Duas caras: Bolsonaro desembarca no Equador com máscara

No Equador, Bolsonaro segue as regras de controle sanitário, que afronta no Brasil. Com máscara, ele participa da posse do presidente Guillhemo Lasso.

Divulgação

Bolsonaro com máscara, no Equador

O negacionismo de Bolsonaro vale só no Brasil. O presidente desembarcou na manhã desta segunda-feira, 24, em Quito, no Equador, usando máscara. Ele foi participar da posse do presidente, o banqueiro Guilhermo Lasso. Imagem rara, Bolsonaro e sua equipe usando máscaras e respeitando regras sanitárias, mas de país vizinho. Seguindo o ritual dos últimos dias, vestia jaqueta de um grupo de motoqueiros.

Em seu dia a dia, o presidente brasileiro prega aglomeração e contato físico com apoiadores, sempre, sem o uso da proteção facial. Nos últimos dias, Bolsonaro promoveu tumulto ao descer em Palmas, no Tocantins. Ele e seus seguranças ignoraram completamente as regras de prevenção à Covid-19 em, literalmente, corpo a corpo com apoiadores.

Na chegada a Santa Filomena, no Piauí, no dia 20, Bolsonaro andou na garupa de moto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) sem capacete, máscara e promovendo novamente aglomeração.

No dia seguinte, Bolsonaro esteve em Açailândia, no Maranhão, para participar de cerimônia de entrega de títulos de propriedade rural para assentados, a quem já classificou como sendo “vagabundo” e “terrorista”. O presidente da República foi multado pela Secretaria de Saúde do governo do Estado do Maranhão por ter promovido evento com mais cem pessoas sem controle sanitário nem uso de máscara.

Bolsonaro estimula desrespeito à legislação sanitária e se transforma junto com a sua equipe em vetor potencial de transmissão da doença. O estado registrou o primeiro caso de contágio da nova cepa indiana da Covid-19. Um indiano de 54 anos que estava internado há 14 dias foi intubado. Dos 24 tripulantes do navio chinês que aportou em São Luís, 15 testaram positivo para Covid-19.

Neste domingo, 23, Bolsonaro mais uma vez promoveu aglomeração. Sem uso de máscara e ao lado do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, fez novos ataques à democracia.

Visita a Israel

Ao que tudo indica, a equipe e o próprio Bolsonaro aprenderam que no exterior devem “respeitar” regras sanitárias, mesmo que não o façam em território nacional.

Durante a malfadada viagem a Israel, no início de março, para visitar desenvolvedores de um spray nasal contra a Covid-19, o então ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi repreendido por não usar máscara em cerimônia oficial com o chanceler israelense Gabi Ashkenazi. A comitiva brasileira gastou dinheiro público para conhecer uma droga em estágio inicial de desenvolvimento e sem eficácia comprovada.

Nesta viagem, o filho e senador Flavio Bolsonaro, de forma errada, com o nariz completamente descoberto, colocou máscara para cerimônia com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que sequer se dignou a se levantar do sofá para recebê-lo.

Da Redação

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