CPI: crimes de Bolsonaro voltam a repercutir na imprensa estrangeira

Aprovação do relatório final da CPI apontando 12 crimes de Bolsonaro é destaque em jornais e agências do mundo: “Acusações incluem crimes contra a humanidade, após 600 mil mortes”, diz a ‘BBC’, em manchete

A aprovação do contundente relatório de cerca de 1.200 páginas produzido pela CPI da Covid após mais de seis meses de investigação sobre a atuação do governo federal durante a pandemia voltou a ganhar destaque na imprensa internacional nesta quarta-feira (27). Os principais diários e agências de notícias do planeta repercutiram o pedido de indiciamento de Jair Bolsonaro por 12 crimes cometidos na crise sanitária, incluindo crimes contra a humanidade, e que resultaram na morte de mais de 605 mil brasileiros.

The Guardian, The New York Times, The Washington Post, CNN, Le Monde, La Libération, Der Spiegel, The Times, Público e agências como BBC, Reuters e Associated Press, entre outros veículos, deram amplo destaque ao encerramento dos trabalhos da CPI e seus desdobramentos para Bolsonaro e outros 79 indiciados, incluindo os três filhos e ministros e ex-ministros de seu governo.

Senadores do Brasil apóiam acusações criminais contra Bolsonaro por atuação na Covid”, estampou a BBC na manchete do site da agência, pela manhã. “O relatório foi entregue ao procurador-geral, nomeado por Bolsonaro”, explica o texto da BBC. “O documento aponta que o governo de Bolsonaro seguiu uma política de permitir que o coronavírus invadisse o país na esperança de obter imunidade coletiva”, relata a reportagem.

O NY Times enfatiza que o relatório “acusa Bolsonaro de ter provocado milhares de mortes desnecessárias ao desestimular o uso de máscaras, ignorar ofertas de vacinas e promover drogas ineficazes contra a Covid-19”.

Já o Washington Post detalha os crimes que pesam sobre o presidente, “acusações que vão de charlatanismo e incitação ao crime ao uso indevido de fundos públicos e crimes contra a humanidade”.

“A votação por 7 a 4 na terça-feira foi o auge de uma investigação do comitê de seis meses sobre a forma como o governo está lidando com a pandemia”, descreve a Associated Press

“A CPI aprovou formalmente um relatório pedindo aos promotores que julguem Bolsonaro por acusações que vão de charlatanismo e incitação ao crime ao uso indevido de fundos públicos e crimes contra a humanidade e, ao fazê-lo, responsabilizam-no por muitas das mais de 600 mil mortes de Covid-19 no Brasil”, noticia a agência. O material da AP News foi reproduzido em mais de 16,8 mil sites de notícia pelo planeta, incluindo o prestigioso jornal inglês The Guardian.

“Uma comissão investigativa aprovou relatório que pede que o presidente Jair Bolsonaro seja indiciado por nove crimes relacionados ao tratamento da pandemia do coronavírus, incluindo crimes contra a humanidade”, observa a Reuters, em texto replicado em mais de 2.600 veículos. A mesma linha de crimes contra a humanidade chamou a atenção do Libération, que ressalta a exposição dos brasileiros pelo presidente a uma “contaminação em massa”.

O Le Monde ainda dá destaque ao pedido dos senadores que para Bolsonaro seja banido das redes sociais após a divulgação de fake news associando a vacina contra a Covid-19 ao vírus da Aids. “O sulfuroso presidente não está dando o primeiro deslize. Desde abril, segundo contagem do jornal O Globo, o YouTube retirou pelo menos 33 vídeos postados por ele. No caso de novas infrações graves, Jair Bolsonaro poderia até mesmo ver seu canal de vídeo (seguido por 3,5 milhões de internautas) definitivamente fechado”, informa o Le Monde.

“O relatório faz uma extensa análise a toda a gestão da crise sanitária pelo governo federal e mostra que Bolsonaro e os seus ministros privilegiaram uma estratégia que permitia a livre circulação do vírus pela população, de forma a evitar a paralisação da economia e medidas de confinamento”, adiantou o jornal português Público. 

“Por outro lado, tudo foi feito para conferir validade a medicamentos como a cloroquina para o tratamento de pessoas infectadas, apesar de a generalidade dos estudos científicos concluir pela sua ineficácia”, esclarece o diário.

Da Redação, com agências

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