Em SC, deputada do PT articula centro de educação infantil nas aldeias

“Na cultura indígena, as crianças ficam com as mães, mesmo durante os ofícios. Por isso, o modelo de creche distante do distante do local de trabalho das famílias não atende às necessidades”, afirma a deputada estadual Luciane Carminatti

A deputada estadual Luciane Carminatti (PT/SC) articula com a secretaria de Educação, prefeitos e prefeitas de municípios, onde há aldeias em Santa Catarina, a oferta de centros de educação infantil dentro dos territórios dos povos indígenas. A demanda é uma reivindicação das mulheres.

Por meio de emendas parlamentes, Carminatti pretende conseguir espaços para o atendimento de crianças na própria aldeia em que residem. A secretaria de Educação respondeu que nos últimos anos passou a apoiar a educação infantil indígena cedendo suas estruturas escolares e as propostas pedagógicas.

“Na cultura indígena, as crianças ficam com as mães, mesmo durante os ofícios. Por isso, esse modelo de creche a quilômetros de distância do local de trabalho das famílias não atende às necessidades dos povos indígenas. Na prática, ceder estruturas existentes não é o suficiente. É preciso contratar professores indígenas e ter espaços para atendimento das crianças. Não faz sentido colocá-las em uma sala de aula “normal”, destacou a deputada que iniciou um mapeamento das demandas por creche nas aldeias.

Semana Estadual dos Povos Indígenas

Autora da Lei n° 17.678/19, que instituiu a Semana Estadual dos Povos Indígenas, Carminatti destaca a ação neste dia da resistência dos povos indígenas, celebrado em 19 de abril. “Desde a aprovação, sobreveio a pandemia. Mesmo assim, estamos reforçando o chamado aos educadores e educadoras para a proposta da semana estadual. Já temos exemplos inspiradores de eventos, mesmo virtuais, voltados ao ensino sobre a real história e a situação atual dos povos indígenas no nosso estado”, enfatiza .

Maior terra indígena catarinense

Luciane também apoia a entrega de um Centro Multiuso na Aldeia Pinhalzinho, em Ipuaçu. A parlamentar destinou emenda no valor de R$ 120 mil para as obras, recentemente concluídas. No município com aproximadamente 7,5 mil habitantes, mais da metade, cerca de 4,3 mil, é indígena. Lá está situada a maior terra indígena em extensão territorial de Santa Catarina: a Xapecó, com 15,6 mil hectares, e pelo menos oito aldeias oficiais.

“Muito a avançar”

“Temos muito a avançar para superar o descaso de Santa Catarina com seus povos indígenas. Acompanhamos o escândalo dos colchões sujos fornecidos pelo poder público para o isolamento sanitário de indígenas no ano passado”, avalia Luciane. “Fora o que eles sofrem no dia a dia e não chega à sociedade. Por isso, dedicar ao menos uma semana do ano para voltar a atenção às necessidades dos povos indígenas é fundamental”, conclui.

Indígenas em Santa Catarina

O IBGE estima que 16 mil indígenas vivem em Santa Catarina, dos povos Kaingang, Xokleng e Guarani. Atualmente, há 17 Terras Indígenas mapeadas oficialmente no estado, além de duas Reservas Indígenas (já homologadas): Aldeia Kondá, em Chapecó e Cachoeira dos Inácios, em Imaruí, no sul do estado.

Da Redação, com informações da assessoria da deputada Luciane Carminatti.

 

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