Humberto Costa: Só mobilização popular barra reformas de Temer

Para líder do PT no Senado, reformas da Previdência e trabalhista procuram desmontar direitos constitucionais e conquistas dos governos Lula e Dilma

Agência Senado

Sem pressão popular e movimento organizado, as reformas propostas pelo governo usurpador de Michel Temer serão aprovadas, prejudicando milhões de brasileiros. Essa é a avaliação do senador e líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).

“É preciso que haja, principalmente, uma mobilização social e popular, que o povo vá para as ruas, que as diversas categorias que serão duramente atingidas por essas medidas se organizem, façam mobilizações, façam greves, venham para o Congresso Nacional”, afirmou o senador, em entrevista à Agência PT de Notícias.

Para Humberto Costa, propostas como as reformas da Previdência e trabalhista e a terceirização da mão de obra, “vão todas no sentido de desmontar conquistas importantes que nós obtivemos ao longo dos últimos anos nos governos Lula e Dilma e até mesmo conquistas importantes da própria Constituição de 88”.

Neste contexto, a campanha pelas ‘Diretas Já’, para antecipação das eleições presidenciais ainda em 2017, é fundamental.

“Temos que garantir a eleição de um presidente que apresente um programa para o País que possa nos tirar da crise”, declarou.

Leia a entrevista completa:

Agência PT: Senador, na sua avaliação, quais as pautas prioritárias do PT em 2017?
Humberto Costa: Existe toda aquela pauta que foi encaminhada pelo governo Temer e que tem de nossa parte a oposição integral.

A proposta de reforma da Previdência, o tema da reforma trabalhista, a questão da terceirização da mão de obra e outras propostas que vão todas no sentido de desmontar conquistas importantes que nós obtivemos ao longo dos últimos anos nos governos Lula e Dilma e até mesmo conquistas importantes da própria Constituição de 88. Então essa será uma pauta relevante.

Temos que  garantir a eleição de um presidente que apresente um programa para o País que possa nos tirar da crise

Como barrar as reformas de Temer, que retiram direitos, como a da Previdência e a trabalhista?
É preciso que haja, principalmente, uma mobilização social e popular, que o povo vá para as ruas, que as diversas categorias que vão ser duramente atingidas por essas medidas se organizem, façam mobilizações, façam greves, venham para o Congresso Nacional.

Eu acredito que com isso nós conseguiremos, sem dúvida, barrar essas medidas.

O povo na rua é fundamental para isso?
Com certeza. Se não houver pressão popular, se não houver movimento organizado, se não houver uma grande demanda por parte da população, de forma organizada, com certeza essas reformas podem ser aprovadas e aí prejudicar milhões e milhões de brasileiros.

O senhor falou em pautas impostas pelo governo golpista. E quais pautas o PT pode colocar em discussão no Congresso?
Da nossa iniciativa, nós vamos propor também uma série de pontos que queremos que sejam objeto de discussão, entre eles pontos da reforma política. É preciso que neste ano nós venhamos a concluir a reforma política. É algo essencial para o nosso País, para o aprofundamento da democracia no Brasil.

Também deveremos apresentar alguns pontos de uma reforma tributária que venha tirar dos mais pobres a carga forte que existe com tantos impostos indiretos e sobrecarregar os mais ricos.

E o mais importante é que nós vamos dar continuidade à luta pela queda do governo Temer e a convocação de eleições diretas.

Manifestação contra Temer na avenida Paulista, em São Paulo Foto: Roberto Parizotti/ CUT

Então a pauta das ‘Diretas Já’ precisa ser encampada com mais força este ano?
Sim. Com toda certeza. Temos que tornar isso o principal ponto da conjuntura nacional. É preciso trazer para as ruas esse sentimento da população, que não vê legitimidade no governo Temer para tocar as ações que tem tocado até agora.

E garantirmos a eleição de um presidente que apresente um programa para o País que possa nos tirar da crise.

Senador, este ano o PT fará seu 6º Congresso. Qual sua expectativa para esse Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores?
Nossa expectativa é positiva, de que o partido seja capaz de fazer uma autocrítica profunda em relação aos erros que cometeu. Ao mesmo tempo afirmar de maneira muito clara também os seus acertos, as conquistas que nós obtivemos e que são muito maiores do que os erros que eventualmente tenhamos cometido.

E dessa maneira eu acredito que nós vamos conseguir avançar e vamos conseguir fazer com que o PT resgate o seu prestígio, a sua respeitabilidade e em 2018 seja uma força em condições de reconquistar o governo.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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