Indústria da multa em São Paulo não existe, afirma Haddad

Receita com multas de trânsito diminuiu na gestão do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), enquanto o número de acidentes no trânsito melhorou

Foto: João Valério/Imprensa Haddad

“Nunca pretendemos criar uma indústria da multa, mas acabar com a indústria da morte, e estamos conseguindo”, explica o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), algumas vezes acusado de aumentar a fiscalização na cidade com a finalidade de arrecadar dinheiro.

Segundo o prefeito, o volume da arrecadação com multas no município desde 2011 é constante em valores reais.

As receitas com multas de trânsito na cidade tiveram queda de 3,3% entre 2012 e 2015. De acordo com dados do Orçamento Público de São Paulo, o total arrecadado em 2015, em valores atualizados pelo IPCA, foi de R$ 1.052.588.926,82, uma redução de mais de R$ 32 milhões em relação ao registrado em 2012 – quando o total foi de R$ 1.085.158.229,04.

Na atual gestão, houve queda na arrecadação com multas em dois dos últimos três anos. Além disso, em 2015, mais de 67% dos motoristas não tiveram nenhuma infração.

Em contrapartida, entre 2009 e 2012, aumento de 41,3% na arredacação, período em que Gilberto Kassab (PSD) foi prefeito.

Fonte: Secretaria Executiva de Comunicação/Prefeitura de São Paulo

Em São Paulo, aconteceu aumento da fiscalização em alguns locais porque o trânsito passou por modificações para melhorar a mobilidade urbana. Existe, por exemplo, fiscalização para coibir a invasão de faixas exclusivas e corredores de ônibus.

No início de 2013, havia apenas 90 quilômetros de faixas para ônibus. Hoje, são 480,3 quilômetros, além de 121,3 quilômetros de corredores..

Justamente para evitar excesso de multas, em fevereiro de 2016, a prefeitura de São Paulo lançou o Painel Mobilidade Segura, site para que os cidadãos possam ver a quantidade de multas aplicadas por tipo, dia, horário e via por meio de um mapa online. A iniciativa serve para mostrar onde os motoristas vejam onde acontecem as multas mais frequentes.

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“Quem pega ônibus que, de 2012 para cá, não ganhou tempo?”, questiona Haddad.

Mais mobilidade

Na capital paulista, a velocidade máxima para circular em grandes vias diminuiu por indicação da Organização das Nações Unidas (ONU) com dois objetivos: reduzir o número de mortos e feridos e melhorar o trânsito. “Infelizmente, isto é muito divulgado no Brasil, inclusive pela imprensa”, lamentou.

Um ano depois da mudança, os números revelam uma redução histórica no número de mortos e feridos. Os dados foram revelados por estudo produzido pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), com base em pesquisa usando o banco de dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Significa uma queda de 20,6% no número de mortes no trânsito em 2015. Segundo o levantamento, 257 mortes foram evitadas, na comparação com o ano anterior.

O número de mortes, 992 em 2015, já havia sido o menor desde o início da série histórica registrada pela CET, em 1979.

“Quantos motociclistas nós víamos com corpos no chão, mutilados? Isto você não vê mais na cidade de São Paulo. Reduzimos drasticamente o número de acidentes, e isto são dados oficiais do governo do estado, não são dados da prefeitura de São Paulo”, afirmou Haddad, durante o primeiro debate eleitoral realizado em 2016, na “Band”.

O prefeito comemora também a melhora no fluxo. São Paulo estava em 7º lugar em um ranking de piores trânsitos do mundo e passou para 58º. A lógica é aumentar a velocidade máxima de cada carro por meio da diminuição da velocidade média.

“Melhorou por informação por empresa especializada holandesa – não é a CET (…) Alguns dizem que é a crise. Mas isto não aconteceu no Rio de Janeiro, Recife, em Salvador, que são cidades monitoradas por uma empresa de GPS (TomTom), que monitora todas as metrópoles com mais de 800 mil habitantes”, disse.

Por Daniella Cambaúva da Agência PT de Notícias

 

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