Na Avenida Paulista, a certeza de que Bolsonaro deve sair já

Em São Paulo, movimentos sociais e lideranças de 21 partidos se unem para exigir o impeachment de Jair Bolsonaro. “Temos uma unidade: não queremos mais Bolsonaro governando este país”, disse Gleisi

Mais de 597 mil mortos por Covid-19, 19 milhões de pessoas sem ter o que comer, desemprego em níveis recordes, famílias sem renda para comprar alimentos ou gás de cozinha, cujos preços não param de subir. Por tudo isso, o fim do governo de Jair Bolsonaro se tornou uma exigência da maioria da população brasileira, uma bandeira capaz de reunir lideranças de dezenas partidos, de diferentes campos políticos, como se viu no ato da Avenida Paulista na tarde deste sábado (2), um dos mais de 260 realizados em cidades do país e do exterior.

Uma das lideranças a discursar no principal carro de som, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), celebrou a união em torno do Fora Bolsonaro, ressaltando que a mobilização conjunta aumenta a pressão para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, coloque em votação algum dos mais de 120 pedidos de impeachment já entregues.

“Não queremos mais Bolsonaro governando esse país. Para tirar Bolsonaro com o impeachment, precisamos pressionar a Câmara, o Lira. A natureza do Bolsonaro é golpista, fascista. Por isso a importância desses nossos atos hoje em todo o Brasil”, disse Gleisi. “Temos muitas divergências, mas temos uma unidade: não queremos mais Bolsonaro governando este país”, completou.

Ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) também destacou a importância da união de diferentes lideranças contra o extermínio que vem sendo praticado por Bolsonaro. “Nós estamos aqui em nome de uma causa suprapartidária”, lembrou Haddad, frisando que a luta pela justiça e pela democracia deve ser nossa causa maior.

Ao discursar, Haddad afirmou que o Brasil não aguentará mais um ano do atual desgoverno e defendeu sua interrupção imediata. “Nós estamos aqui porque o povo quer comer, e o Bolsonaro não deixa. O povo quer estudar, e o Bolsonaro não deixa. O povo quer trabalhar, e o Bolsonaro não deixa. O governo Bolsonaro, a cada dia que passa, destrói uma política pública e entrega nossas riquezas e nossa soberania para o capital, e deixa o povo à míngua. Essa desgraça desse governo tem que acabar antes da eleição porque o povo não aguenta mais.”

Gleisi e Haddad chegam ao ato na Paulista acompanhados do secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, e do vice-presidente da CUT, Vagner Freitas.

Estiveram presentes lideranças como Guilherme Boulos, Marcelo Freixo, Ciro Gomes, Randolfe Rodrigues, Orlando Silva, Manuel D’Ávila e representantes dos partidos Cidadania, DEM, MDB, PC do B, PDT, PL, Podemos, Solidariedade, PSD, PSB, PSDB, PSL, PSOL, PT, PV, Rede, UP, PCB, PSTU, PCO e Novo. Marcaram também presença as entidades que estão à frente dos atos contra Bolsonaro desde o início, tais como Direitos Já, Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Acredito, UNE, Coalização Negra por Direitos e de centrais sindicais.

O destaque, no entanto, foi mesmo a população, que com suas máscaras de proteção, bandeiras, cartazes e palavras de ordem ocupou a avenida para denunciar o descalabro que se revelou o governo Bolsonaro. “A fome voltou”, “O arroz tá caro, a culpa é do Bolsonaro”, “Amazônia em pé, abaixo Bolsonaro”, “Fuzil não enche bucho” e “Vai para Haia” eram algumas das mensagens, mostrando que o governo Bolsonaro é um fracasso generalizado, da área econômica à social, passando pela segurança pública, saúde e meio ambiente.

Da Redação

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