Ministro de Bolsonaro admite: ‘apagão’ do Mais Médicos está longe do fim

Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, confirma a dificuldade em levar doutores para regiões mais carentes e afastadas do país. “Primeira cidade a lotar foi Brasília”

Reprodução/EBC

O fim da parceria Brasil-Cuba no Mais Médicos deixa um ‘apagão’ de quase 9 mil doutores em todo o país. Na semana passada, o governo Temer alardeou que 97% das vagas já estariam preenchidas depois de um edital lançado às pressas.  Mas esse dado está muito distante da realidade.

O futuro ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), nomeado por Bolsonaro para a Saúde, admitiu que não tem como resolver a demanda do Mais Médicos imediatamente e está “esperando” o prazo final para sugerir soluções. As inscrições terminam no dia 14.

Há dois problemas fundamentais: nem todos os médicos que se candidataram aparecem para trabalhar. E a maioria deles prefere atuar nas grandes cidades.

“A primeira cidade a lotar [no edital lançado pelo governo] foi Brasília. Mas nós precisamos de médicos em áreas críticas, como Xingu, Acre, Vale do Jequitinhonha”, reconheceu Mandetta à colunista Mônica Bergamo da Folha.

Esse gargalo no acesso à saúde foi o principal motivo da criação do Mais Médicos. Os cubanos foras os primeiros doutores em centenas de municípios atuavam em em quase todas as comunidades indígenas.

Na capital paulista, os novos contratados evitam bairros mais afastados. Dos 79 médicos selecionados, apareceram para trabalhar 49, segundo levantamento do Estadão. As primeiras vagas escolhidas ficam nas regiões centro-oeste e sudeste ou nas proximidades de estações de trem e metrô.

Na Capela do Socorro, bairro do extremo-sul da capital, só 1 das 12 vagas foi preenchida. Em Cidade Tiradentes, na Zona Leste nenhuma das 6. Também falta médico em Parelheiros, São Mateus, Brasilândia, e outros bairros.

Outra questão é ‘despir um santo para cobrir outro’: muitos profissionais que atuavam no Saúde da Família em pequenas cidades do Norte e Nordeste abandonaram o programa para ganhar mais no Mais Médicos.

Da Redação Agência PT de Notícias, com informações de Estadão Conteúdo e Folha de S. Paulo

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