Grandes mulheres negras que fizeram a história do Brasil

Na véspera do dia da Consciência Negra, conheça algumas mulheres negras que ousaram lutar contra os preconceitos da sociedade e entrar para a história

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Mulheres negras que fazem parte da história do Brasil

A dívida histórica que o Brasil tem com os negros e negras é gigantesca. Para as mulheres negras uma das grandes consequências enfrentadas por conta da herança escravocrata é uma sociedade que tenta a todo custo as invisibilizar, desde sua estética até suas contribuições para a formação histórica do país.

Na escola, pouco se fala durante as aulas sobre a memória negra do país além da escravidão, acerca de mulheres negras é ainda mais grave, quase nada é ensinado.

Por isso, na semana em que se comemora o Dia da Consciência Negra é fundamental valorizar algumas das mulheres negras que dedicaram suas vidas para mudar a história do Brasil.

Tereza de Benguela

Tereza coordenou o Quilombo do Quariterê, maior quilombo do Mato Grosso. Apesar de existirem diversas versões sobre sua história, sabe-se que seu quilombo abrigava mais de 100 pessoas. Ficou conhecida como Rainha Tereza em alguns registros históricos.

Em 1922, o dia 25 de julho foi instituído como o dia da Mulher Afro-latinoamericana e caribenha. No Brasil, a data só foi oficializada em 2014 e se transformou no Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Antonieta de Barros

Jornalista, fundadora e diretora do jornal “A Semana”, foi a primeira mulher negra eleita deputada federal no Brasil. Nasceu em 1901 e enfrentou inúmeras dificuldades para conquistar espaços que na época não eram ocupados por mulheres, encontrou mais dificuldades ainda por ser negra.

Começou a trabalhar como jornalista em 1920, também foi educadora, além de fundadora do Curso Antonieta de Barros, o qual dirigiu até 1952, ano de sua morte.

Carolina Maria de Jesus

Autora do best seller “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada” em 1960, morou a maior parte de sua vida na favela do Canindé, em São Paulo. Sua obra, assim que lançada, vendeu 10 mil cópias em cerca de uma semana, foi traduzida em mais de duas dezenas de línguas e vendida em mais de 40 países.

O livro traz em forma de poesia a realidade da vida de Carolina, e apesar de sua obra ser reconhecida mundialmente, muitos brasileiros desconhecem.

Antes de se tornar uma notória escritora, trabalhou como catadora de lixo para criar sozinha seus três filhos.

Lélia Gonzalez

Lélia dedicou sua vida à luta das mulheres negras no Brasil e é considerada atualmente um dos grandes nomes do movimento negro no país. Graduada em história e filosofia, lecionou na rede pública de ensino e deu aula de Antropologia e Cultura Popular Brasileira na PUC-RJ.

Lélia fez parte do Instituto de Pesquisa das culturas negras (IPCN-RJ), do Movimento Negro Unificado (MNU) e do Nzinga Coletivo de Mulheres Negras. É autora das obras Festas populares no Brasil, premiado na feira de Frankfurt, e Lugar de negro. Criou o conceito de Amefricanidade, que trata da questão fundante da América e do Caribe a partir da África.

Dandara dos Palmares

Muitos sabem quem foi Zumbi dos Palmares, mas poucas pessoas conhecem Dandara, grande lutadora pela libertação das negras e negros. Foi esposa de Zumbi e teve três filhos com ele. Capoeirista, enfrentou batalhas ao lado de homens e mulheres. Não há registros do local de seu nascimento, por isso não se sabe se nasceu no Brasil ou na África.

Sueli Carneiro

Doutora em filosofia pela USP, foi a única negra no curso de graduação da Universidade, na década de 1970. Atualmente, Sueli é uma das mais importantes pesquisadoras sobre feminismo negro do país. Seu nome e história foram relacionados à formulação da política de cotas e à lei antirracismo.

Fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, uma das maiores organizações políticas de mulheres negras contra o racismo e sexismo, além disso fornece assistência jurídica gratuita a vítimas de discriminação racial e violência sexual. É ganhadora dos prêmios Benedito Galvão, Prêmio Direitos Humanos da República Francesa e Prêmio Bertha Lutz.

Por Jéssica Rodrigues, da redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT

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