O povo disse até ao Datafolha: sem Lula, não há plano B

Em pesquisa histórica, um terço dos brasileiros prefere votar em branco ou anular se o nome de Lula não estiver na urna

foto: Ricardo Stuckert

Lula recebe apoio de artistas e intelectuais no Rio de Janeiro

A Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (31) prova que, apesar de desembargadores e juízes togados tentarem interferir nos rumos das eleições, é nas urnas que os brasileiros e brasileiras querem ter voz para definir os rumos para a saída da crise e o projeto de país que querem para si.

Lula lidera em todos os cenários tanto no primeiro turno, quando alcança 37%, quanto no segundo turno quando chega a 49% das intenções de voto.

A pesquisa traz uma informação fundamental: caso o nome de Lula seja retirado da lista de candidatos como planejam os articuladores do golpe, o resultado é a maior soma de votos negativos (brancos, nulos e abstenções) já registrada na história das pesquisas eleitorais conduzidas pelo instituto.

Apresenta-se assim que, no cenário do impedimento da candidatura do ex-presidente, o índice de pessoas com a intenção de votar em branco ou nulo aumenta mais de dez pontos percentuais em relação aos outros cenários, chegando a 32%. Se somado à taxa de indecisos, o número chega a 36%.

Ou seja, para boa parte dos entrevistados, se não for possível escolher Lula nas urnas em outubro, não há opção por nenhum outro nome. Para esses eleitores e eleitoras, assim como para o PT, seus dirigentes e militantes, não existe plano B. Lula é o candidato da esperança.

O cenário se torna ainda mais evidente nas simulações de segundo turno. Em três hipóteses testadas sem Lula, brancos e nulos disputam a liderança com os dois candidatos finalistas.

Ou seja, se esse desdobramento se deste agora, o Brasil poderia ter no Palácio do Planalto um presidente rejeitado por quase 70% da população.

Em análise assinada na ‘Folha de S. Paulo’, o diretor-geral do instituto, Mauro Paulino, e o diretor de pesquisas, Alessandro Janoni, afirmam categoricamente que a possível inelegibilidade aprofunda a crise de representação no cenário político.

Na avaliação do instituto, o desconhecimento dos candidatos não é motivo que justifique por si só esse fenômeno, já que a taxa é elevada mesmo nomes atuantes em outras eleições e com relativo renome entre o eleitorado, como Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Luciano Huck.

Em nenhum outro levantamento de intenção de voto para presidente já feito pelo instituto em ano eleitoral observou-se uma taxa tão elevada de brasileiros com a pretensão de votar em branco ou anular o voto. É o que acontece quando se exclui o nome de Lula da disputa.

Folha de S.Paulo

 

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Foram realizadas 2.826 entrevistas pelo instituto DataFolha em 174 municípios brasileiros entre os dias de 29 e 30 de janeiro. Os resultados apresentam margem de erro de dois pontos para cima ou para baixo. A pesquisa foi registrada no TSE com o número BR 05351/2018.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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