Pesquisa Ibope sobre corrida presidencial mostra tentativa de antecipar pleito

Para o doutor em ciência política, Antonio Lassance, neste momento, pesquisa é feita fora de contexto e interessa apenas ao grupo que a encomendou

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Previsão é que até 2022 todos os eleitores do país estejam cadastrados no sistema

A pesquisa divulgada pelo Instituto Ibope, no último sábado (11), com uma possível disputa eleitoral, em 2018, entre Aécio Neves (PSDB) e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência da República, intriga petistas por ser realizada fora do contexto eleitoral. Para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), o levantamento expõe a intenção de grupos de oposição em antecipar as eleições.

“Essa pesquisa não tem nenhuma seriedade e deve fazer parte desse processo que o Aécio vive de não conseguir aceitar o resultado da eleição presidencial. Ele encomenda e paga para ver seu nome em primeiro lugar nas pesquisas”, acusa o petista.

Pimenta afirma que a pesquisa, realizada fora do período eleitoral, faz parte da “estratégia artificial” de uma disputa política liderada pela oposição, que envolve integrantes do poder judiciário e a grande mídia, e busca credibilidade em suas afirmações com esses instrumentos. “Isso chega a beirar o ridículo”, diz.

Segundo o Ibope, o candidato tucano ganharia as eleições por 48% contra 33% dos votos para o ex-presidente Lula.

O doutor em Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Lassance afirma que a pesquisa realizada com tanta antecedência acaba por perder o valor informativo, visto que os grandes partidos ainda não decidiram os nomes que irão para a disputa.

“Embora qualquer instituto possa fazer qualquer pesquisa, a qualquer momento, pensar nisso agora é colocar o carro na frente dos bois”, afirma.

O professor questiona ainda o interesse de quem patrocinou a pesquisa. Para Lassance, um levantamento realizado com tanta antecedência expõe que há grupos interessados em “virar a mesa” e antecipar as eleições.

Parte da imprensa não esconde, em sua linha editorial, a preferência por determinados partidos políticos. Alguns veículos ainda expõem o interesse do PSDB e de outros partidos em abreviar o mandato do governo Dilma Rousseff.

“A imensa maioria da população não quer saber desse assunto nesse momento e não teria uma avaliação fechada sobre isso. A opinião do eleitor é muito volátil em relação a esse assunto e depende muito da atual conjuntura política”, avalia.

“Conforme a crise política, o grau de satisfação com o governo e a situação econômica do país for melhorando, as pesquisas mudarão”, completa.

Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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