Kokay: PT combate o machismo com mulheres nas presidências

A deputada federal Erika Kokay foi eleita para dirigir o PT-DF pelos próximos dois anos. Para ela, o PT faz história ao estabelecer a paridade

Lula Marques/Agência PT

A deputada federal Erika Kokay rechaçou arbitrariedade do MEC

A exemplo da direção nacional do Partido dos Trabalhadores, que tem a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) na presidência do partido, o Distrito Federal também elegeu uma mulher para presidir do PT, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

“Acho que o PT faz história ao estabelecer a paridade. A gente não pode achar que há normalidade e naturalidade no fato de termos uma sub-representação feminina nos espaços de poder. Tanto a eleição da presidenta Dilma, a minha eleição e de outras companheiras, elas se contrapõem a essa lógica de que existem lugares reservados para as mulheres e esses lugares, via de regra, são os espaços domésticos”, ressaltou.

Para ela, é preciso romper com a descriminação visível e invisível que acomete todas as mulheres. Neste sentido, o PT mostra esse enfrentamento na prática, com a eleição da primeira mulher presidenta da República, e agora com a primeira mulher presidenta nacional do partido.

“Eu lembro da fala da presidenta Dilma Rousseff, logo que ela foi eleita: ‘sim, nós podemos’, e contou a história de uma criança que diz que queria ser presidenta da República. Ser presidenta da República, ou ser presidenta do PT ou ocupar espaços de poder, quando as mulheres ocupam esses espaços, nada mais didático e nada mais exemplar para dizer ‘sim, nós podemos’. E podemos mesmo! E por isso a importância de encarar com centralidade a discussão de equidade de gênero”, completou.

Erika Kokay assume o PT-DF com a missão de construir uma grande aliança do campo democrático e popular para fazer o enfrentamento ao governo local, comandado pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

“O PT do Distrito Federal é oposição ao governo Rollemberg. Atualmente, temos uma ausência de governo no DF. Há uma precarização das políticas públicas, um desrespeito com a própria população, um governo que é a própria expressão do arbítrio e que tem transformado Brasília em um péssimo lugar para se morar”, afirmou.

“O PT do Distrito Federal é oposição ao governo Rollemberg”, garante a presidenta do PT DF, Erika Kokay

Além disso, completa a presidenta do PT-DF, o governo distrital, mesmo já com três anos de mandato, continua responsabilizando o governo anterior (de Agnelo Queiroz, do PT) pela sua ineficiência e ineficácia, não assumindo suas próprias responsabilidades enquanto gestão.

Na avaliação de Kokay, com o governo Rollemberg, Brasília se tornou uma cidade proibida. “(Proibida) Porque tem uma passagem de R$5,00 que impede o direito de ir e vir, porque as manifestações são contidas e reprimidas violentamente”.

“Por isso, queremos trabalhar na construção de um campo democrático popular para que nós possamos apresentar um projeto, discutirmos as políticas públicas de Brasília da forma mais ampla possível, não apenas nas hostes petistas, mas aliado a uma série de segmentos que pensam e se preocupam com Brasília”

Fora Temer, não às reformas e Diretas Já

Nas pautas nacionais, Kokay como deputada federal não abandona a luta contra as reformas neoliberais do governo golpista de Michel Temer.

Para ela, o governo usurpador possui três linhas de atuação que são compromissos costurados na construção do golpe e que foram “costurados nas sombras, nas sombras da democracia, nas sombras da República, a população não acompanhou essa costura”.

As três linhas são: a entrega do País, a destruição de direitos e a tentativa desesperada de conter qualquer processo de investigação como estratégia de sobrevivência.

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“A entrega do País está acontecendo de várias formas possíveis. Papel moeda pode ser rodado fora do País e sem licitação, a entrega das distribuidoras de energia, a destruição da Infraero, nós estamos vivenciando a entrega aos pedaços da Petrobras, que é um patrimônio do povo brasileiro. Estamos vivenciando a destruição do patrimônio público, a venda do Brasil”, apontou.

Já a retirada de direitos, segundo a presidenta do PT-DF, também são “dívidas estabelecidas pelo golpismo para que o golpe pudesse se realizar “, com a reforma da Previdência, com a reforma trabalhista, com a PEC do Teto de Gastos.

“Eles podem ter um estandarte aos frangalhos, que é a Presidência golpista de Michel Temer, porque em verdade as forças que governam o Brasil estão na força do rentismo e no próprio mercado”.

Kokay ainda repudia a violência com que o governo Temer tem enfrentando as manifestações de rua. Para ela, o regime de exceção ganha, a cada dia, uma literalidade das botas.

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“Porque se antes tivemos um golpe que substituiu as botas pelos sapatos de couro fino, o golpe agora adquire suas botas, suas baionetas, suas fardas, adquire uma força bruta, como vimos no Ocupa Brasília, na perseguição aos movimentos sindicais, que é consequência da impossibilidade desse governo capturar corações e mentes”, enfatizou.

Greve Geral

A presidenta Kokay convoca toda a militância do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal para apoiar, fortalecer e participar da Greve Geral desta sexta-feira (30).

Para ela, a greve é uma das principais ferramentas da classe trabalhadora para fazer enfrentamento à aprovação das reformas trabalhista e da Previdência, “e dizer que não há normalidade no Brasil”.

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“Como é possível achar que há normalidade com esse estandarte, com esse saprófago da democracia que ocupa a Presidência da República, que vai rapinando com muita voracidade os recursos públicos? Então, nesta greve, os trabalhadores lutam pelos seus direitos mais imediatos que estão ameaçados, seja pela reforma trabalhista, seja pela reforma da Previdência. Mas também lutam pelos interesses históricos da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Ou seja, lutam por um País mais junto, mais igualitário, lutam para dizer que o Brasil não tem donos”, destacou.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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