Imprensa mundial repercute anulação de condenações de Lula

Segundo o ‘The New York Times’, decisão do ministro Edson Fachin tem “potencial para remodelar o futuro político do Brasil”

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A anulação das condenações do ex-presidente Lula pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, na segunda-feira (8), provocou uma avalanche de notícias sobre a inocência do ex-presidente nos maiores jornais e agências do planeta. A imprensa estrangeira destaca que a recuperação dos direitos políticos de Lula, além da reparação de uma injustiça, promove um rearranjo do tabuleiro político nacional, alterando significativamente o jogo eleitoral de 2022. NY Times, Guardian, Financial Times, El País, Le Monde, Libération, Reuters, Associated Press, Sputnik, Russia Today, Asia Times, Al Jaazera, Clarín e Página 12 estão entre os veículos que noticiaram o assunto.

Em diversas reportagens, a mídia global relembra que a retirada forçada do ex-presidente em 2018 abriu caminho para a vitória de Bolsonaro em 2018 e que Moro, o juiz que condenou Lula, assumiu a pasta da Justiça no governo de extrema direita. Em análise para o britânico ‘Financial Times’, o colunista Michael Stott aponta que Lula, “o velho inimigo de Bolsonaro está de volta para assombrá-lo”.

“Não importa que a questão da jurisdição do tribunal tenha sido decidida quatro anos depois que o caso foi ouvido e a sentença foi proferida: se todo o Supremo Tribunal confirmar a decisão, Lula estará livre para disputar a eleição presidencial do próximo ano contra Bolsonaro”, escreve Stott.

O New York Times relata o profundo silêncio de Sergio Moro sobre a decisão, ressaltando que a Lava Jato foi dissolvida no início deste ano em meio a questionamentos sobre irregularidades éticas e processuais por parte de seus promotores. Segundo o NY Times, a decisão do STF tem “potencial para remodelar o futuro político do Brasil”.

Já o Guardian vê a decisão que abalou a estrutura política de Brasília como uma possibilidade “sensacional” de retorno de Lula “depois que um juiz da Suprema Corte anulou uma série de condenações criminais contra o ícone esquerdista e restaurou seus direitos políticos”. O jornal inglês recupera uma entrevista de Lula dada no ano passado, na qual prevê o retorno do campo progressista ao poder em 2022, diante do desastre de Bolsonaro.

“Vamos votar em alguém que se comprometa com os direitos humanos e os respeite, que respeite a proteção do meio ambiente, que respeite a Amazônia … que respeite os negros e os indígenas. Vamos eleger alguém que está comprometido com os pobres deste país”, disse Lula, então. O jornal chama a atenção ainda para a incrível repercussão da notícia nas redes sociais, citando a explosão da hashtag #LulaPresidente2022 no Twitter.

Em longo despacho replicado em mais de 3,7 mil sites de notícia pelo mundo, a Associated Press  informa que, após a notícia da decisão de Fachin, gritos de “Lula livre!” e gravações de jingles de suas campanhas presidenciais ecoaram nas janelas de algumas cidades, além de gritos de Fora, Bolsonaro!”

Inocência de Lula

Os argentinos Clarín e Página 12 e La Nacíon também repercutiram o impacto da decisão Fachin. Segundo o Clarín, o presidente Alberto Fernandéz conversou longamente com Lula e afirmou que nunca duvidou da inocência do ex-presidente.

Destaque na primeira página da edição desta terça (9) do Le Monde, reportagem aponta que a anulação das condenações “marca uma virada em um ciclo judicial de sete anos, que viu o histórico líder de esquerda brasileiro repetidamente condenado por corrupção e forçado a passar 580 dias na prisão entre abril de 2018 e novembro de 2019”.

Da Redação, com agências internacionais

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