Covid-19: diante da crise, governadores e prefeitos lutam por leitos e vacinas

Bolsonaro reforça estratégia genocida, investe contra estados e manipula números de repasses financeiros para enfraquecer luta contra a pandemia. “De 12.003 leitos de UTI que tínhamos em dezembro, agora são apenas 3.187. Bolsonaro está agindo contra a vida da população”, denuncia o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP). País tem 10,5 milhões de casos casos e 255 mil óbitos

Foto: Roberta Aline

O governador da Bahia, Rui Costa

Diante da guerra declarada do presidente Jair Bolsonaro contra os estados, que lidam com a falta de leitos de UTI em diversas cidades, a pandemia do novo coronavírus colocou o Brasil de joelhos. Mais da metade dos estados ultrapassaram 80% de UTIs ocupadas. Pelo menos sete capitais superaram superaram o patamar de 90% em taxa de ocupação. Adotando uma estratégia genocida, Bolsonaro vem trabalhando a favor do vírus, agora manipulando números de repasses do Orçamento aos estados enquanto o surto segue desenfreado. No domingo (28), o país registrou uma média de 1.208 mortes diárias, mais um recorde. Agora, o Brasil tem 10.549.129 casos e 255.018 óbitos.

Na outra ponta, governadores e prefeitos lutam para ampliar leitos de UTI e acelerar a aquisição de vacinas. No fim de semana, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber determinou que a pasta da Saúde retome imediatamente o financiamento de leitos de UTI em São Paulo, no Maranhão e na Bahia. De modo inacreditável, o ministério reagiu à determinação, afirmando, por meio de nota, que as ações dos estados são “injustas” e “desnecessárias”.

Segundo dados do governo de São Paulo, a Saúde deixou de bancar 3.822 leitos, passando a custear apenas 564. No Maranhão, foram desmontados 216 leitos e, na Bahia, 462 UTIs.

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), elogiou a decisão de Weber. “O STF novamente corrigindo uma ação genocida do governo federal”, afirmou Padilha, pelo Twitter. “De 12.003 leitos de UTI que tínhamos em dezembro, agora são apenas 3.187. Bolsonaro está agindo contra a vida da população”, denunciou Padilha. “Não acho que o problema de Bolsonaro é psiquiátrico. É problema de código penal, é crime de responsabilidade”.

Solução coletiva

O governador da Bahia Rui Costa, que impôs um lockdown em algumas regiões por 48 horas, afirmou, nesta segunda-feira (1º), que a população precisa colaborar para frear o avanço do vírus, frisando que a saída para a crise deve ser coletiva. “Essa doença não é como o câncer, é uma doença coletiva. Ou a gente vai ter consciência disso ou não nos livraremos dessa doença”, disse Costa, em entrevista à ‘TV Bahia’. “Por ser uma doença coletiva, só vamos nos livrar com comportamento coletivo”.

O petista se emocionou ao abordar a tragédia brasileira. “Temos que pensar quantas vidas humanas uma bebedeira vale. Quantas vidas humanas você vai ser responsável por ir em uma festa? ‘Ah eu tenho direito de ficar bêbado, de encher bares, de ir para paredão’. Seu direito é superior a dor de mães e pais que perderam filhos?”, questionou Rui Costa.

Luta por vacinas

Nesta segunda, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) apresenta um cronograma para a formação de um consórcio para compra direta de vacinas. “A gente acredita que essa medida está envolta em uma credibilidade muito grande e facilite negociações que estão dificultadas devido aos movimentos diplomáticos não tão assertivos do governo federal”, declarou o secretário-executivo da FNP, Gilberto Perre.

Do mesmo modo, governadores também estão mobilizados para acelerar a compra de imunizantes. Na sexta, Rui Costa reuniu-se com o Fundo Soberano Russopara tratar da compra da vacina Sputnik V. “A recepção foi absolutamente positiva e já colocamos a Procuradoria Geral do Estado em diálogo com a assessoria jurídica do laboratório russo para negociar os termos contratuais”, anunciou o petista.

“Eles podem nos fornecer, nós queremos vacinar e entendemos que a decisão do STF nos permite fazer a compra direta e aplicar a Sputnik”, observou o governador. “A Pfizer também já nos garantiu que poderá nos atender se a negociação com o governo federal for frustrada. Continuaremos batalhando pelas vacinas”.

Da Redação, com informações de ‘UOL’ e ‘Poder 360’

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