (29), na Central do Brasil, no Rio de Janeiro.

Os participantes defenderam a manutenção do Estado de Direito, a democratização da mídia e das telas para a exibição de mais filmes nacionais. No paredão do prédio da Central, os organizadores projetaram montagens, memes, charges e manifestações de apoio ao movimento, além de falas dos participantes.

Para o diretor e roteirista Vinícius Reis, um dos organizadores do ato, o Brasil está presenciando um golpe neste momento, com um processo de “impeachment sem base jurídica”.

“A gente está em uma vigília pela democracia. No momento a gente está vivendo um golpe no país. Há uma grande mobilização dos setores e dos artistas. Tem outros atos do cinema acontecendo em outros estados”, afirmou Reis.

A escolha da Central do Brasil para a mobilização, segundo ele, é simbólica. “A Central é um local bom de mobilização, é um cenário, uma locação popular, todo o Rio de Janeiro está passando por aqui nesse final de expediente, no final do dia de trabalho. E o cinema, nos últimos anos, é uma arte que se tornou mais popular e tem mobilizado bastante a sociedade. Você tem cineclubistas de comunidades, de periferias”, explicou.

Reis informou que o objetivo do ato também é chamar para a Jornada Nacional em Defesa da Democracia, marcada pela Frente Brasil Popular para quinta-feira (31).

“Nós vamos participar também da jornada do dia 31. Tem vários atos, ontem teve o do teatro, saindo daqui tem o ato da música, do samba em Copacabana. São pequenos atos convocando para o dia 31, é uma grande vigília pela democracia, ou o que resta dela”, disse.

Outra organizadora do ato, a produtora Vania Catani, lembra que o setor de audiovisual lançou um manifesto na semana passada, que já conta com mais de 3,2 mil nomes.

“A gente é pela democracia, pelo Estado de Direito, que a Justiça não seja partidária e seja justa, que as coisas sejam analisadas para todos de igual maneira. É o que eu acho. O manifesto já tem mais de 3 mil nomes e o grupo do Facebook tem mais de 5 mil nomes”, disse a produtora.

Além da “defesa da democracia e da legalidade” e contra “arbitrariedades promovidas por setores da Justiça”, o texto do manifesto aborda pautas setoriais e denuncia o que chamou de “enganosa narrativa” que vem sendo construída.

“Televisões, revistas e jornais, formadores de opinião criaram uma obra distorcida, colaborando para aumentar a crise que o país atravessa, insuflando a sociedade e alimentando a ideia do impeachment com o objetivo de devolver o poder a seus aliados. Tal agenda envolve desqualificar as empresas nacionais estratégicas, entre as quais se insere a emergente indústria do audiovisual”, diz o manifesto divulgado pelos profissionais do cinema e audiovisual.

Entre os profissionais que assinam o manifesto do audiovisual e do cinema estão Wagner Moura, Paulo Betti, Karim Ainouz, Jorge Furtado, Anna Muylaert, Tata Amaral, Alê Abreu, Gregório Duvivier, Laís Bodanski, Tizuka Yamazaki, Leticia Sabatella e Silvia Buarque.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias, com informações da Agência Brasil

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