“Elites não perdoam o PT pela ascensão dos mais pobres”, diz Lula

Durante comício em Ceilândia (DF), o ex-presidente reafirmou o compromisso dos governos do PT com a diminuição da desigualdade social

foto 2

“Eles não admitem uma pessoa pobre possa viajar de avião. Nós não temos nada contra ônibus, mas nós queremos andar de avião também”, diz Lula.

“O Lula incomodava muita gente. Lula e Dilma incomodam muito mais”, brincou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao dizer que assim como a presidenta Dilma Rousseff, ele também foi, e ainda é, alvo de “ataques levianos” da imprensa 24 horas por dia. Para ele, as elites brasileiras “não perdoam o PT” pela ascensão da classe C e D e por ter priorizado pela primeira vez as camadas mais pobres da população. “Eles não admitem que um pobre entre num açougue e compre carne de primeira. Mas nós querermos é filé, nós queremos é picanha”, disse em comício realizado em Ceilândia (DF), na noite desta quinta-feira (25).

Ele criticou o tom usado por parte da imprensa contra a presidenta Dilma, que segundo ele trabalha como um partido de oposição, na tentativa de desqualificar os avanços do atual governo. “Se o Brasil que eles escrevem todo dia fosse verdade, esse país já tinha acabado”.

Na ausência da candidata à reeleição, que não pode comparecer por problemas na voz, o ex-presidente defendeu sua escolha por Dilma Rousseff, quando a apoiou e lançou a candidatura da então ministra, em 2010, que viria a se tornar presidenta da República.

Ao conclamar a militância de quase 20 mil presentes, Lula disse que tomou sua decisão baseada na competência, e não na amizade. “Quando eu escolhi a Dilma, não estava escolhendo apenas uma amiga. A gente não escolhe por amizade, a gente escolhe por competência. E a Dilma era a mais competente”, afirmou ao explicar o porquê de ter preferido apoiar Dilma e não Marina Silva (PSB), que também era ministra de seu governo.

Choque de gestão – O ex-presidente criticou o carro-chefe do candidato do PSDB, Aécio Neves, que defende um “choque de gestão” para o país, assim como diz ter feito em Minas Gerais. “Ninguém aqui gosta de choque”, brincou Lula.

“Vocês têm que saber o que isso significa. Significa arrocho salarial, diminuir os benefícios dos trabalhadores e mandar funcionário público embora. É isso que significa cortar despesa. Eu e vocês já sabemos de que lado a corda vai arrebentar, é do lado do povo trabalhador”, declarou.

Educação e igualdade social – Lula lembrou os avanços que o Brasil conquistou nos últimos anos na área da educação, em especial, para democratizar o acesso ao ensino superior. “Não existe nada que garanta mais cidadania para um jovem que permitir que ele estude e faça uma faculdade”, declarou.

Para ele, as políticas de cotas foram as principais responsáveis por garantir o acesso de jovens até então marginalizados e excluídos do processo educacional de qualidade do país. “Nesse país, até outro dia, a gente não via negro estudando. Nós criamos a oportunidade, mas não foi fácil aprovar as cotas”.

Estiveram presentes no evento o governador do DF e candidato à reeleição, Agnelo Queiroz (PT), o deputado federal e candidato ao Senado, Geraldo Magela (PT) e o candidato do PT ao governo de Goiás, Antônio Gomide.

 

Por Flávia Umpierre, da Agencia PT de Notícias, com fotos de Sheyla Leal

PT Cast