Dia do Basta: sindicatos exigem Lula Livre e volta de direitos

Petroleiros e bancários fizeram paralisações para criticar a alta de desemprego, a Reforma Trabalhista e as privatizações do patrimônio público

Roberto Parizotti

Centrais sindicais fazem Dia do Basta na Avenida Paulista por Lula Livre

O grito de Lula Livre ecoou mais forte pelo Brasil mais uma vez, na manhã desta sexta-feira (10), no Dia do Basta. Centrais sindicais de todo o país fizeram paralisações e foram às ruas para criticar a destruição da legislação trabalhista que trouxe crescimento do desemprego, miséria e fome sob o governo golpista de Michel Temer, e exigir a liberdade do melhor presidente da história, Luiz Inácio Lula da Silva.

Em diversas cidades do Brasil houve paralisações, atrasos de turnos, panfletagens e diálogo com a população para denunciar os preços abusivos do gás de cozinha e gasolina, as privatizações, os retrocessos sociais e trabalhistas. Em Sorocaba, interior de São Paulo, em Natal-RN e Feira de Santana-BA os rodoviários não saíram das garagens pela manhã. A paralisação de trabalhadores das empresas de transporte atingiu 44 cidades da região de Sorocaba.

Já na capital do Rio Grande do Norte, motoristas e cobradores de ônibus urbanos e intermunicipais ficaram paralisados por duas horas para protestar contra os retrocessos do governo ilegítimo, que afetam os direitos dos trabalhadores desde o golpe em 2016. Na Bahia, por sua vez, foram realizadas assembleias nos locais de trabalho para debater a importância das mobilizações na defesa dos direitos sociais.

Paralisações

Os bancários fizeram paralisações nas agências de Curitiba, Londrina, Cornélio Procópio, Apucarana, Arapoti, Umuarama, Guarapuava, Toledo, Campo Mourão e Paranavaí. Ainda no Paraná, os petroleiros da Refinaria Presidente Getúlio Vargas fizeram uma assembleia, que atrasou o início do primeiro turno em duas horas, para protestar contra a privatização da Petrobras e os preços abusivos do combustível e gás de cozinha.

Em Florianópolis também houve fechamento de bancos até às 12h. No comércio do Centro ocorreu panfletagem para convocar a população. Panfletagens também ocorreram em Jaraguá do Sul, Guaramirim, Criciúma, Joinville, Nova Erechim, Blumenau, Apiúna, Lages, Curitibanos, Xanxerê, Concórdia e Chapecó.

As agências bancárias do Porto Alegre-RS também ficaram fechadas na manhã desta sexta.  Diversas categorias como bancários, professores e servidores públicos estaduais e municipais, com apoio de todas as centrais sindicais, se concentraram diante da Federação do Comércio (Fecomércio), no centro da cidade, onde realizaram um ato com caminhada em defesa dos direitos do trabalhadores.

Os petroleiros fizeram uma manifestação em frente à Refinaria Abreu e Lima e à Transpetro Suape, em Pernambuco. Além do ato, diversas rodovias foram fechadas no estado pelos movimentos populares, entre elas, a BR 232, na altura do Parque Aquático, em Moreno, e na altura de BR 232 Vitória – Galileia; BR 408 Nazaré – Mata Norte e Lourenço.

Ruas de Campo Grande foram ocupadas para exigir um basta no desemprego

Mais de 3 mil pessoas, entre bancários, professores, trabalhadores rurais, dos Correios e estudantes, realizaram um ato público em frente ao Banco da Amazônia, Belém-PA. Em Campo Grande-MS, as ruas foram ocupadas por trabalhadores para exigir um basta no desemprego e nos retrocessos de direitos sociais.

Já no Rio de Janeiro os petroleiros paralisaram as atividades nesta manhã, por volta das 6h, na Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e na base da Petrobras de Imbetiba, em Macaé. Além da categoria, os bancários também permaneceram paralisados até às 12h no centro do Rio de Janeiro. Agências da Caixa Econômica Federal também ficaram fechadas nesta manhã em Teresópolis e no bairro Aterrado, no Sul Fluminense. Em Angra dos Reis, os portuários realizaram panfletagem pela manhã.

Avenida Paulista

O ato na Avenida Paulista teve início às 10h com uma concentração em frente à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Por conta da manifestação o trânsito precisou ser bloqueado em um sentido da via. Diversos dirigentes sindicais discursaram de cima do carro de som. O presidente da Intersindical, Edson Carneiro Índio, criticou a prisão política do ex-presidente Lula e falou da necessidade de denunciar os desmontes promovidos pelo ilegítimo Temer.

“Hoje é dia de dizer basta de tapetão nas eleições, que quer tirar o direito do Lula ser candidato. Basta de entregar nossas riquezas, a Petrobrás, bancos públicos e o setor elétrico. A gente veio aqui para lembrar que o [Paulo] Skaf não tem que pagar pato nenhum. É só ele pagar imposto do jatinho e do helicóptero que tem. Um empresário fake que não constrói nada e só vive de rentismo”, criticou Índio.

O sindicalista lembrou ainda a importância das eleições desse ano. Segundo Índio, o povo tem que lembrar de quem ficou ao lado dos trabalhadores e de quem contribuiu para o golpe. “Temos de enxovalhar quem votou contra os direitos dos trabalhadores e aprovou a Reforma Trabalhista. Vamos para as eleições para derrubar o Alckmin”, bradou.

Centrais sindicais fazem ato por Lula Livre na Paulista

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vágner Freitas, também criticou a Fiesp, a quem chamou de “patrocinadora do golpe” por conta da aprovação da Reforma Trabalhista. “Estamos aqui na frente da Fiesp porque ela patrocinou o golpe. Não foi só o Moro, Temer e Alckmin. A Fiesp é a patrocinadora do golpe. Os empresários patrocinaram o golpe para tirar direitos trabalhistas, algo que não fariam em uma democracia normal”, disse Freitas.

O líder sindical reiterou ainda a necessidade de lutar pela liberdade do ex-presidente. “Nós vamos revogar a Reforma Trabalhista e defender a previdência e as empresas públicas. Vamos taxar as grande fortunas. Por isso que a burguesia não quer a liberdade do Lula. Ele é o nosso candidato até o fim porque ele é o candidato do povo. Não é o Judiciário que vai dizer isso ou não. Temos de ter clareza da luta de classes e que se os golpistas ganharem em outubro, vão entender que o povo ratifica o golpe”, alertou.

O ato contou ainda com um discurso de Sharan Burrow, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI) que esteve com Lula em Curitiba. Segundo a dirigente, o mundo está observando as arbitrariedades contra Lula. “Nós não reconhecemos o governo golpista de Temer, que retirou direitos dos trabalhadores. Vocês não estão sozinhos. Apesar de estar preso, Lula é sim candidato porque nenhum brasileiro tem que viver na pobreza”, criticou Sharan.

Por Erick Julio da Agência PT de Notícias, com informações da CUT

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