Em Maricá, mumbuca garante renda básica a indígenas

A inovadora primeira moeda social eletrônica do Brasil beneficiará também 150 indígenas, garantindo melhores condições de vida

Kamila Ferreira/Agência PT

Darci Tupã é cacique em aldeia beneficiada pela Mumbuca

A cidade de Maricá, na zona metropolitana do Rio de Janeiro, é um exemplo de como o modo petista de governar melhora a vida da população, atendendo inclusive a grupos historicamente relegados pelo estado brasileiro.

Foi em Maricá, ponto de parada da caravana Lula pelo Brasil nesta quarta-feira (6), que se criou a primeira moeda social eletrônica do Brasil, a Mumbuca, que desde 2013 vem ajudando a população de baixa renda a viver com dignidade.

Cada família cadastrada recebe mensalmente o valor de 110 mumbucas, que equivale a R$ 110. Os cartões são aceitos apenas em estabelecimentos locais que também aderiram à iniciativa.

Desde 2008, com a primeira eleição de Washington Quaquá, reeleito em 2012, a cidade está sob gestão petista. Nas últimas eleições, foi o petista Fabiano Horta que assumiu a prefeitura, dando continuidade a políticas públicas iniciadas por seu antecessor.

Entre os grupos beneficiados pela mumbuca, se destaca a população indígena de etnia guarani da Aldeia da Mata Verde Bonita (Tekoa Ka’Aguy Ovy Porã), que passará a receber uma versão do benefício. O grupo se estabeleceu na região há quase cinco anos, vindos de uma situação de conflito na aldeia de Camboinhas, em Niterói.

Darcy Tupã dá as boas vindas ao Ex-presidente Lula #LulaPeloRi…

Darcy Tupã, cacique da Tribo da Mata Verde e Bonita, dá as boas vindas ao ex-presidente Lula a Maricá (RJ). Ele também fala sobre as políticas sociais e demarcações de terras indígenas promovidas na cidade pela prefeitura do PT #LulaPeloRiodeJaneiro #LulaPeloBrasil

Publicado por Partido dos Trabalhadores em Quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Segundo Quaquá, atual presidente do PT fluminense, são cerca de 150 indígenas que receberão 300 reais mensais. “Será como uma renda básica”, explica.

“Nesse mundo tão desigual, conhecemos um político maravilhoso chamado Washington Quaquá, que nos deu um presente maravilhoso chamado terra. Nos garantiu de novo em um mundo onde os políticos não se entendem mais”, afirma o cacique Darci Tupã, liderança da aldeia.

“A gente vem criando boa parceria, a escola funciona, a saúde funciona na aldeia. Hoje a aldeia é beneficiada pelo cartão mumbuca. Acredito que tudo tem seu momento certo, e esse momento apareceu para o grupo da Aldeia da Mata Verde Bonita”, acrescenta.

Tupã destaca que a moeda social beneficia tanto os moradores da cidade como os indígenas. “Não só o morador de Maricá é beneficiado, mas os indígenas são beneficiados. A moeda mumbuca veio nesse sentido de apoiar a dar uma vida melhor.”

“Acredito que o índio é uma cultura, uma etnia, somos tão massacrados porque as pessoas não entendem, acham que índio tem que viver no mato. Nós continuamos mantendo nossas pinturas corporais, nossos cânticos, nossos rituais, nossas ocas, mas isso não significa que índio tem que viver só na mata vivendo da caça e dar flechada quando o homem branco aparecer”, afirma Tupã.

“Não é assim, acredito que ser índio é ter direito a uma boa educação, ter direito a fazer universidade, fazer Enem, ter direito a ser advogado, ter direito a ser juiz, não é diferente, é uma etnia que tem uma cultura.”

“Hoje a mumbuca valorizou essa cultura. Hoje o índio planta, comercializa os peixes do local, com seu cartão mumbuca compra fruta, e acredito que deu uma vida melhor. É um passo muito importante para a frente, quando um político de Maricá olha para o índio, a educação funciona, a saúde funciona.”

Tupã destaca o papel do Partido dos Trabalhadores e do governo Lula para os povos menos favorecidos do país. “O PT é um partido que admiro muito, é um partido que querendo ou não fez algo pelo povo brasileiro, é um partido que veio com um olhar diferente. Diferente de todos os políticos, um olhar saudável, um olhar amigável, um olhar protetor, olhar de quem quer que os índios continuem.”

“Quando Lula se candidatou pela primeira vez, eu votei, acreditando que pela maneira que ele vinha, olhava o povo brasileiro, ele não deixava o índio, nem o povo negro, todos os povos tinham direito de uma boa alimentação, uma boa água, uma boa saúde.”

“Hoje as coisas mudaram. As coisas que aconteceram agora, depois que a Dilma sofreu o golpe, é o Temer querendo discutir a riqueza que os índios tem nas áreas indígenas. Fala da Amazônia, que tem coisas lá que têm que ser exploradas, é absurdo.”

“O senhor Temer, com esse poder medíocre de governar o país, olhando da maneira que ele olha para nossos territórios, para as riquezas que a gente tem em nosso território, corremos o risco não só de ficar extintos, mas de ele vender toda a nossa Amazônia, todo o nosso Brasil.”

Lula Pelo Brasil

A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Espírito Santo e ao Rio de Janeiro, que acontece em dezembro, é a terceira etapa do projeto que ainda deve alcançar as demais regiões do Brasil.

Em agosto e setembro, Lula pegou a estrada e percorreu os nove estados nordestinos, visitou inúmeras cidades, ouviu e conversou com o povo. Em outubro, foi a vez do estado de Minas Gerais.

O projeto Lula Pelo Brasil é uma iniciativa do PT com o objetivo de perscrutar a realidade brasileira, no contexto das grandes transformações pelas quais o país passou nos governos do PT e o deliberado desmonte dos programas e políticas públicas de desenvolvimento e inclusão social, que vem sendo operado pelo governo golpista nos últimos dois anos.

Por Pedro Sibahi, da Agência PT de Notícias, enviado especial à caravana Lula pelo Brasil – SE

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