Coaf: movimentação suspeita cita nome de ex-secretária de Bolsonaro

Nathália Melo de Queiroz, filha de ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL) que movimentou R$ 1,2 milhão, foi secretária do presidente eleito até o dia 15 de outubro

Fernando Frazão/Agência Brasil)

Michelle e Jair Bolsonaro

O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificou movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão do ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), cita também o nome de Nathália Melo de Queiroz, ex-secretária parlamentar de Jair Bolsonaro (PSL). Até o mês passado, ela estava lotada no gabinete da Câmara do presidente eleito.

Nathália é filha de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor e motorista do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL). Segundo o Coaf, Queiroz movimentou em sua conta R$ 1,2 milhão, valor cerca de 500% superior aos seus rendimentos. Consta da folha de pagamento da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) de setembro que ele recebia R$ 8,5 mil. Além disso, o motorista acumulava um rendimento mensal de R$ 12,6 mil da Polícia Militar.

Segundo reportagem do Estadão, as movimentações suspeitas identificadas pelo Coaf também ocorreram entre as contas de Queiroz e sua filha Nathália. O nome da ex-secretária de Bolsonaro aparece duas vezes no relatório do conselho, mas não há detalhes sobre os valores individuais transferidos entre ela e o pai. No documento, por sua vez, consta o valor total de R$ 84 mil junto ao nome dela. De acordo com a folha de pagamento da Câmara dos Deputados, Nathália recebeu R$ 10 mil em setembro. Ela também foi exonerada no dia 15 do mês passado.

Transferência para Michelle Bolsonaro

No relatório do Coaf entregue ao MPF consta também uma transferência de Queiroz para a futura primeira-dama Michelle Bolsonaro. De acordo com o documento, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro transferiu um cheque de R$ 24 mil para a esposa de Jair Bolsonaro.  O cheque foi compensado e consta na lista de valores pagos por Queiroz.

O líder do PT na Câmara,  Paulo Pimenta (RS), ingressou na Procuradoria-Geral da República, nesta quinta-feira (6) com representação criminal pedindo a abertura de procedimento de investigação para apurar possíveis ilícitos criminais e administrativos envolvendo o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e a futura primeira-dama da República, Michele Bolsonaro.

O relatório do Coaf foi solicitado pelo Ministério Público Federal que investiga um esquema de corrupção na Alerj. No dia 8 deste mês, dez deputados estaduais foram presos.

Justificativa ou piada?

No final da tarde desta sexta-feira (7) o presidente eleito resolveu quebrar o silêncio e “justificar” a razão de ter recebido R$ 24 milhões do assessor. Segundo o militar, o dinheiro é o pagamento de uma dívida que Queiroz tinha com ele e que apenas depositou o montante na conta da esposa. O problema é que seus argumentos soam como piada: por que um assessor que tinha mais de R$ 1 milhão na conta precisaria de dinheiro emprestado? A resposta terá de ser dada pela Família Bolsonaro à Justiça.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Estadão

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