Ministro golpista: Sarney Filho, “ficha suja” e na lista de propina

Filho do ex-presidente José Sarney teve candidatura impugnada e usou cota parlamentar de passagens para viajar com a família e em benefício de terceiros

Foto: Márcia Kalume/Agência Senado

O deputado federal Sarney Filho (PV-MA), ministro do Meio Ambiente do presidente golpista Michel Temer, mal esquentou a cadeira e já está às voltas com uma complicada decisão: ou deixa o cargo ou o seu partido.

Isso porque, após a divulgação da conversa do ex-ministro golpista do Planejamento Romero Jucá com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, evidenciando que o golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff objetivava travar as investigações da Operação Lava Jato, a executiva do PV pediu que ele entregasse o cargo ou se licenciasse da legenda. O PV, oficialmente, se coloca fora do governo ilegítimo de Temer.

Mas, ao que tudo indica,  o filho do ex-presidente José Sarney não deixará o cargo e será mais um “ficha suja” a engrossar o ministério do golpe.

Em 2010, Sarney Filho foi atingido pela Lei da Ficha Limpa. Sua candidatura chegou a ser impugnada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) do Maranhão. Ele foi acusado de abuso de poder econômico pelo fato de a prefeitura do município de Pinheiro, cujo prefeito era seu aliado, ter criado um link em sua página para a homepage do então deputado em 2006. Sarney Filho foi condenado a pagar uma multa e, segundo o MPE, isso o tornaria inelegível, conforme a lei complementar 135/2010. No entanto, após recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral, o deputado conseguiu manter o registro de sua candidatura.

Essa não é a única irregularidade a macular o currículo do ministro do Meio Ambiente. Em 2009, Sarney Filho foi investigado pelo Ministério Público por ter usado sua cota parlamentar de passagens aéreas para viajar com a família para o exterior. Além disso,  entre julho de 2007 e julho de 2008, a Câmara pagou oito passagens para Marco Antônio Bogéa, colaborador do empresário Fernando Sarney, irmão do deputado. Embora não tendo qualquer vínculo funcional com a Casa, Bogéa usou a cota de Sarney Filho, à época líder do PV na Câmara. Fernando Sarney e Marco Antônio Bogéa são acusados de participar de um suposto esquema de corrupção em estatais do setor elétrico e alvo de investigações da Polícia Federal na Operação Boi Barrica.

Em setembro do ano passado, a CPI da Petrobras recebeu das mãos do deputado Jorge Solla (PT-BA) cópias de documentos da contabilidade extraoficial da Odebrecht, do fim da década de 1980, com registros de pagamento de propina a políticos das obras executadas naquela época. No material, entregue ao delegado Bráulio Cézar Galloni, coordenador-geral da Polícia Fazendária, constava o nome do deputado José Sarney Filho.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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