Dilma fala da importância das mulheres nas políticas públicas

Presidenta eleita afirmou que “não há política social consistente no Brasil que não tenha base no empoderamento das mulheres”

Leonardo Contursi/CMPA

A presidenta Dilma Rousseff: intervenção é uma das mais graves violações aos direitos civis desde a ditadura

Ao falar para um plenário lotado na Câmara Municipal de Porto Alegre, a presidenta eleita Dilma Rousseff foi recebida com gritos de “Dilma guerreira da pátria brasileira”. Ela participou da conferência “Mulheres e a Democracia”, realizada na noite de quinta-feira (30). O evento foi organizado pela vereadora Sofia Cavedon (PT-RS).

Dilma começou sua fala reforçando o papel das mulheres na luta do povo por um país mais igualitário, além de destacar a importância dada pelas mulheres da sua geração às mais novas para as questões de gênero.

A presidenta eleita também buscou fazer um relato do golpe sob a perspectiva de gênero, relembrando como a mídia a retratava ora como frágil, ora instável e complicada.  “A mídia usou esse estereótipo. Em outros momentos eu era uma mulher dura em meio a homens meigos”, disse ela entre risadas do público.

Conferência Mulheres na Democracia com palestra da ex-presidente Dilma Rousseff, organizado pelo gabinete.

“O golpe parlamentar vai ser aqui relatado da forma como ele é, porque nós mulheres temos capacidade e competência e devemos reivindicar falar em nome de todos, homens e mulheres”, afirmou Dilma. Ela reiterou que o termo golpe se aplica ao chamado impeachment, pois nunca foi provado um crime de responsabilidade. “Por que era necessário dar um golpe parlamentar? Porque em quatro eleições nós derrotamos um programa neoliberal”, acrescentou.

Dilma relembrou a gravação de uma conversa entre Romero Juca e Sérgio Machado, em que se falava em “estancar a sangria”, mas reiterou que o principal motivo para o golpe foi “impor ao país um novo programa, um novo rumo, e isto está claríssimo em algumas medidas tomadas desde então”. Ela destacou a retirada dos pobres do orçamento que está sendo executada pelo governo golpista e a inflexibilidade no controle dos gastos.

De acordo com a presidenta eleita, o desmonte da previdência, a terceirização e a reforma trabalhista que acaba com a Consolidação das Leis do Trabalho são as maneiras encontradas para acabar com o Estado que redistribui renda. Ela destacou o impacto maior para as mulheres, que têm dupla jornada. Ela também defendeu as políticas implementadas em seu governo e no de Lula, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida.

“Sabemos que as mulheres são fortes. Não há política social consistente no Brasil que não tenha base no empoderamento das mulheres”, defendeu Dilma. Ela destacou que por conta de todo o histórico de machismo e escravidão no Brasil, a cara da pobreza ainda é “negra, feminina e criança”.

A presidenta ainda criticou a evasão fiscal e falta de compromisso do governo golpista com a população pobre do país. “De onde saem os recursos para o país voltar a crescer? Não pode sair dos mais pobres! Nós temos que ficar atentos porque o golpe não acabou e nós sabemos que a democracia é a única maneira de uma transformação efetiva”, defendeu. “Vamos impedir que transformem essa eleição em um arremedo eleitoral, eles não podem querer ganhar a eleição no tapetão, eles não podem condenar o Lula. Nós temos que estar atentos”, finalizou a presidenta.

Da Redação da Agência PT de notícias

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