Marisa Monte e Leoni fazem show em escola ocupada no Rio

Cantores visitaram a escola André Maurois, na Gávea, nesta segunda. Alunos protestam contra falta de manutenção nas escolas e o corte do bilhete único

Marisa Monte na Ocupa André Maurois (Foto: Leoni)

O Colégio Estadual André Maurois, na Gávea, é uma das cerca de 70 que estão ocupadas por secundaristas no Rio de Janeiro. Na segunda-feira (2), a manifestação recebeu apoio e as visitas de Marisa Monte e Leoni. Veja como foi:

No Facebook, Marisa Monte relatou que recebeu um convite para visitar o colégio. “Cantei quatro músicas com eles e com o Dadi [amigo de Marisa Monte] e pude voltar a ter esperança em uma força transformadora”, contou.

A cantora disse que o protesto acontece de maneira organizada, que cada aluno está fazendo sua parte e que encontrou “jovens estudantes batalhando pela educação e cuidando com amor do que é pública”. Marisa divulgou uma lista de necessidades elaborada pelos estudantes e pediu doações. “Aqui no Rio são muitas escolas ocupadas e certamente tem uma perto de você“.

Leoni disse que tocou 5 músicas, que “os alunos deram show e ainda teve muita poesia com CEP 20.000 com Ricardo Chacal, Tereza Seiblitz, Luísa Arraes e muito mais”. “O Colégio estava um brinco, a organização, apesar de espartana, estava perfeita e o entusiasmo foi total. Dá gosto ver os aluno se apossando do seu micro-país para brigar pelos seus sonhos. Essa é a política que aprimora a nossa democracia”, postou. 

Leoni-secundaristas

Leoni e os alunos Matheus Ribeiro e Lucas Villaça (Foto: Facebook/Ocupa André Maurois)

De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, 67 unidades estão paradas. Segundo a Assembleia Nacional dos Estudantes Livres, que coordena a ocupação, são 76.

A falta de manutenção nas escolas e o corte do bilhete único (Rio Card) são motivos do protesto. Outras reivindicações são o abono da greve dos professores, eleição para a direção das escolas feita por pais, alunos e professores e aumento da carga horária das disciplina espanhol, filosofia e sociologia.

“Diante da crise do Estado, o governo do Luiz Fernando Pezão/ Francisco Dornelles/PMDB vêm promovendo cortes e ataques à saúde e à educação, provocando atrasos salariais dos funcionários públicos e a precarização dos serviços. Em função disso, estamos sem faxineiros(as), merendeiras, porteiros, vigias e com um número bem reduzido de funcionários, prejudicando o seu funcionamento, além de convivermos com a super lotação das salas de aula com mais de 40 alunos”, afirmam os alunos da Ocupa André Maurois.

O Colégio Estadual Irineu Marinho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, está ocupado desde o dia 6 de abril. Os alunos contam que arrombaram uma sala que permanecia trancada e encontraram material esportivo nunca usado. Os estudantes fizeram um vídeo, que está sendo divulgado nas redes sociais.

Sala guardava material esportivo que nunca foi usado (Foto: Facebook/Ocupa Ciep 302)

Sala guardava material esportivo que nunca foi usado (Foto: Facebook/Ocupa Ciep 302)

“A gente estava muito ansioso para saber o que é que tinha dentro dessa sala, que eles tanto trancavam. Há dois anos eles não abriam essa sala, por nada. Conseguimos abrir a porta e fomos procurar, achamos bolas, redes, uniformes, tudo. Achamos esse uniforme, o short, a blusa da escola. As redes, eu acho que é importante para a gente porque a gente tem que estar fazendo vôlei sem rede. Tem que usar rede na imaginação. Pode ver, as redes estão novinhas, intactas, que eles não davam para a gente usar. Acessórios que a gente usa para fazer as provas. E aqui a gente achou os cones novos, que a gente não tinha para usar. As bolas que estão novinhas, sem encher. Eles não davam para a gente jogar. A gente precisava dessas bolas para jogar basquete, que a gente tem aula de basquete. Tudo novinho, como você pode ver, está tudo novinho”, relata uma aluna.

Ocupações em São Paulo
No estado de São Paulo, escolas estão sendo ocupadas para denunciar fechamento de salas de aula pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e para pedir investigação da Máfia da Merenda. Em 2015, quando mais de 200 escolas foram ocupadas por secundaristas em todo estado, também  foi revelada a existência de materiais, livros didáticos, apostilas, instrumentos musicais e até de carteiras, que estavam intactos, sem a entrega ou uso dos estudantes.

Na escola Fernão Dias, na capital, foram descobertos lotes de livros de 2012, 2013, 2014 e 2015, além de mochilas, uniformes esportivos e até computadores.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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