Em SP, Dia da Mulher é marcado por luta em defesa dos direitos

No Dia Internacional da Mulher, milhares se reuniram no centro da capital paulista contra os retrocessos do governo machista e misógino de Michel Temer

Paulo Pinto/Agência PT

No Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira, dia 8 de março, milhares de mulheres se reuniram na Praça da Sé, em São Paulo, para lutar por mais direitos e menos retrocessos do governo machista e misógino de Michel Temer.

Organizado pela Frente Brasil Popular e Marcha Mundial das Mulheres, o ato é uma reposta das mulheres ao desmonte da Previdência, contra a violência sexista, pela legalização do aborto e, claro, pelo Fora Temer!

“As mudanças que estão acontecendo no Brasil afetam as mulheres de uma forma muito dura. A reforma da Previdência, por exemplo, tira os direitos das mulheres de uma maneira muito explícita, já que que elas terão que aumentar em 10 anos o seu tempo de trabalho e de contribuição para poderem se aposentar. Além disso, elas desempenham uma dupla jornada, então essa é uma decisão muito injusta que empurra as mulheres para a pobreza e marginalidade”, afirma Sara de Roure, militante da Marcha Mundial de Mulheres.

“Aposentadoria Fica. Temer Sai”, falavam as mulheres

Senhoras, jovens, crianças e até mesmo bebês formavam um bloco colorido e combativo com batuques, bandeiras, faixas e camisetas, com o principal grito de guerra “Aposentadoria Fica, Temer sai. Nenhum Direito a Menos”.

A estudante Julia Perico ressalta que o ato busca dar voz às mulheres e luta por mais igualdade de direitos. “A principal luta é por respeito e por uma sociedade em que nós, mulheres, possamos tomar as nossas principais decisões, como a legalização do aborto. As mulheres têm que seguir unidas e estamos aqui hoje para lutarmos juntas”, diz.

Durante a concentração no centro da capital paulista, as mulheres formaram um jogral e, juntas, diziam “Este golpe é racista e patriarcal, semeou ódio contra as mulheres, a população negra e os mais pobres e quer exterminar as organizações de movimentos populares e sociais”.

Marli (de óculos) ressalta a importância da acessibilidade para as deficientes

Para Marli Santos, aposentada por invalidez e cadeirante, as lutas são ainda maiores. “Fora Temer e não a reforma da Previdência, porque do jeito que o governo está propondo a gente vai morrer e não vamos nos aposentar”.

Marli também complementa que o ato também é “pelas mulheres que apanham todos os dias e não tem condições de falar. Olhem para essas mulheres, principalmente as com deficiência. Se uma mulher, na maioria das vezes, não tem como correr dessas situações, imagina uma com deficiência”, explica.

No final da tarde, o grande grupo de mulheres seguiu em marcha pelo centro da cidade e juntou-se a outro grupo de mulheres que vinham do Masp. Juntas, marcharam até a Praça do Patriarca.

Os dois grupos seguiram juntos pelo centro de São Paulo

Em frente a Prefeitura de São Paulo, as mulheres também mandaram o seu recado ao prefeito Dória. “Dória pode esperar, a sua hora vai chegar”.

Vale destacar que o 8 de março é o início de uma longa jornada de lutas, que continua com a greve da educação a partir do dia 15 de março e com todas as agendas de luta marcadas pela Frente Brasil Popular.

Confira a lista completa de mobilizações em nossa agenda.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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