Pazuello debocha de senadores e será reconvocado para depor na CPI

Ex-ministro confirma mentiras ditas na CPI ao causar aglomeração em ato político, sem máscara, no Rio de Janeiro. Parlamentares petistas cobram punição de general por infringir Estatuto Militar

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Participação de Pazuello em ato público no Rio confirma a fidelidade do ex-ministro da Saúde ao negacionismo criminoso de Bolsonaro

Mentiroso compulsivo na CPI da Covid, Eduardo Pazuello debochou dos senadores que o ouviram na semana passada ao participar de ato político ao lado de Bolsonaro, no domingo (23). Em ato de afronta à comissão, o ex-ministro da Saúde apareceu sem máscara, no Rio de Janeiro, em uma manifestação com motociclistas, causando aglomeração. O general fez questão de provar que mentiu por horas a fio no Senado Federal.

“Eu acho que está debochando da população, tentando desmoralizar a CPI, cometendo reiteradamente crime contra a saúde pública”, opinou o senador Humberto Costa (PT-PE), em declaração à Folhapress. “Parlamento, Judiciário e Ministério Público têm que se posicionar sobre isso”, cobrou o senador. Costa defende a reconvocação do ex-ministro.

“Não tenha dúvida que ele será reconvocado porque mentiu e mentiu muito. E aqueles que mentem na CPI, com certeza absoluta, serão indiciados”, garantiu o senador e presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), em entrevista à CNN, nesta segunda-feira (24). O requerimento de convocação será votado nesta quarta-feira (26). “Ele [Pazuello] acha que enrolou todo mundo, saiu aplaudido como herói por aqueles que torcem pelo caos, pelas mortes, pelo ódio”, disse Aziz.

Com a má conduta, o general infringiu o artigo 45 do Estatuto Militar, que proíbe a participação de oficiais da ativa em atos políticos. Ao invés de ser punido, no entanto, Pazuello deverá apenas ser enviado para a reserva uma vez que a sua turma, de 1984, deverá ser reformada neste ano.

“Militares querem punir Pazzuelo por ter participado da manifestação política de Bolsonaro e sem máscara. A punição? Ir para a reserva, ir para casa ganhando o mesmo salário”, reagiu a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann. “E nisso a reforma administrativa do governo não vai mexer. Pazzuelo festeja mortes com Bolsonaro e será premiado”, denunciou Gleisi.

“Está na hora das Forças Armadas definirem se estão a favor do Brasil ou do palanque da morte e do fascismo”, cobrou o senador Rogério Carvalho (PT-SE). “Um general que participa de um evento político não respeita a Constituição, está no regulamento disciplinar. As Forças Armadas precisam dar exemplo de institucionalidade com o Pazuello”, argumentou o senador.

Mentiras

72 horas depois de ter dito aos senadores ser a favor de medidas de proteção à Covid como o uso de máscaras e adoção do distanciamento social, Pazuello confirmou que seu maior compromisso não é com a saúde, mas sim com o negacionismo do ocupante do Planalto.

Na CPI, o ex-ministro sabotou a apuração dos senadores pelo uso do habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com análise do relator Renan Calheiros, o general pôde contar pelo menos 15 mentiras sobre os mais variados assuntos, de vacinas ao uso de cloroquina como tratamento precoce, passando pelo aplicativo TrateCov, até a falta de oxigênio no Amazonas.

“O depoimento de Pazuello é uma pandemia de contradições, mentiras e omissões”, declarou o senador à IstoÉ. Calheiros considerou as mentiras tão graves que decidiu contratar uma agência de checagem para investigar depoimentos à comissão.

Da Redação, com informações de Folhapress e G1

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