Datafolha admite erro pró-Temer em pesquisa

Datafolha confirma que errou ao divulgar pesquisa informando que apenas 3% dos brasileiros defendem novas eleições – quando o número real é próximo a 60%

Foto: Lula Marques/Agência PT

No último domingo (17), a “Folha de S. Paulo” publicou uma pesquisa feita sob medida para legitimar o golpe parlamentar no Brasil. O levantamento informava que 50% dos brasileiros defendem que Michel Temer continue na presidência, 32% querem a volta da presidente Dilma Rousseff e apenas 3% são favoráveis à tese de novas eleições.

No mesmo dia, reportagem do 247 esclareceu que se tratava de uma evidente fraude estatística. O motivo: outros institutos, como o Ibope e o Paraná Pesquisa, haviam feito pesquisas indicando que 63% querem novas eleições – número próximo ao de uma pesquisa do próprio Datafolha realizada em abril.

Como Temer não realizou nenhum milagre nos últimos dois meses, tendo inclusive perdido ministros por denúncias de corrupção e adotado medidas impopulares, como aumentos de servidores públicos, nada explicaria que os 63% a favor de novas eleições virassem 3% em tão pouco tempo.

Na terça-feira (19), o jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept, publicou nova reportagem explicando como se deu a fraude. Ele informou que a pesquisa da Folha colocou apenas duas alternativas diante dos entrevistados: a permanência de Temer ou a volta de Dilma – ou seja, sem a possibilidade de novas eleições (argumento que Dilma tem usado para convencer senadores indecisos).

Mais do que simplesmente indicar a fraude, a reportagem do The Intercept também afirmou que os meios de comunicação brasileiros representam uma ameaça à democracia e à liberdade de expressão, ao incitar golpes e manipular informações para que eles se consolidem.

Diante das evidências, o próprio Datafolha capitulou e admitiu ter cometido uma “imprecisão” no último domingo.

“A gerente do Datafolha Luciana Schong afirma que as perguntas foram determinadas pela Folha. Ela reconheceu que é enganoso afirmar que 3% dos brasileiros querem novas eleições já que os entrevistados não foram questionados sobre isso.

Schong também admitiu que declarar que 50% dos brasileiros querem Temer é uma imprecisão se não for esclarecido que a questão limitou as alternativas a apenas duas”, informa o Intercept sobre o caso.

*Do Brasil 247 

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