É fake! Veja as mentiras do Auxílio Brasil de Bolsonaro

Não é verdade que o programa proposto por Bolsonaro aumenta o número de beneficiários do Bolsa Família ou o poder de compra de quem é atendido. Além disso, o Auxílio Brasil vai excluir 22 milhões que hoje dependem do auxílio emergencial

Ao propor o programa Auxílio Brasil, com o envio de uma medida provisória ao Congresso na segunda-feira (9), Jair Bolsonaro tenta convencer o país de que se preocupa com a população mais pobre e que está criando um programa melhor que o Bolsa Família.

Essa é mais uma fake news do atual presidente que precisa ser explicada à população. Ao longo desta semana, o site do PT vai mostrar por que a proposta de Bolsonaro é falha, ameaça a rede de proteção social do país e pode acabar com o Bolsa Família e não deixar nada em seu lugar.

Para começar, porém, é preciso desmascarar três grandes mentiras que Bolsonaro está contando com o seu Auxílio Brasil, que poderia muito bem ser chamado de “Bolsa Família Fake”:

Mentira 1: o Auxílio Brasil aumenta o número de pessoas que recebem proteção social

Bolsonaro tenta convencer a população de que, com o Auxílio Brasil, o número de pessoas que hoje recebem proteção social vai aumentar. Mas esse novo programa acaba tanto com o Bolsa Família quanto com o auxílio emergencial, crucial no momento de crise profunda que o país enfrenta. Na verdade, portanto, 22 milhões serão abandonados em uma só tacada.

Em abril de 2020, o auxílio emergencial beneficiava 68 milhões de pessoas. Neste ano, o total caiu para 39 milhões. E, agora, com o Auxílio Brasil, o número de beneficiários vai despencar para 16 milhões ou 17 milhões (nem esse total a medida provisória encaminhada ao Congresso definiu). “O Auxílio Brasil é a maior exclusão da história da proteção social do Brasil”, afirma a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Tereza Campello.

Mentira 2: o Auxílio Brasil terá mais beneficiários que o Bolsa Família

Aqui, Bolsonaro conta a seguinte a história: hoje, o Bolsa Família tem 14,6 milhões de beneficiários. O Auxílio Brasil vai atender 16 milhões ou 17 milhões. O que ele esconde: esses cerca de 2 milhões a mais são, simplesmente, de pessoas que estão na fila de espera do programa por incompetência de seu governo.

“São pessoas que estão cadastradas, atendem aos critérios, mas ainda não recebem”, denuncia Tereza Campello. Em outras palavras, Bolsonaro chama de ampliação o que na verdade é só atraso na inclusão de pessoas que já têm direito ao Bolsa Família.

Mentira 3: o Auxílio Brasil vai pagar mais que o Bolsa Família

De novo, Bolsonaro tenta maquiar a incompetência e desumanidade de seu governo. A equipe econômica do governo tem dito que o benefício do Auxílio Brasil ficará na casa dos R$ 300 (essa é outra aberração da MP: nem o valor do benefício está definido). Vamos comparar o que R$ 300 conseguem comprar hoje com o que era possível adquirir em 2015 com o valor médio pago pelo Bolsa Família?

No último ano do governo Dilma Rousseff, o valor médio do benefício do Bolsa Família era de R$ 165,33. Com isso era possível comprar 47% da cesta básica, a preços de São Paulo. Hoje, R$ 300 compram… 47% da cesta básica. Bolsonaro, então, só atualiza o valor de 2015, algo que ele deveria ter feito há muito mais tempo.

Nos últimos anos, os reajustes do Bolsa Família foram muito menores do que o necessário. Atualmente, o valor médio do benefício é de R$ 189, o que só compra 30% da cesta básica em São Paulo (veja gráfico abaixo).

Tereza Campello chama a atenção para outro detalhe importante: em 2015, a situação do país era outra. “Tínhamos a menor taxa de desemprego da história, e o Bolsa Família podia ser um programa complementar de renda. Hoje, são necessários muito mais que R$ 300″, observa.

Da Redação

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