Lula: Abrir mão da soberania nacional é crime imprescritível

“O mais grave de tudo isso é que Bolsonaro aproveita o sofrimento coletivo para, sorrateiramente, cometer um crime de lesa-pátria”, denunciou o ex-presidente no Sete de Setembro. “Um crime politicamente imprescritível, o maior crime que um governante pode cometer contra seu país e seu povo: abrir mão da soberania nacional”, adverte

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Lula: “O furor privatista do governo pretende vender, na bacia das almas, a maior empresa de geração de energia da América Latina, a Eletrobras, uma gigante com 164 usinas“

Soberania significa independência, autonomia, liberdade. O contrário disso é dependência, servidão, submissão. Assim o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se referiu ao atual governo de Jair Bolsonaro. “O mais grave de tudo isso é que Bolsonaro aproveita o sofrimento coletivo para, sorrateiramente, cometer um crime de lesa-pátria”, denunciou Lula em seu pronunciamento à Nação no Sete de Setembro. “”Um crime politicamente imprescritível, o maior crime que um governante pode cometer contra seu país e seu povo: abrir mão da soberania nacional”, sintetizou.

Em sua fala à Nação, Lula destacou: “Renunciar à soberania é subordinar o bem-estar e a segurança do nosso povo aos interesses de outros países”. Para o ex-presidente da República, a garantia da soberania nacional “não se resume à importantíssima missão de resguardar nossas fronteiras terrestres e marítimas e nosso espaço aéreo”. Para Lula, defender a soberania “supõe também defender nosso povo, nossas riquezas minerais, cuidar das nossas florestas, nossos rios, nossa água”.“É importante lembrar que não haverá liberdade se o próprio país não for livre”, ressaltou.

O governo de Bolsonaro é submisso. O presidente subordina o Brasil aos Estados Unidos de maneira humilhante, e submete os soldados e diplomatas a situações vexatórias. “A submissão do Brasil aos interesses militares de Washington foi escancarada pelo próprio presidente ao nomear um oficial general das Forças Armadas Brasileiras para servir no Comando Militar Sul dos Estados Unidos, sob as ordens de um oficial americano”, alerta. E continua: “Ainda ameaça envolver o país em aventuras militares contra nossos vizinhos, contrariando a própria Constituição, para atender os interesses econômicos e estratégico-militares norte-americanos”.

Meia dúzia de multinacionais ameaçam a renda de centenas de bilhões de reais do petróleo do Pré-Sal – recursos que constituiriam um fundo soberano para financiar uma revolução educacional e científica”

O ex-presidente aponta que um dos exemplos mais graves da política lesa-Pátria do atual governo ocorre no setor energético, submetido a “uma política de terra arrasada igualmente predadora”. De acordo com Lula, depois de colocar à venda por valores ridículos as reservas do Pré-Sal, o governo de Bolsonaro desmantela a Petrobrás. “Venderam a distribuidora e os gasodutos foram alienados. As refinarias estão sendo esquartejadas”, denuncia. “Meia dúzia de multinacionais ameaçam a renda de centenas de bilhões de reais do petróleo do Pré-Sal – recursos que constituiriam um fundo soberano para financiar uma revolução educacional e científica”, adverte.

Em sua histórica manifestação, Lula alertou para a destruição da infraestrutura nacional, construída por diversas gerações de brasileiros. “O furor privatista do governo pretende vender, na bacia das almas, a maior empresa de geração de energia da América Latina, a Eletrobras, uma gigante com 164 usinas – duas delas termonucleares – responsável por quase 40% da energia consumida no Brasil”, alerta. Lula também chama a atenção para o ataque aos bancos públicos. “Eles são instrumentos do progresso. Financiam a casa do pobre, a agricultura familiar, as obras de saneamento, a infraestrutura essencial ao desenvolvimento”, lembra.“Bancos públicos não foram criados para enriquecer famílias”, denuncia.

“Em outro atentado à soberania nacional, o atual governo assinou com os Estados Unidos um acordo que coloca a Base Aeroespacial de Alcântara sob o controle de funcionários norte-americanos e que priva o Brasil de acesso à tecnologia, mesmo de terceiros países”, ressaltou o ex-presidente. A Embraer, por sua vez, um dos maiores trunfos do desenvolvimento tecnológico do país, segundo Lula, “só escapou da sanha entreguista em função das dificuldades da empresa que iria adquiri-la, a Boeing, profundamente ligada ao complexo industrial militar dos Estados Unidos”. Para o líder petista, “quem quiser saber os verdadeiros objetivos do governo não precisa consultar manuais secretos da Abin ou do serviço de inteligência do Exército. Basta pesquisar o Diário Oficial, diariamente”.

Ainda, de acordo com o ex-dignatário, são ameaça uma real e concreta à nossa soberania a demolição das universidades, da educação e o desmonte das instituições de apoio à ciência e à tecnologia. “Um país que não produz conhecimento, que persegue seus professores e pesquisadores, que corta bolsas de pesquisas e nega o ensino superior à maioria de sua população está condenado à pobreza e à eterna submissão”, advertiu.

Da Redação

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