Lula: É hora de sair às ruas para falar com o povo olho no olho

Após visita, João Paulo Rodrigues (MST) e Moisés Selerges (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) enviam recado do ex-presidente à militância: “Momento é propício para mobilização”

Ricardo Stuckert

João Paulo Rodrigues, dirigente do MST, e Moises Selerges, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Desde que está mantido em cárcere político na sede da Polícia Federal de Curitiba, Lula já recebeu dezenas de visitas entre familiares, advogados, líderes populares e figuras públicas das mais variadas nacionalidades. E, para todas elas, o sentimento após o encontro é sempre o mesmo: o ex-presidente cativa e sua presença exerce indiscutível influência na maneira com a qual cada um deles passa a enxergar o próprio país.

Nesta quinta-feira (28), João Paulo Rodrigues (MST) e Moisés Selerges (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) foram os responsáveis por confirmar tal premissa ao relatarem, logo após a visita a Lula, o sentimento de estar frente a frente com o maior presidente da história do Brasil – embora ambos já o conhecessem pessoalmente há décadas. “Encontramos um homem com uma lucidez, um nível de conhecimento sobre o Brasil impressionante, um verdadeiro líder”, resume Rodrigues.

Dada as percepções iniciais, Lula manteve-se firme no propósito que sempre norteou a sua vida pública – o de defender os interesses do povo à revelia do que se passa dentro do âmbito pessoal.  “Além de insistir na questão da soberania nacional (diante do entreguismo evidente), falamos bastante sobre a criminalização dos movimentos sociais que é uma preocupação permanente tanto para ele quanto para nós”, reitera o líder do MST, um dos movimentos mais perseguidos por Jair Bolsonaro.

Sem tempo para lamentações, Lula preferiu usar o tempo ao lado dos companheiros João Paulo e Moisés para sublinhar um pedido urgente: é hora de ir sair às ruas para falar olho no olho com o povo. “Para Lula, este é  o melhor momento para que a esquerda faça o embate com a população. Ele sabe da importância da mobilização nas redes sociais, mas não vê outra saída a não ser ir para as ruas, fortalecer o trabalho de base, e dialogar com cada trabalhador e trabalhadora deste país para vencer as batalhas contra este governo”, reitera Rodrigues.

Energia da Vigília

“Presidente, você consegue mesmo ouvir o que acontece na Vigília?”, perguntou João Paulo. A resposta, com o humor que lhe é peculiar, foi certeira. “Se falarem um pouco mais alto eu consigo ouvir até as conversas”. O diálogo ilustra o tamanho do respeito que Lula tem pelo espaço de resistência que, segundo ele próprio, é o responsável pela energia e disposição que mantém como característica mais marcante.

A Vigília tem tanta influência no cotidiano do ex-presidente que até mesmo seus familiares fizeram questão de enviar mensagem de agradecimento. “Hoje Lula também recebeu a visita do filho Sandro e da nora, Marlene, que fizeram questão de pedir que a gente enviasse um grande abraço para cada um de vocês. A força que vocês transmitiram a todos eles durante os momentos mais difíceis foi fundamental”, revelou Moisés.

Moisés Selerges, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e João Paulo Rodrigues, dirigente do MST

Jornada Lula Livre

Entre os dias 7 e 10 de abril todas as atenções estarão voltadas para a Jornada Lula Livre, iniciativa que pretender reforçar o posicionamento contrário diante da atual conjuntura política brasileira e ampliar a unidade em torno das lutas em defesa do maior líder popular da história do Brasil.

Com eventos programados em praticamente todos os estados brasileiros e também em diversos outros países, a Jornada Lula Livre terá seu grande ato nacional realizado no dia 7, dia em que a prisão política completa um ano.

A iniciativa é parte da reorganização das estratégias de mobilização dos comitês populares espalhados por todas as regiões da nação e reativa e campanha Lula Livre lançada ano passado. A jornada também se readequará aos lamentáveis desdobramentos políticos que aconteceram no país a partir da eleição de Jair Bolsonaro, como a reforma de Previdência.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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