Paridade no PT ajuda a empoderar as mulheres, afirma Maristella

Para a secretária de Mobilização e membro da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, há mais mulheres protagonistas no PT e nos movimentos sociais

Lula Marques/Agência PT

Maristella Matos, da Secretaria Nacional de Mobilização do PT

Há cada vez mais mulheres protagonistas nos movimentos sociais e nos espaços de mobilização. A constatação é da secretária Nacional de Mobilização do Partido dos Trabalhadores, Maristella Matos.

Exemplo desse protagonismo foram os atos em 2016 contra o golpe que destituiu a presidenta eleita Dilma Rousseff, muitos deles encabeçados por mulheres.

“Mostramos que nós mulheres estávamos preocupadas com a política, estávamos ali participando no dia a dia das mobilizações, participando do dia a dia da luta pela democracia, da luta pode nenhum direito a menos, na luta pela permanência da Dilma porque ela foi eleita pelo voto popular”, destaca.

O movimento que culminou na paralisação mundial das mulheres no 8 de março deste ano também é apontado por Maristella como comprovação do papel protagonista das mulheres na sociedade.

“Acho que muito mais importante que o movimento em si de paralisação das mulheres no 8 de março, foi o movimento que fez com que esse momento fosse possível. Quanto mais nos organizamos, mais nos unificamos e mais nós crescemos, mais o movimento cresce. Aquela frase é real: se uma mulher participa da política, muda a política. Nós percebemos isso no ano passado e estamos percebendo isso em todos os movimentos que estão acontecendo”, ressalta.

Outro fato que comprova o aumento do protagonismo feminino é que, segundo Maristella, mais mulheres estão à frente dos movimentos sociais, dos sindicatos, da organização das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

É obvio que a presença masculina ainda é maior, mas “existem novas e novos atores e as mulheres estão participando desses espaços muito mais como protagonistas”.

Esse crescimento também é percebido dentro do PT, muito em razão da paridade entre homens e mulheres nas direções do partido.

Para ela, a paridade contribuiu para aumentar o número de mulheres nos espaços de política, tirando a mulher da condição de mera participante das atividades e reuniões, para protagonista destas mesmas atividades e reuniões.

Membro da Executiva Nacional do PT, Maristella acredita que a paridade, para além de empoderar às mulheres e contribuir para aumentar a participação feminina na política, também é pedagógico, inclusive para os homens, suscitando na mudança da cultura partidária.

Gestão paritária

De acordo com ela, após essa primeira experiência de uma gestão paritária na direção nacional, a mudança de comportamento é nítida.

Isso porque, ao ocupar espaços de direção, as mulheres da Executiva do PT acabam fazendo um esforço a mais para participar, para se empoderar e empoderar outras mulheres.

“O que começa a naturalizar nos homens e nas mulheres que esses espaços são nossos, nós conquistamos, nós merecemos e nós temos capacidade para assumi-los”, completa Maristella.

“A gente percebe as diferenças de comportamento. Como era no início desta gestão, como foi no decorrer desses quase quatro anos e como está sendo agora ao final. Agora, nós mulheres temos um protagonismo maior, um respeito maior, somos mais ouvidas, temos uma relação mais de igualdade”.

Mas isso não foi automático, esclarece Maristella. “Não é automático e não será automático. E ainda tem um caminho para se percorrer. Mas eu avalio que como primeira experiência foi positiva”.

Como primeira experiência, diz Maristella, a paridade foi um grande passo. Mas é preciso avançar. Pois mesmo com 50% de mulheres nas direções do partido, as companheiras ainda são, muitas vezes, relegadas a espaços secundários dentro das direções.

“Acho que o segundo passo é protagonizar de fato as mulheres, é dar espaço de fato de poder dentro das direções, é continuar preparando a mulher para esses espaços também”, afirma.

Maristella dá um exemplo muito comum no mundo da militância política. Na família em que o casal milita no mesmo espaço, quando há dificuldades, por exemplo, com os filhos, é a mulher quem deixa de participar daquele espaço. Além disso, neste mesmo casal, normalmente o homem é quem ocupa o espaço de direção.

Um maior equilíbrio nessa relação, afirma a petista, seria sair efetivamente da teoria para a prática. “Porque são esses gestos que parecem pequenos no dia a dia, mas que vão fazer a diferença”.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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