Investigação do STF põe na mira da Justiça o ‘gabinete do ódio’

“Logo chegarão ao covil dos criminosos. Questão de tempo. Por isso não tem justificativa a CPMI da fake news no Congresso estar parada”, disse Gleisi, defendendo a retomada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a prática criminosa no país.

“A operação da Polícia Federal contra fake news que atingiram o Supremo Tribunal Federal (STF) e outras pessoas está indo ao ponto”, afirmou a deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR). Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito das fake news, a Polícia Federal realizou uma grande operação em todo o país, na manhã desta quarta-feira (27).

A ação envolveu 29 buscas em vários estados e nas residências de Roberto Jefferson, do empresário Luciano Hang e do blogueiro Allan Santos, entre outros, além de deputados federais e estaduais.

“Logo chegarão ao covil dos criminosos. Questão de tempo. Por isso não tem justificativa a CPMI da fake news no Congresso estar parada”, disse Gleisi, defendendo a retomada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a prática criminosa no país e a manipulação da liberdade de opinião. A CPMI foi instalada no ano passado e, durante audiências públicas ouviu alguns dos personagens que agora estão na mira da Polícia Federal.

Gabinete do ódio

A relatora da CPMI das Fake News, deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), apoiou a ação e solicitou compartilhamento com a comissão das informações e provas colhidas pelo STF.  “Teremos agora importantes novos elementos que nos ajudarão a desmontar essa rede de ódio, inverdades e impunidade que vem ameaçando a própria existência da democracia e dominando a política nacional desde as eleições presidenciais de 2018″, disse a relatora da CPMI.

Em dezembro, depoimento da deputada Joice Hasselmen (PSL-SP) alertou para a organização criminosa que opera nas redes sociais em favor do bolsonarismo. “As instruções eram passadas pelo ‘gabinete do ódio’. Principalmente pelo Eduardo e assessores ligados a ele. Carlos [Bolsonaro] também teve muita atividade”, disse ela. “A deputada Joice Hasselman acaba de dizer à CPMI que Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, tinha a intenção de montar uma Abin paralela, com a finalidade de grampear e produzir dossiês contra uma série de inimigos políticos do governo”, destacou o senador Humberto Costa (PT-PE), à época.

Retomar a CPMI

A retomada da CPMI das fake news, paralisada em decorrência da pandemia do novo Coronavírus, é fundamental para desmontar a rede criminosa que continua atuando para difundir mentiras e atacar adversários do bolsonarismo. Durante a pandemia, a máquina criminosa passou também a espalhar notícias falsas para dificultar o combate à Covid-19, incluindo ataques aos governadores. “O banditismo midiático mira agora a sobrevivência de brasileiros e brasileiras. Tem que ser imediatamente desmascarado e detido”, alertou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), em artigo publicado no site Teoria e Debate.

O uso do dinheiro público para bancar fake news, já denunciado na CPMI, veio à tona novamente com a tentativa de liberação de recursos do Banco do Brasil, pela Secom, para financiar sites que produzem e distribuem notícias falsas. “O Banco do Brasil tem de explicar este gasto com a mídia do crime”, cobrou Gleisi, defendo que os envolvidos sejam convocados para depor na CPMI. “O vereador Carlos Bolsonaro também precisa ser investigado, na CPMI e no inquérito do STF”, cobrou Gleisi.

Senadores cobram

Os senadores do PT reforçaram, nesta quarta-feira (27), a necessidade da retomada imediata das atividades da CPMI das Fake News. “Os crimes cometidos por essas pessoas vão além de participar e financiar milícias digitais e difundir fake news. Os investigados destroem reputações, atacam famílias e, acima de tudo, são uma afronta à democracia”, apontou o senador Humberto Costa (PT-PE).

O senador ainda anunciou que apresentará requerimento junto ao colegiado para que todos os parlamentares alvos do inquérito que tramita no STF sejam imediatamente afastados da comissão. “É inaceitável que exerçam o papel de investigadores de crimes pelos quais são investigados”, explicou Humberto.

Com PT no Senado.

 

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