Paim apresenta projeto para revogar reforma trabalhista

Anúncio foi feito durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos que debateu os impactos danosos da reforma na vida dos trabalhadores

Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Paulo Paim (PT-RS) foi eleito presidente da CPI da Previdência

O senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou, nesta terça-feira (1º), ter apresentado um projeto de lei com intuito de promover alterações mais favoráveis ao trabalhador e revogar os principais pontos da reforma trabalhista aprovada pouco antes do recesso instituindo uma nova relação entre trabalhadores e empregadores no País.

“Vamos para o debate, vamos visitar os estados e depois apresentar um por um todos os dispositivos a serem revogados. Se o governo pode baixar uma medida provisória como estão prometendo e também não vetaram nenhum trecho da proposta, nós também podemos ter iniciativas e propor o debate. Essa questão ainda não terminou”.

O anúncio foi feito durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) que debateu os impactos danosos das reformas trabalhista e previdenciária na vida dos trabalhadores com direito a aposentadoria especial.

“Assim que os governistas conseguiram aprovar a reforma trabalhista eles acharam que nós guardaríamos nossas armas e escudos. Se enganam. Estamos todos aqui reunidos no primeiro dia do retorno dos trabalhos no Legislativo. Vamos ter mobilizações e esse debate da reforma trabalhista não terminou. O enfrentamento vai ser a altura do banditismo que é essa reforma”, enfatizou.

Paim ainda anunciou a intenção de formar uma comitiva de senadores para viajarem para diversos estados do País conhecendo a realidade, in loco, de diversas profissões consideradas insalubres, penosas e/ou periculosas.

“Nós já aprovamos em quatro comissões a ideia de formar um grupo de senadores, talvez um por comissão, para visitarmos forjaria, fundição, pequena propriedade rural, canaviais, frigoríficos. Temos uma série de propostas. A ideia é verificar a realidade desses trabalhadores antes de se fazer qualquer reforma na área do trabalho”, explicou.

A presidenta da Comissão de Direitos Humanos (CDH), Regina Sousa (PT-PI) reiterou o fato de os parlamentares de oposição nunca terem se posicionado contra a realização de uma reforma trabalhista ou previdenciária. As reclamações e lutas dos parlamentares de oposição é pela garantia de exercerem o direito de debater e aprimorar as propostas.

Senadora Regina Sousa (PT-PI)

“O problema todo é que essas reformas já chegam prontas. Sem nenhuma possibilidade de debate, de alteração. Tanto é que o Senado não pôde mexer em uma vírgula da reforma trabalhista que foi aprovada na Câmara. Os próprios senadores governistas apresentaram emendas ao projeto e não puderam fazer alterações”, disse.

A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) rebateu aqueles que criticam a concessão de aposentadorias especiais para algumas categorias, assim como o magistério, considerado, por alguns, como um privilégio ofertado aos trabalhadores.

“As aposentadorias especiais não são privilégios. Não são mordomias. São direitos de proteção social. Privilégios e mordomias são os altos salários dos parlamentares, juízes e o alto escalão do Ministério Público recebem. Privilégios são os auxílios-moradia. As aposentadorias especiais tratam-se de direito de proteção social. Inimaginável a profissão do magistério sem essa proteção”, explicou.

O senador Jorge Viana (PT-AC) se mostrou preocupado com a situação do País após o recesso parlamentar de 15 dias. Para ele, as condições do País se deterioraram, os desmandos do governo aumentaram e, até mesmo, a meta fiscal será alterada ampliando o rombo das contas públicas.

“Aquilo que eles [governistas] diziam ser a motivação de tanto aperto, redução do orçamento social do País, tirar direitos dos trabalhadores, ameaçar as aposentarias em nome de um equilíbrio fiscal que, agora, eles assumem a existência de um total desajuste fiscal que não decorre do investimento nos servidores e na concessão de uma aposentadoria digna dos brasileiros. O desajuste se dá pela verdadeira farra que virou Brasília. Está custando muito caro para os brasileiros manter o atual governo. O povo tem razão em estar indignado com o que ocorre com a política hoje”, destacou.

Para Viana, a única solução é a prática da “boa política” com a priorização da geração de empregos, da garantia de uma aposentadoria digna. “Essa agenda apresentada pelo governo Temer piorou o País e agravou a crise”, emendou.

O projeto apresentado por Paim ainda precisa ser lido em plenário e receber numeração para poder iniciar a tramitação nas comissões do Senado. Um dos artigos do projeto revoga a Lei 13.467/2017. Em sua justificativa, o senador afirma que a nova legislação trabalhista tem vários dispositivos inconstitucionais, que desumanizam a relação entre empregado e empregador.

Do PT no Senado

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